5 de setembro de 2021

JOCHEN RINDT

 

Karl Jochen Rindt nasceu no dia 18 de Abril de 1942 em Mainz, Alemanha.
Filho de pai alemão e mãe austríaca, Rindt ficou órfão com apenas 1 ano de idade, quando os seus pais morreram num bombardeamento das Forças Aliadas em Hamburgo, durante a Segunda Guerra Mundial. Foi depois criado pelos avós maternos, em Graz na Áustria. Apesar de nunca se ter naturalizado austríaco, pois permaneceu até ao fim da vida com a cidadania alemã, Jochen Rindt optou por representar a Áustria.
Jochen era uma criança rebelde, o seu tempo de escola foi conturbado e acabou expulso, indo mais tarde para Inglaterra onde aprendeu a falar inglês e também a conduzir, apesar de ainda não ter idade para ter carta de condução. Quando regressou a casa, partiu o pescoço femoral, enquanto esquiava com os amigos durante as férias, sendo sujeito a várias cirurgias que não impediram que ficasse com uma perna mais curta do que a outra, passando a mancar um pouco até ao fim da sua vida. 
Em 1960 teve o seu primeiro carro, um Volkswagen Carocha. No ano seguinte o seu interesse pelo automobilismo disparou, quando assistiu ao Grande Prémio da Alemanha em Nurburgring, junto com os seus amigos de escola, incluindo, Helmut Marko, futuro piloto de F1 e consultor da Red Bull Racing.
Foi ainda em 1961 que Jochen Rindt participou na sua primeira corrida, com o Simca Abarth 2000 da sua avó. Durante a prova, Rindt foi desqualificado devido a condução perigosa. Mais tarde adquiriu um Alfa Romeo GT 1300 preparado para corridas e tornou-se melhor piloto.
Nos anos seguintes correu na Formula Júnior e depois na F2.
No Grande Prémio da Áustria de 1964, Jochen Rindt estreou-se na F1, ao volante de um Brabham-BRM da equipa de Rob Walker. Rindt largou do 13º lugar na grelha de partida e na corrida desistiu na 58ª volta com problemas de direção.
Em 1965 ingressou na Cooper. Na sétima corrida do campeonato, o Grande Prémio de Inglaterra, Rindt, conquistou os seus primeiros pontos na F1 ao terminar no 4º posto. Duas provas depois, nos Estados Unidos, voltou a pontuar com o 6º lugar. No final do campeonato somou 4 pontos e o 13º lugar. 
No ano seguinte e ainda com a Cooper, a temporada de Jochen Rindt foi bastante melhor. Conseguiu o seu primeiro pódio logo na segunda corrida do campeonato, com o 2º lugar no Grande Prémio da Bélgica, o mesmo resultado que obteve mais tarde no Grande Prémio dos Estados Unidos, pelo meio ainda conquistou outro pódio mas com o 3º lugar na Alemanha. Das nove provas da temporada, Rindt terminou seis e todas nos lugares que deram pontos. Isso refletiu-se no final do campeonato com os 22 pontos obtidos e o 3º lugar na classificação.
O ano de 1967 já foi o inverso, pois apenas terminou o Grande Prémio da Bélgica e o Grande Prémio de Itália, ambos em 4º lugar. Nas restantes sete provas, Rindt, teve problemas no seu Cooper e foi obrigado a desistir. O 13º lugar no campeonato com 6 pontos foi o melhor que conseguiu.
Em 1968 mudou de ares e passou para a Brabham, mas a temporada foi praticamente uma cópia da anterior, também com duas corridas completadas, na África do Sul e na Alemanha, mas desta vez com o 3º lugar em ambas. No Grande Prémio de França conquistou a sua primeira pole-position, repetindo o mesmo lugar na grelha de partida no Grande Prémio do Canadá. Esses oito pontos deram-lho o 12º lugar no campeonato.
Em 1969, Jochen Rindt assinou pela equipa que tinha ganho o Campeonato Mundial de Construtores no ano anterior, a Lotus, juntando-se ao piloto que conquistou o Campeonato do Mundo de Pilotos em 1968, Graham Hill. A temporada de Rindt começou com quatro desistências nas quatro primeiras provas em que participou. Ao 4º lugar em Inglaterra, seguiram-se dois 2ºs lugares na Alemanha e Itália, e o 3º posto no Canadá. Na corrida seguinte, o Grande prémio dos Estados Unidos, Jochen Rindt conquistou a sua primeira vitória na F1. No fim do campeonato, obteve o 4º lugar com 22 pontos.
Em 1970 com a saída de Graham Hill, Jochen Rindt tornou-se o líder da equipa, que teve como companheiro o piloto britânico John Miles. O arranque da temporada voltou a não ser o melhor, com duas desistências na África do Sul e em Espanha. Seguiu-se a vitória no Grande Prémio do Mónaco. Depois de novo abandono na Bélgica, Rindt, conquistou a vitória nas quatro corridas seguintes, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. Na prova seguinte, na Áustria, Rindt poderia ter conquistado o título de pilotos em casa, mas depois de ter largado da pole-position, foi obrigado a desistir com problemas de motor na 21ª volta. O Grande Prémio de Itália era a corrida seguinte. No Circuito de Monza, uma pista de altas velocidades, os pilotos procuravam manterem-se colados ao carro da frente, nas rectas, para ganharem ainda mais velocidade, aproveitando o cone de ar. Nos treinos de qualificação, Rindt usou as relações de transmissão mais altas montadas no seu carro para aproveitar o arrasto reduzido, aumentando a velocidade máxima potencial do carro para 330 km / h. Na quinta volta da sua sessão de treinos, na travagem para a curva Parabólica, o Lotus ziguezagueou e bateu violentamente nas barreiras de proteção, destruindo por completo a frente do carro. 
Rindt tinha o hábito de usar apenas quatro pontos no cinto de segurança em vez dos cinco pontos e não usava as tiras das virilhas, pois queria poder sair rapidamente do carro em caso de incêndio. Como resultado, após o impacto, Rindt deslizou por baixo dos cintos que fatalmente lhe cortaram a garganta. 
Jochen Rindt foi declarado morto a caminho do hospital em Milão e a Lotus retirou todos os carros da corrida.
Depois da corrida italiana faltavam disputar três provas, com vinte pontos a separar o segundo classificado da liderança ocupada por Rindt. Depois de vencer no Canadá, Jacky Ickx encurtou a diferença para 17 pontos, necessitando de vencer as duas corridas restantes. O Grande Prémio dos Estados Unidos, foi ganho pelo substituto de Rindt na Lotus, o brasileiro Emerson Fittipaldi, tornando Jochen Rindt como o único piloto Campeão Mundial de F1 a título póstumo.
O troféu de Campeão foi entregue à sua viúva, Nina Rindt, por Jackie Stewart no dia 18 de Novembro de 1970, numa cerimónia em Paris.
Rindt participou nas 24 Horas de Le Mans entre 1964 e 1967, vencendo a corrida no ano de 1965 ao volante de um Ferrari 250LM, em parceria com o piloto norte-americano Masten Gregory. Em 1967 e 1968, Rindt, disputou as 500 Milhas de Indianápolis mas sem grande sucesso.
Jochen Rindt esteve sete anos na F1. Disputou 60 Grandes Prémios. Conquistou 6 vitórias, 10 pole-positions, 3 voltas mais rápidas e 13 pódios. Sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos em 1970 a título póstumo.
Jochen Rindt faleceu no dia 5 de Setembro de 1970.

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