1 de novembro de 2020

LOTUS


O Team Lotus, foi uma equipa inglesa, fundada por Collin Chapman e que participou no Campeonato do Mundo de F1 entre os anos de 1958 e 1994.
Foi no Grande Prémio do Mónaco de 1958 que a equipa de Norfolk se estreou na F1, com os pilotos Cliff Allison e Graham Hill ao volante. Allison que largou em 13º lugar, foi o único a terminar a corrida no 6º posto, enquanto que Hill, largou em 15º e foi obrigado a desistir com problemas no semieixo na 69ª volta.
Os três pontos, relativos ao 4º lugar, conquistados por Cliff Allison no Grande Prémio da Bélgica de 1958, foram os primeiros que a equipa obteve na F1, os mesmos com que chegou ao fim da temporada no 6º lugar da classificação.
A primeira vitória do Team Lotus na Formula 1 ocorreu quando Innes Ireland venceu o Grande Prémio dos Estados Unidos de 1961. Mas no ano anterior, Stirling Moss venceu o Grande Prémio do Mónaco com um Lotus, inscrito pelo independente Rob Walker Racing Team.
O ano de 1963 foi de sonho para a Lotus. A equipa de Collin Chapman, com Jim Clark ao volante, conquistou pela primeira vez os dois títulos de Campeão Mundial. Clark foi esmagador e venceu sete das dez provas do campeonato.
Em 1965 Jim Clark voltou a mostrar toda a sua classe. Das nove provas que disputou ganhou seis e não deu hipótese aos seus adversários. No final da temporada sagrou-se Bi-Campeão com 54 pontos, os mesmos pontos com que a Lotus conquistou o Mundial de Construtores. Ainda nesse ano, Collin Chapman levou a sua equipa aos Estados Unidos para disputar as 500 Milhas de Indianápolis, prova que Jim Clark ganhou.
Em 1966 Collin Chapman viu a sua equipa a ter inúmeros problemas com os motores e Jim Clark venceu apenas o Grande Prémio dos Estados Unidos. No ano seguinte, e já com o novo motor Ford, a Lotus voltou a vencer de forma regular, ainda assim não conseguiu vencer nenhum dos campeonatos.
O Grande Prémio da África do Sul de 1968, que abriu a temporada, confirmou a superioridade da Lotus, com Jim Clark e Graham Hill a terminarem em 1º e 2º. No entanto esta seria a última vitória do bicampeão escocês. No dia 7 de Abril, Jim Clark, um dos pilotos mais populares e mais vitoriosos de todos os tempos, faleceu ao volante de um Lotus 48, numa corrida extra-campeonato de Formula 2 em Hockenheim, na Alemanha. Um mês depois, a 7 de maio, foi Mike Spence quem morreu ao comando de um Lotus durante uma sessão de treinos em Indianápolis. Colin Chapman então declara que desiste das corridas antes de reverter a sua decisão alguns dias depois.
Graham Hill tornou-se o líder da equipa, e Jackie Oliver foi contratado como segundo piloto. Na segunda prova da temporada em Espanha, os Lotus aparecem com uma nova decoração, o verde e amarelo deu lugar ao vermelho, dourado e branco da tabaqueira Golden Leaf, o primeiro patrocinador extra-desportivo. Hill dá um novo folego à sua equipa ao vencer a corrida. No Grande Prémio seguinte no Mónaco, Collin Chapman voltou a inovar a Lotus quando o Lotus 49B aparece equipado com asas fixadas na grade frontal e uma tampa traseira. Graham Hill vence o Grande Prémio de Mónaco pela 4ª vez. Depois de uma grande queda no meio da temporada (5 abandonos em 6 corridas), Graham Hill vê Jackie Stewart e Dennis Hulme aproximarem-se na classificação do campeonato. No Grande Prémio dos Estados Unidos, Chapman confiou um de seus carros a um piloto local, Mario Andretti que obteve a pole-position, mas desistiu na corrida. Graham Hill ganhou a última prova e o seu segundo título de Campeão Mundial no México. A Lotus é o primeiro fabricante a ganhar o título de Campeão do Mundo pela terceira vez.
Em 1969, a Lotus contratou Jochen Rindt. No entanto foi um ano em que a equipa apenas conseguiu duas vitórias. Graham Hill venceu o Grande Prémio de Mónaco pela 5ª vez e Jochen Rindt ganhou o Grande Prémio dos Estados Unidos.
Em 1970, Jochen Rindt permanece com Chapman na Lotus, com John Miles como companheiro de equipa. Rindt não marca pontos nas duas primeiras corridas mas vence a prova seguinte, o Grande Prémio do Mónaco. Na Holanda, a Lotus está presente com os novos 72 para os seus dois pilotos. Jochen Rindt, com o novo monolugar, conquista quatro vitórias consecutivas. Nos treinos para o Grande Prémio de Itália, Rindt sofreu um grave acidente na entrada da Curva Parabólica. O piloto austríaco tinha começado a usar pouco tempo antes um cinto de ombro, mas recusou-se a usar tiras de gancho porque sentiu que eles retardavam a sua saída do carro em caso de incêndio. Quando o carro bateu nos rails de protecção, o cinto de segurança causou ferimentos fatais na cabeça e no pescoço. O resto da temporada de 1970 foi doloroso, com o piloto da Ferrari, Jacky Ickx a aproximar-se da liderança indefesa de Rindt. Mas uma brilhante vitória no Grande Prémio dos Estados Unidos pelo estreante Emerson Fittipaldi, selou o campeonato para Jochen Rindt, que se tornou o único piloto da história da F1 a vencer o campeonato mundial postumamente.
