22 de julho de 2020

JUAN MANUEL FANGIO


Juan Manuel Fangio nasceu no dia 24 de Junho de 1911 em Balcarce, Argentina.
Aos 13 anos deixou a escola e passou a trabalhar como mecânico numa oficina de automóveis. Com 21 anos, teve de cumprir o serviço militar obrigatório na escola de cadetes de Campo de Mayo, perto de Buenos Aires, onde despertou a atenção do seu oficial comandante pelas suas habilidades de condução, o que lhe valeu ser nomeado para motorista oficial.
Depois de terminar o serviço militar, Fangio decidiu abrir o seu próprio negócio de mecânico automóvel e também começou a competir em várias corridas locais, tendo alcançado muitas vitórias e títulos, sendo já considerado o melhor piloto argentino. Com o apoio do regime de Juan Peron, Fangio viajou para competir na Europa em 1949, onde conquistou bastantes vitórias a bordo de um Maserati.
Fangio foi contratado pela Alfa Romeo para participar no primeiro Campeonato do Mundo de F1 que teve início no dia 13 de Maio com o Grande Prémio de Inglaterra. Com três vitórias em seis provas terminou o campeonato em segundo lugar, atrás do seu companheiro de equipa, o italiano Nino Farina.
Em 1951 Fangio levou a melhor sobre Farina e todos os outros e sagrou-se pela primeira vez Campeão Mundial de Pilotos.
No ano seguinte o campeonato de F1 foi disputado de acordo com as especificações da F2, o que deixou a Alfa Romeo fora da competição por não ter um carro dentro das novas normas. Em consequência, Fangio ficou sem lugar para competir no Campeonato Mundial de F1. O argentino passou a conduzir um BRM em provas extracampeonato, mas aceitou guiar um Ferrari em Monza. Na prova italiana, Fangio sofreu um grave acidente logo na segunda volta que o deixou bastante mal tratado e o impossibilitou de conduzir até ao fim dessa temporada.
Em 1953 Fangio estava de volta às corridas com a Maserati, mas a equipa de Bolonha não conseguiu acompanhar o andamento dos Ferrari e Fangio apenas venceu o Grande Prémio de Itália, a ultima prova da temporada e terminou o campeonato no 2º lugar.
Foi ainda ao comando do Maserati que Fangio iniciou a temporada de 1954. A jornada inaugural foi o Grande Prémio da Argentina em Buenos Aires que Fangio venceu, tornando-se o primeiro piloto argentino a vencer uma prova do Campeonato Mundial de F1 em casa. O argentino voltou a ganhar na Bélgica, sendo esse o seu último triunfo com a Maserati nesse ano. Na corrida seguinte, o Grande Prémio de França, Fangio ingressou na Mercedes e venceu não só em França, como na Alemanha, Suíça e Itália, sagrando-se Bi-Campeão no fim da temporada.
Em 1955 Fangio e a Mercedes voltaram a dominar. A marca alemã só não ganhou no Mónaco e Fangio venceu quatro das seis corridas do campeonato, levando o seu terceiro título de Campeão Mundial de Pilotos.
No ano de 1956, Fangio volta a trocar de equipa e ingressa na Ferrari. Com três vitórias, dois segundos lugares, um quarto posto e uma desistência, Fangio conquista pela quarta vez o Campeonato do Mundo de Pilotos. No entanto as relações entre Enzo Ferrari e Fangio sempre foram conturbadas, o que levou o piloto argentino a deixar a equipa de Maranello no fim do ano.
Em 1957 Fangio regressou à Maserati para conduzir o icónico 250F, idêntico ao que tinha utilizado no início de 1954. Com quatro vitórias nas cinco primeiras corridas, o piloto argentino garantiu pela quinta vez o título de Campeão Mundial no Grande Prémio da Alemanha em Nurburgring, naquela que foi, provavelmente a sua melhor corrida de F1. Nessa prova o piloto argentino decidiu partir com uma táctica diferente dos pilotos da Ferrari. Fangio percebeu que a Ferrari iria fazer toda a prova sem paragens na box, enquanto que o seu Maserati iria partir com pneus macios e meio deposito de gasolina, o que o obrigava a parar a meio da corrida para trocar pneus e reabastecer. Na 13ª volta Fangio parou na box quando liderava a corrida com uma vantagem de 13 segundos, mas a paragem foi desastrosa, o mecânico que retirou a roda traseira esquerda deixou a porca rolar para debaixo do carro sem perceber e só ao fim de quase meio minuto achou a porca e colocou o pneu no sítio, com Fangio a deixar a box em 3º lugar e a quase 50 segundos do segundo posto. Nas voltas seguintes o Maserati 250F pareceu ter ganho asas, com Fangio a estabelecer o recorde da volta, uma atrás da outra, que culminou com o recorde da pista na 20ª volta: 9 minutos, 17 segundos e 4 décimos, cerca de 11 segundos mais rápido que a melhor volta dos Ferrari. Na 21ª e penúltima volta, Fangio ultrapassou Peter Collins numa curva e logo a seguir passou por Mike Hawthorn, vencendo com 3,6 segundos de vantagem.
Após a corrida Fangio comentou: “Eu nunca conduzi tão rápido na minha vida e acho que nunca mais vou conseguir fazer isso na minha vida”.
Fangio disputou apenas duas provas em 1958 com a Maserati, terminando ambas em 4º lugar. O Grande Prémio de França em Reims foi a ultima vez que disputou uma prova de F1. O respeito de todos os outros pilotos por Fangio era tanto que durante a corrida final, o líder Hawthorn, que tinha dobrado Fangio, travou já com a meta à vista, para que o argentino pudesse se desdobrar e terminar a prova com o mesmo número de voltas do vencedor na sua ultima corrida de F1.
Fangio ficou famoso por ganhar corridas com o que descreveu como a velocidade mais lenta possível, para conservar o carro até ao fim.
Juan Manuel Fangio esteve na F1 entre 1950 e 1958. Disputou 51 corridas, conquistou 24 vitórias, 29 pole-positions, 23 voltas mais rápidas e 35 pódios. Sagrou-se Campeão Mundial em 1951, 1954, 1955, 1956 e 1957. É até os dias de hoje o único piloto a vencer cinco campeonatos com quatro equipas diferentes.
No dia 17 de Julho de 1995, Juan Manuel Fangio morreu, vítima de um ataque cardíaco, aos 84 anos de idade. A Argentina declarou três dias de luto nacional pelo piloto cinco vezes Campeão Mundial, um recorde que manteve até 2002.

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Um piloto fantástico em seu tempo. Um dos maiores de todos os tempos...