10 de janeiro de 2021

IMOLA

 

O Autódromo Internazionale Enzo e Dino Ferrari, é um circuito de automobilismo e motociclismo próximo da cidade de Imola, 40 quilómetros a leste de Bolonha e a 80 quilómetros a leste da fábrica da Ferrari, em Maranello.
No final da década de quarenta, quatro moradores da região, Alfredo Campagnoli, Graziano Golinelli, Ugo Montevecchi e Gualtiero Vighi, que eram apaixonados por corridas de motos, viram a oportunidade apresentada pela criação de uma nova estrada que ligava a via Emila, onde agora está localizada a curva Rivazza, à cidade de Codrigano, até a actual curva de Tosa. 
O pretexto de aliviar o desemprego foi um dos motivos para se avançar para a construção do circuito. A primeira pedra foi lançada em Março de 1950, com o próprio Enzo Ferrari presente. Em Outubro de 1952, os primeiros testes foram realizados, com a Ferrari a enviar um 340 Sport para Ascari, Marzotto e Villoresi para testar o circuito.
A pista foi inaugurada em Abril de 1953 com uma corrida de motos e em Junho do ano seguinte teve a primeira prova de automobilismo.
Inicialmente o circuito designava-se como, Autódromo Santermo, nome do rio que passa nas traseiras do paddock. Em 1970, foi renomeado para Autódromo Dino Ferrari, em homenagem ao filho de Enzo Ferrari que morreu de distrofia muscular em 1956 aos 24 anos. No ano de 1988 e após o falecimento do fundador da Ferrari, o circuito volta a mudar de nome para passar a ser, Autódromo Enzo e Dino Ferrari.
No ano de 1963 o circuito teve pela primeira vez uma corrida de F1 que foi ganha por Jim Clark em Lotus, no entanto a prova não contou para o campeonato.
Em 1980, o Circuito de Imola recebeu pela primeira vez uma corrida do Campeonato do Mundo de F1, com a realização do Grande Prémio de Itália. A pole-position foi de René Arnoux em Renault, a volta mais rápida foi obtida por Alan Jones em Williams-Ford e a vitória foi conquistada por Nelson Piquet em Brabham-Ford.
A partir de 1981 e até 2006, Imola foi a casa do Grande Prémio de San Marino durante esses 26 anos. Nelson Piquet foi de novo o vencedor e tornou-se o primeiro piloto a vencer o Grande Prémio de San Marino.
Não sendo uma pista extremamente rápida como Monza, o circuito de Imola também proporcionava grandes velocidades, principalmente a zona entre a recta da meta e a curva Tosa. Era precisamente nesse sector que estava a rápida curva Tamburello. Os pilotos consideravam a curva como uma recta torta, pois era feita a fundo, no entanto o pouco espaço entre a pista e o muro preocupava os responsáveis pelo circuito. 
Em 1987, Nelson Piquet sofreu um acidente nos treinos e bateu forte de traseira no muro da curva Tamburello, ficando de fora da corrida, o que levou o piloto brasileiro a passar os meses seguintes sem dormir em condições e a acordar a meio da noite sem saber onde estava ou quem era. Dois anos depois, Gerhard Berger em Ferrari teve um acidente no mesmo local, com o seu carro a pegar fogo depois de bater com estrondo no muro, valeram os comissários que foram rápidos a apagar o fogo, mas o piloto austríaco sofreu queimaduras nas mãos que o impossibilitaram de correr na prova seguinte. Em 1991 foi Michele Alboreto a bater no mesmo sítio quando o testava o Footwork-Porsche, no entanto o piloto italiano saiu pelo próprio pé do carro mas sofreu cortes numa perna e duas costelas partidas. No ano seguinte, durante uns testes, foi Riccardo Patrese a bater no muro da curva Tamburello, quando perdeu o controlo do seu Williams-Renault devido a um problema na roda traseira, o que não impediu que o piloto italiano participasse na corrida mesmo tendo-se queixado de dores nas costas quando saiu do carro após o acidente.
Em 1994, Imola foi o palco de um dos mais negros Grandes Prémios de F1. Nos treinos de sexta-feira, Rubens Barrichello sofre um violento acidente que o retirou da corrida. No dia seguinte, o austríaco Roland Ratzenberger morreu quando o seu Simtek-Ford saiu da pista descontrolado depois da asa frontal ter-se partido e bateu na curva Villeneuve. No domingo e após um forte acidente na largada entre Pedro Lamy e J.J. Lehto, em que os destroços dos carros voaram para as bancadas e feriram alguns espectadores, o Williams-Renault de Ayrton Senna saiu a direito na curva Tamburello, bateu no muro, com um braço de suspensão a perfurar o capacete do piloto brasileiro que morreu na pista.
Entre 1994 e 1995, Imola sofreu grandes alterações no seu traçado, principalmente na curva Tamburello e na curva Villeneuve, onde foram introduzidas duas chicanes.
Mas o Circuito de Imola também teve o seu lado positivo. Em 1983 Patrick Tambay, em Ferrari, estreou-se a vencer na F1, o mesmo aconteceu com Heinz-Harald Frentzen, ao volante de um Williams-Renault, que ganhou a corrida em 1997. Em 1990 e apesar de não ser uma estreia no lugar mais alto do pódio, Riccardo Patrese regressou às vitórias na F1 após seis anos e junto com Elio de Angelis, que ganhou em 1985, tornaram-se os únicos italianos a vencerem o Grande Prémio de San Marino.
Em 2020, 2021 e 2022, Imola passou a sediar o Grande Prémio da Emília Romagna.
Ayrton Senna, com 8, é ainda o piloto que detém o recorde de pole-positions. A McLaren, com 9, é a equipa que lidera a tabela. Nas vitórias, o alemão Michael Schumacher é o recordista, com 7 vitórias. A Williams e a Ferrari, com 8, são as equipas com mais triunfos.  

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