Em 1971 a Lotus não venceu nenhuma corrida. O que não acontecia desde 1960.
Em 1972, a pintura da Lotus mudou para preto e dourado com a chegada de um novo patrocinador. John Player Special. A equipa recupera a competitividade e Emerson Fittipaldi vence cinco corridas. O brasileiro conquistou o título de Campeão Mundial de Pilotos após a vitória no Grande Prémio de Itália, com a Lotus a conquistar o quinto título de construtor graças aos únicos pontos de Fittipaldi.
No ano de 1973 Collin Chapman contrata o sueco Ronnie Peterson para companheiro de equipa de Emerson e os dois pilotos dão à Lotus o título de Campeão de Construtores.
Nos anos seguintes a Lotus não apresenta a mesma competitividade e fica longe da luta pelos títulos, conseguindo apenas algumas vitórias, principalmente em 1977 com o inovador Lotus 78. O primeiro carro de efeito-solo.
Em 1978 a Lotus estava de novo na melhor forma, domina facilmente o campeonato e ganha metade das doze provas da temporada. Na partida do Grande Prémio de Itália, Ronnie Peterson envolveu-se num acidente onde partiu as pernas, foi transportado para o hospital onde morreu no dia seguinte, vítima de embolia causada pelas fracturas. No final da temporada, Mario Andretti sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos e a Lotus venceu o seu sétimo e último título de Campeão Mundial de Construtores.
Nos anos seguintes a Lotus volta a regredir e fica quatro anos longe das vitórias, que voltam em 1982 quando o italiano Elio de Angelis vence o Grande Prémio da Áustria. Essa foi a ultima vez que Collin Chapman viu um dos seus carros a ganhar uma corrida. No dia 16 de Dezembro de 1982, o brilhante fundador da Lotus morreu de ataque cardíaco aos 54 anos.
O ano de 1983 foi catastrófico e Peter Warr, que substituiu Colin Chapman, decidiu contratar Gérard Ducarouge como director técnico.
Na temporada de 1984, a Lotus parecia pronta a encontrar o sucesso. Mas a McLaren dominou escandalosamente o campeonato e os pilotos da Lotus tiveram de se contentar com alguns pódios (4 para de Angelis, 2 para Mansell). Elio de Angelis e a Lotus terminaram no terceiro lugar em ambos os campeonatos.
Em 1985 a Lotus contratou Ayrton Senna e logo na sua segunda corrida com a nova equipa o piloto brasileiro conquistou a vitória no Grande Prémio de Portugal debaixo de forte chuva. Senna vence também o Grande Prémio da Bélgica novamente na chuva. Com 8 poles-positions alcançadas (incluindo sete para Senna), três vitórias e nove pódios, a Lotus volta a ser uma equipa grande.
Em 1986 e 1987, Ayrton Senna vence duas provas em cada ano. O Grande Prémio de San Marino de 1987 que Senna ganhou, foi a ultima vitória da Lotus na F1. Com a saída de Ayrton Senna no final de 1987 a Lotus voltou a cair e apenas conseguiu três pódios em 1988 por intermédio de Nelson Piquet. A partir desse ano, a Lotus viveu a sua pior fase desde a estreia.
Para a temporada de 1990 foi contratado o inglês Derek Warwick e o norte-irlandês Martin Donnelly. No final do campeonato, dois graves acidentes abalam a Lotus. O primeiro sem consequências, com Warwick, no Grande Prémio de Itália. O segundo, mais grave, foi em Espanha, com o norte-irlandês Donnelly, que não voltou a correr na F1. Para o seu lugar, foi contratado Johnny Herbert, que permaneceu na equipa até 1994. O finlandês Mika Hakkinen, fez sua estreia na categoria pela Lotus, em 1991.
Em 1992, com Hakkinen e Herbert como pilotos, a Lotus obteve o seu último Top-5 no Campeonato de Construtores, ao ficar em 5º lugar, com 13 pontos conquistados. Com a saída do finlandês para a McLaren no ano seguinte, o italiano Alessandro Zanardi é contratado para o seu lugar, mas um violento acidente na Bélgica em Spa-Francorchamps forçam a equipa a substituí-lo pelo português Pedro Lamy. Porém, seria com Herbert que a Lotus pontuaria pela última vez ao terminar em 5º lugar nesse mesmo Grande Prémio da Bélgica.
1994 Foi a última temporada da Lotus na F1 e foi também a pior da história da equipa, a única em que não conseguiu nenhum ponto. Herbert e Lamy iniciaram a temporada, porém a Lotus foi mais uma vez afectada por um sério acidente, desta vez envolvendo o piloto português, durante um teste em Silverstone. O Grande Prémio da Austrália de 1994 foi a ultima corrida que o Team Lotus disputou na F1.
Nos 36 anos em que a Lotus esteve envolvida na F1, disputou 491 corridas, conquistou 79 vitórias, 107 pole-positions e 71 voltas mais rápidas. Ganhou 7 vezes o Campeonato Mundial de construtores (1963, 1965, 1968, 1970, 1972, 1973 e 1978). Venceu 6 vezes o Campeonato do Mundo de Pilotos (1963, 1965, 1968, 1970, 1972 e 1978).

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Ao lado da equipe Fittipaldi, a Lotus sempre vai significar meu desejo e apreço pela F-1... Viva a memória de Collin Chapman...