28 de maio de 2023

LANCIA D50

 

O Lancia D50 foi o único carro de F1 que a marca de Turim construiu.
Projectado por Vittorio Jano, em 1954, o monolugar da Lancia era, visivelmente, um carro diferente do habitual com os tanques de combustível localizados entre os eixos e fora da carenagem, com o objectivo de melhorar o fluxo de ar entre as rodas e também a distribuição de peso à medida que a gasolina era consumida durante a corrida. O motor V8, com quatro árvores de cames, estava situado na parte frontal do carro, de modo a ter um baixo centro de gravidade, enquanto que o chassis era multitubular, de estrutura espacial.
A estreia do Lancia D50 na F1 aconteceu no Grande Prémio de Espanha de 1954. Os pilotos italianos, Alberto Ascari e Luigi Villoresi, foram os escolhidos para conduzirem os monolugares. Ascari começou por alcançar a pole-position, por mais de 1 segundo de vantagem para o Mercedes de Juan Manuel Fangio e liderou a corrida, desde a 3ª até à 9ª volta, altura em que desistiu com problemas de embraiagem no seu carro. Villoresi viu-se obrigado a abandonar a corrida na 2ª volta com problemas de travões no seu Lancia.
No ano de 1955, a Lancia ganhou duas corridas que não fizeram parte do Campeonato Mundial de F1, que foram o Grande Prémio de Valentino, disputado num circuito desenhado nas ruas do parque público Valentino em Turim e o Grande Prémio de Nápoles, ambas as provas com Alberto Ascari ao volante. O Campeonato do Mundo começou na Argentina, onde a Lancia tinha três carros para Alberto Ascari, Luigi Villoresi e Eugenio Castellotti, mas nenhum deles conseguiu terminar a corrida. Na prova seguinte, o Grande Prémio do Mónaco, a Lancia alinhou com um quarto carro que foi entregue ao piloto monegasco, Louis Chiron, que terminou a corrida no 6º lugar, logo atrás de Villoresi. A prova ficou marcada pelo primeiro e único pódio da Lancia na F1, com o 2º lugar de Castellotti, mas também pelo acidente de Ascari, na chicane do porto, com o carro do piloto italiano a sair de pista e a cair ao mar. Alberto Ascari salvou-se, mas morreu quatro dias depois em Monza, quando testava um Ferrari. A corrida que se seguiu foi o Grande Prémio da Bélgica, onde a Lancia apenas teve um carro, entregue a Castellotti. O piloto italiano obteve a pole-position mas na corrida foi obrigado a desistir com problemas na caixa de velocidades.
Com a morte de Alberto Ascari e com problemas financeiros, a Lancia decidiu retirar-se da F1. Os carros e o que restou da equipa foi adquirido pela Ferrari.
Em 1956, Juan Manuel Fangio, Eugenio Castellotti, Luigi Musso, Peter Collins, Paul Frère e Alfonso de Portago foram os pilotos que marcaram pontos na equipa Ferrari que continuou a utilizar os D50. Fangio venceu três corridas, Collins duas e Musso uma, com o piloto argentino a sagrar-se Campeão Mundial de Pilotos.
Em 1957, o D50, já a acusar a falta de desenvolvimento, foi incapaz de lutar com os Maserati 250F e não venceu nenhuma corrida. O Melhor que conseguiu foi sete pódios, através de Luigi Musso, Mike Hawthorn, Peter Collins e Wolfgang von Trips que obteve o 3º lugar no Grande Prémio de Itália, a última corrida do campeonato de 1957 e também a última corrida que os D50 disputaram.
O Lancia/Ferrari D50 disputou 18 Grandes Prémios. Conquistou 5 vitórias, 8 pole-positions e 5 voltas mais rápidas.

Sem comentários: