12 de fevereiro de 2023

MCLAREN M23

 

O McLaren M23 foi o 12º monolugar de F1 que a equipa McLaren construiu.
Projectado por Gordon Coppuck, com o apoio de John Barnard, o novo McLaren M23 foi inspirado no McLaren M16, vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 1972. Coppuck projetou o seu primeiro carro de F1 já de acordo com as novas normas da FIA, com obrigatoriedade de estruturas deformáveis a proteger os tanques de combustível. 
Apesar de não ser um carro inovador, o McLaren M23 mostrou ser um carro bastante equilibrado. Impulsionado pelo motor Ford Cosworth DFV 3 litros V8, e equipado com caixa de velocidades manual Hewland FG 400 de 5 mudanças, o McLaren M23 tinha chassis formado em chapa de alumínio de calibre 16, todas as juntas coladas e rebitadas, os sidepods do radiador uma extensão integral da estrutura. O tanque de combustível foi centralizado para criar um baixo centro de gravidade, com a posição de condução a ser “empurrada” para a frente em relação ao modelo anterior, o McLaren M19. A suspensão dianteira compreendia ligações de taxa crescente ou progressiva, um grande braço triangular inferior e unidades de mola / choque montadas no interior acionadas por balancim superior. Na traseira, um triângulo inferior invertido, um único elo superior e hastes de raio duplo foram usados, a progressão da taxa de mola foi alcançada com o enrolamento das molas helicoidais. Os travões eram pinças Lockheed 'Can-Am', rotores de 10,5 polegadas de diâmetro, externos na frente e internos, ao lado da caixa de velocidades, na traseira. A carroceria era “totalmente envolvente”, a caixa de ar cobria perfeitamente o motor, auxiliando o fluxo de ar para a asa traseira.
A estreia do McLaren M23 aconteceu no Grande Prémio da África do Sul de 1973 pela mão de Denny Hulme, que obteve a pole-position e terminou a corrida no 5º lugar. Nessa temporada, Hulme venceu o Grande Prémio da Suécia, naquela que foi a primeira vitória do McLaren M23, já o seu companheiro de equipa, o norte-americano Peter Revson, ganhou em Inglaterra e no Canadá.
Em 1974, a McLaren adquiriu os patrocínios da Marlboro e da Texaco e contratou o piloto brasileiro Emerson Fittipaldi, que foi decisivo para testar e evoluir ainda mais o M23. Hulme venceu a primeira corrida da temporada, na Argentina, e Fittipaldi ganhou no Brasil, Bélgica e Canadá. No final do campeonato a McLaren conquistou o seu primeiro título de Construtores e Fittipaldi venceu o Campeonato Mundial de Pilotos.
Em 1975, o M23 continuou a ser competitivo, Fittipaldi ganhou na Argentina e em Inglaterra, enquanto que Jochen Mass, o seu novo companheiro de equipa, venceu em Espanha, contudo Niki Lauda e o Ferrari 312T foram mais fortes e venceram ambos os campeonatos.
Em 1976, James Hunt assumiu o lugar de Emerson Fittipaldi. Os novos regulamentos proibiam as entradas de ar altas no capot central e a McLaren optou por duas entradas de ar a ladear o rollbar por cima da cabeça do piloto. O McLaren M23 passou também a estar equipado com uma caixa de velocidades Hewland FGA de seis mudanças e deixou de dispor do motor de arranque, passando a ser realizado pneumaticamente. Depois de conquistar a pole-position no Brasil e na África do Sul, Hunt mostrou estar à altura de ser o digno sucessor de Fittipaldi, o piloto inglês venceu o Grande Prémio de Espanha, mas acabou desclassificado, pois o McLaren ultrapassava os limites de largura na nova regulamentação. Só dois meses depois a CSI decidiu revogar a decisão e apenas multar a McLaren. Hunt ganhou na França, Inglaterra e na Alemanha, depois que Lauda sofreu um grave acidente. Com nova vitória na Holanda e com Niki Lauda ausente, James Hunt aproximou-se da liderança no campeonato. As vitórias de Hunt no Canadá e nos Estados Unidos levaram-no a ficar a apenas três pontos de Lauda para a última corrida. Debaixo de chuva forte, Lauda desistiu por motivos de segurança e deixou o caminho livre para Hunt conquistar o campeonato de pilotos ao terminar a corrida no 3º lugar, tornando-se no segundo piloto a sagrar-se Campeão com a McLaren. 
Em 1977, a McLaren ainda usou o M23 nas primeiras provas, mas o melhor que conseguiu foram dois pódios, com o 2º lugar de Hunt no Brasil e de Mass na Suécia. Nesse ano, o canadiano Gilles Villeneuve conduziu o McLaren M23 no Grande Prémio de Inglaterra, onde se estreou na F1. 
O McLaren M23 ainda disputou corridas em 1978, a última no Grande Prémio de Itália, pela mão de Nelson Piquet, que terminou a corrida no 9º lugar.
Durante os seis anos que foi utilizado, o McLaren M23 disputou 83 Grandes Prémios, conquistou 16 vitórias, 14 pole-positions, 10 voltas mais rápidas e 38 pódios.  

Sem comentários: