4 de novembro de 2020

SPA-FRANCORCHAMPS


O Circuito de SPA-Francorchamps é um circuito de automobilismo situado em Stavelot, nos arredores de Liége na Bélgica.
Projectado em 1920 por Jules de Thier, dono do jornal “La Meuse” e Henri Langlois Van Ophem, presidente do RACB (Royal Automobile Clube de Belgique), o percurso original usava as estradas públicas entre as cidades de Francorchamps, Malmedy e Stavelot. A inauguração da pista estava prevista para Agosto de 1921 com uma corrida de carros, mas a prova teve de ser cancelada por só haver um participante, assim a primeira corrida de sempre em SPA foi de motos em 1922. Em 1924 os dirigentes do RACB decidiram organizar uma prova de resistência, no ano anterior tinham-se iniciado as 24 Horas de Le Mans, e avançaram para a realização das 24 horas de SPA-Francorchamps. Em 1925 aconteceu a primeira prova de Grande Prémio que foi denominada, Grande Prémio da Europa e que teve como vencedor o italiano Antonio Ascari, pai de Alberto Ascari que foi Campeão Mundial de F1 em 1952 e 1953.
O circuito original com cerca de 15 quilómetros, que usava as estradas nacionais, era uma pista muito rápida e extremamente perigosa. No final da década de setenta o circuito foi remodelado e passou a ter um desenho com 7 quilómetros, mesmo assim manteve as suas características. Outro factor muito particular de SPA é o clima muito imprevisível, podendo estar a chover num ponto do circuito e no outro estar completamente seco.
O circuito de SPA é um dos preferidos dos pilotos de F1 por ser bastante desafiador e com curvas onde a coragem dos pilotos é colocada à prova.
Em todas as pistas do mundo as curvas tem nomes: Rivazza, Copse, Tamburello, Lesmo, Parabólica, Hotel Lowes, Karrussel. Em SPA não é diferente e são muitos os nomes míticos. La Source, a curva mais lenta do circuito que depois da meta é a primeira travagem quando se arranca e que costuma ter sempre alguns toques. Eau Rouge/Raidillon, é a mais famosa zona de SPA, depois de fazer La Source, os pilotos encontram uma vertiginosa descida, rumo ao vale onde corre o riacho de Eau Rouge e que precede uma subida quase a pique, rumo ao Raidillon. A passagem da descida para a subida, mesmo no ‘apex’ da curva, é uma compressão terrível e faz ‘subir’ o estômago até ao pescoço. Neste sítio, até mesmo os mais temerários hesitam em levantar o pé nem que seja uma fracção de segundo. É a única curva entre todas as pistas de F1, onde a força G é vertical e não lateral.
Com a introdução do Campeonato do Mundo de F1 em 1950, Spa-Francorchamps foi uma das pistas escolhidas e nos 70 anos que já leva o campeonato, apenas esteve ausente por 16 vezes.
Em 2021, uma forte chuva atrasou a corrida. Após terem sido completas 3 das 44 voltas, atrás do Safety Car, a prova foi interrompida com a mostragem de bandeiras vermelhas.
Depois de mais de três horas de espera, a direção da corrida confirmou o fim do Grande Prémio, que como não chegou a 75% da distância original, a corrida teve apenas metade dos pontos recebidos. Destaque para George Russell, que conseguiu o primeiro pódio com a Williams.
A prova inaugural em 1950 teve como vencedor Juan Manuel Fangio em Alfa Romeo, ainda no circuito original de 14 quilómetros.
Em 1983 e já na pista remodelada foi Alain Prost em Renault que conquistou a vitória.
Até aos dias de hoje, foram 28 os pilotos que venceram as 56 edições do Grande Prémio da Bélgica, disputado em SPA-Francorchamps. Michael Schumacher com 6 triunfos é o recordista, enquanto que Ayrton Senna e Jim Clark foram os únicos que ganharam quatro vezes consecutivas. Quanto às equipas, a Ferrari já venceu por 13 vezes.

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Um dos lendários circuitos da F-1. O meu favorito. E, com certeza, palco de grandes "batalhas" pelas vitórias de grandes (e médios) pilotos...