4 de setembro de 2022

BAR

 

A British American Racing, mais conhecida como BAR, foi uma equipa de Formula 1 que participou no Campeonato do Mundo entre 1999 e 2005.
Perto do final do ano de 1997, a empresa tabaqueira British American Tobacco avançou para a compra da equipa Tyrrell, que ainda competiu no ano seguinte, e junto com Craig Pollock, fundaram a BAR.
Pollock, que tinha sido empresário de Jacques Villeneuve, assumiu o cargo de director executivo e chefe de equipa, contratou o piloto canadiano e o brasileiro Ricardo Zonta. 
Na cerimónia de apresentação dos novos carros, a BAR mostrou uma pintura diferente em cada um dos monolugares, o que ia contra as normas da FIA que afirmam que os carros de uma equipa devem ser iguais. A BAR apresentou uma queixa à Câmara do Comercio Internacional e à Comissão Europeia, o que levou Craig Pollock a ser chamado ao Conselho Mundial do Desporto Automóvel para dar explicações. Pollock acabou por aceitar as regras da FIA e encontrou uma solução original, ao pintar um lado dos carros com o branco da Lucky Strike e o outro lado com o azul da 555.
O Grande Prémio da Austrália, a primeira prova de 1999, marcou a estreia da BAR na F1. Na corrida ambos os pilotos abandonaram. Primeiro foi Villeneuve que viu a asa traseira do seu carro a partir e depois foi Zonta que teve problemas na caixa de velocidades.
A restante temporada foi uma decepção. Villeneuve desistiu nas onze primeiras corridas e nas outras cinco o melhor que conseguiu foi o 8º lugar em Itália, fora dos lugares pontuáveis. Já Ricardo Zonta teve um violento acidente nos treinos para o Grande Prémio do Brasil, que o deixou fora de quatro corridas, sendo substituído por Mika Salo que obteve o melhor resultado da equipa nesse ano, com o 7º lugar em San Marino. No Grande Prémio da Bélgica, durante os treinos de qualificação, Villeneuve e Zonta tiveram acidentes violentos praticamente idênticos na rápida curva Eau Rouge, com os pilotos a saírem ilesos mas os carros a ficarem destruídos. No final do campeonato a BAR ocupou o ultimo lugar com zero pontos, sendo a única equipa que não pontuou.
No ano seguinte a equipa teve motores Honda e manteve a dupla de pilotos, ambos terminaram nos lugares pontuáveis na primeira corrida da temporada, na Austrália, com Villeneuve em 4º lugar e Zonta em 6º, dando os primeiros pontos à BAR na F1. Zonta voltou a ser 6º em Itália e nos Estados Unidos, enquanto que Villeneuve repetiu o 4º lugar em França, Áustria e Estados Unidos, foi 5º em San Marino e na Malásia e 6º no Japão. No final do campeonato a BAR terminou em 5º lugar, com os mesmos 20 pontos que a Benetton que foi 4ª classificada.
Em 2001, o francês Olivier Panis ocupou o lugar de Ricardo Zonta, como companheiro de equipa de Jacques Villeneuve. O piloto gaulês foi o primeiro a conseguir pontuar com o 4º lugar no Grande Prémio do Brasil e mais tarde foi 5º na Áustria. Villeneuve não se deixou ficar e obteve o 3º lugar no Grande Prémio de Espanha, dando à BAR o seu primeiro pódio na F1. O piloto canadiano voltou a ocupar o último degrau do pódio no Grande Prémio da Alemanha, pelo meio ocupou o 4º lugar no Mónaco e foi 6º na antepenúltima corrida do ano, em Itália. Na classificação final do campeonato de construtores, a BAR obteve 17 pontos e o 6º lugar.
No ano de 2002 a equipa viveu uma época de transição. Craig Pollock deixou a liderança da equipa e foi substituído por David Richards, fundador e chefe da Prodrive, equipa que a BAT já tinha patrocinado no Campeonato do Mundo de Rallis, quando a Prodrive dirigia a Subaru World Rally Team. Na temporada de F1, a BAR apenas conseguiu somar 7 pontos, com destaque para o Grande Prémio de Inglaterra, onde ambos os pilotos terminaram nos lugares pontuáveis, com Villeneuve em 4º e Panis em 5º, o que foi o melhor resultado conjunto da equipa na F1.
Em 2003, Jenson Button foi contratado para o lugar de Olivier Panis e Villeneuve continuou até à penúltima corrida da temporada, sendo substituído por Takuma Sato na última prova do campeonato. Button pontuou em sete das 16 corridas do campeonato, Villeneuve foi 6º por duas vezes e Sato terminou também em 6º lugar no Grande Prémio do Japão, a única corrida que fez pela equipa nessa temporada. No campeonato, a BAR ocupou o 5º lugar com 26 pontos.
No ano de 2004, a BAR surpreendeu pela positiva já que mostrou um carro fiável e competitivo. Jenson Button pontuou em 15 das 18 corridas do campeonato, enquanto que Sato o fez por 9 vezes. No Grande Prémio de San Marino, Button conquistou a primeira pole-position da BAR na F1 e na corrida obteve o 2º lugar, o mesmo resultado que repetiu no Mónaco, Alemanha e China. O piloto britânico foi ainda 3º na Malásia, Bahrain, Europa, Canadá, Itália e Japão. Takuma Sato conseguiu um pódio com o 3º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos. No campeonato de construtores, a BAR somou 119 pontos e conquistou o 2º lugar, vencendo todas as equipas, excepto a Ferrari.
Em 2005, a Honda tinha obtido 45% das acções da equipa e Nick Fry passou a ser o chefe de equipa, substituindo David Richards. Nas primeiras corridas da temporada a BAR teve muitos problemas e chegou a ser desclassificada no Grande Prémio de San Marino e banida das duas corridas seguintes por o peso dos seus carros estar abaixo do mínimo exigido pela FIA. Só na décima prova da temporada, em França, Jenson Button obteve os primeiros pontos da equipa, conseguindo terminar as restantes nove provas sempre nos lugares pontuáveis, conseguindo dois pódios, com o 3º lugar na Alemanha e na Bélgica. Já Takuma Sato teve uma temporada muito má, marcando apenas 1 ponto.
Em Outubro, a Honda oficializou a compra total da equipa e a BAR desapareceu da F1.
Nos sete anos que esteve na F1 a BAR disputou 117 Grandes Prémios, Conquistou 2 pole-positions e 15 pódios.

Sem comentários: