26 de outubro de 2022

MONT-TREMBLANT

 

O circuito Mont-Tremblant fica localizado a cerca de 13 quilómetros a sul da vila Mont-Tremblant, nos montes Laurentides, na província do Quebec, Canadá.
A vila é bastante conhecida por dois motivos, esqui e automobilismo e essas duas modalidades têm uma forte ligação em Mont-Tremblant. 
Em 1938, Joseph Bondurant Ryan, um explorador de Filadélfia que procurava ouro, escalou Mont-Tremblant até ao topo na companhia dos seus amigos Harry Wheeler e o jornalista Lowell Thomas. Maravilhado com a paisagem, decidiu construir um resort de esqui, que foi inaugurado um ano mais tarde, o Mont-Tremblant Lodge. Rapidamente a região tornou-se um destino de eleição para os adeptos dos desportos de inverno e a vila passou a viver, essencialmente, do turismo de inverno, ficando muito mais calmo no verão, o que deixava os trabalhadores das estâncias de esqui com poucas hipóteses de conseguir emprego. Então, Leo Samson, dono de um hotel em Mont-Tremblant, pintor e entusiasta de automobilismo, desde que o seu pai o levou a ver corridas de automóveis em Montreal, começou a idealizar construir uma pista na região. Samson, demorou alguns anos a reunir os apoios necessários e a comprar terrenos para tornar realidade o seu sonho. 
Em 1964, o Circuito Mont-Tremblant foi inaugurado com um percurso de 2.510 metros e com Ludwig Heimrath a ter o privilégio de vencer a corrida inaugural. 
A ligação do automobilismo com o esqui deu-se quando o circuito foi dedicado à memória de Peter Barry Ryan, filho de Joseph Bondurant Ryan, que viu a sua carreira de esquiador interrompida devido a uma lesão e que depois se tornou piloto de automobilismo. Venceu o primeiro Grande Prémio do Canadá (em carros de Sport), no circuito de Mosport em 1961 com um Lotus 19 e ainda nesse ano, correu no Grande Prémio dos Estados Unidos de F1, terminando a prova no 9º lugar. Em 1962, depois de ter participado nas 24 Horas de Le Mans, Peter Ryan correu em provas de Formula Junior. Em Reims, durante a corrida “Coupe Internationale des Juniors”, Ryan sofreu um acidente que lhe custou a vida.
Em 1965, o Circuito Mont-Tremblant foi ampliado. Esculpido na encosta e rodeado por belas paisagens a pista passou a contar com 4.265 metros e ficou com uma reta bastante rápida. 
De 20 a 22 de Setembro de 1968, o Circuito Mont-Tremblant sediou pela primeira vez o Grande Prémio do Canadá de F1. Jochen Rindt em Brabham-Repco obteve a pole-position. Na corrida, Jo Siffert ao volante de um Lotus-Ford, conseguiu a volta mais rápida mas foi a McLaren a colocar os seus dois carros nos dois primeiros lugares da classificação final, com Denny Hulme na frente de Bruce McLaren.
Em 1970, a F1 regressou a Mont-Tremblant no fim de semana de 18 a 20 de Setembro. Jackie Stewart em Tyrrell-Ford, conseguiu a pole-position e liderou a corrida até à 31ª volta, altura em que desistiu com problemas de transmissão do seu carro. Os dois Ferrari assumiram a liderança da prova até ao final e Jacky Ickx cortou a meta quinze segundos na frente do seu companheiro de equipa, Clay Regazzoni.
Mont-Tremblant apenas recebeu dois Grandes Prémios de F1. Durante a década de setenta os carros do campeonato Can-Am foram o expoente máximo das corridas no circuito, mas na década de oitenta apenas se disputaram provas de campeonatos locais. 
O circuito ficou desatualizado e fora dos padrões exigidos para poder realizar corridas. Depois de mudar de proprietário várias vezes, foi comprado em 2000 por Lawrence Stroll que nomeou Alan Wilson para renovar por completo o circuito para ficar de acordo com os padrões modernos da FIA. As obras duraram dois anos, o circuito foi alargado, foram construídas novas boxes e um novo paddock, a torre de controlo foi renovada mas manteve o design original.
Depois da reabertura, o circuito Mont-Tremblant recebeu várias corridas de campeonatos canadianos e americanos, mas foram as diversas provas de carros históricos que deram vida ao autódromo. 
O circuito passou também a ser a sede da Jim Russell Racing Driver School, por onde passaram Gilles e Jacques Villeneuve. O sucesso dos dois pilotos teve muito a ver com o que aprenderam no circuito de Mont-Tremblant, pois qualquer piloto que dominasse a pista canadiana, estava pronto para enfrentar todos os outros circuitos.

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