29 de dezembro de 2021

RED BULL RACING

 

A Red Bull Racing é uma equipa de automobilismo que participa no Campeonato do Mundo de F1.
Depois de ter entrado na F1, como patrocinador principal da equipa Sauber em 1995, a Red Bull, uma empresa austríaca de bebidas energéticas que foi fundada em 1984 pelo austríaco Dietrich Mateschitz, comprou a equipa Jaguar Racing no dia 15 de Novembro de 2004, ano em que terminou o seu patrocínio com a Sauber.
No dia 6 de Março de 2005, a Red Bull estreou-se como construtor na primeira prova do Campeonato do Mundo de F1, o Grande Prémio da Austrália. O escocês David Coulthard e o austríaco Christian Klien foram os pilotos escolhidos e ambos terminaram a corrida nos lugares pontuáveis, com Coulthard a ocupar o 4º lugar e Klien o 7º. Oito semanas antes do início da temporada, Christian Horner, antigo piloto e diretor da equipa de Formula 3000 Arden International Motorsport desde 1999, foi escolhido para assumir a função de Chefe de Equipa da Red Bull Racing. A equipa terminou o campeonato no 7º lugar, com 34 pontos. Coulthard pontuou em nove corridas, Klien em cinco e o italiano Vitantonio Liuzzi, que disputou quatro provas, pontuou por uma vez. 
O ano de 2006, foi menos positivo, com Coulthard e Klien a pontuarem em sete corridas. Ainda assim o piloto escocês ofereceu à equipa o primeiro pódio, com o 3º lugar no Grande Prémio do Mónaco.
2007, Foi praticamente igual ao ano anterior, pois ambos os pilotos pontuaram em sete provas e a equipa conquistou um pódio, também com o 3º lugar, mas em Nurburgring, alcançado pelo australiano Mark Webber que ocupou o lugar de Christian Klien.
Em 2008, a Red Bull manteve a mesma dupla de pilotos. Webber pontuou por nove vezes e Coulthard apenas duas, no entanto foi o escocês a conseguir o único pódio da equipa com o 3º lugar no Canadá.
No ano seguinte, David Coulthard cedeu o seu lugar ao alemão Sebastian Vettel e foi o piloto germânico que na terceira corrida da temporada, o Grande Prémio da China, conquistou a primeira pole-position e também a primeira vitória da Red Bull Racing na F1, com Webber a terminar no 2º lugar. Vettel voltou a vencer em Inglaterra, Japão e Abu Dhabi, enquanto que Webber ganhou na Alemanha e no Brasil. Ambos os pilotos conseguiram ainda mais dez pódios o que foi fundamental para no final da temporada a Red Bull ocupar o 2º lugar no Campeonato Mundial de Construtores.
Entre 2010 e 2013, a Red Bull Racing manteve Vettel e Webber como pilotos. Ambos conquistaram 41 vitórias (Vettel 34 e Webber 7), Vettel tornou-se no único piloto a conquistar 9 vitórias consecutivas em uma temporada no campeonato de 2013. Vettel e Webber ajudaram a equipa a conquistar o título de Campeão Mundial de Construtores nesses quatro anos, com Vettel a vencer o título Mundial de Pilotos também entre 2010 e 2013.
Em 2014, o Australiano Daniel Ricciardo foi o piloto escolhido para tomar o lugar que tinha sido do seu compatriota Mark Webber. Nesse ano, a Red Bull venceu três corridas, todas por intermédio de Ricciardo, e nunca conseguiu impor-se ao maior poderio da Mercedes.
Em 2015, o russo Daniil Kvyat assumiu o lugar que tinha pertencido a Sebastian Vettel, mas nessa temporada, nem Kvyat, nem Ricciardo, conseguiram levar a Red Bull ao lugar mais alto do pódio e no final do campeonato, a equipa quedou-se pelo 4º lugar entre os construtores.
No ano de 2016, a Red Bull começou o campeonato com a mesma dupla de pilotos do ano anterior. Na terceira prova da temporada, Kvyat obteve o primeiro pódio da equipa com o 3º lugar na China, no entanto esse resultado não foi o suficiente para o piloto russo manter o seu lugar e dias antes do Grande Prémio de Espanha foi substituído por Max Verstappen que assim foi promovido à Red Bull Racing e Kvyat voltou à equipa Toro Rosso. Verstappen venceu a prova espanhola e tornou-se no mais jovem piloto a vencer uma corrida de F1, com 18 anos e 228 dias. Ricciardo, ganhou o Grande Prémio da Malásia e junto com Verstappen somaram 15 pódios e voltaram a colocar a Red Bull no pódio final do Campeonato de Construtores.
Em 2017 e 2018, a Red Bull com Ricciardo e Verstappen, lutou praticamente em todas as corridas pelos lugares do pódio. Nesses dois anos a equipa conseguiu sete vitórias (Verstappen 4 e Ricciardo 3), e em ambos os anos, terminou o campeonato de equipas na 3ª posição.
Em 2019, o francês Pierre Gasly começou o campeonato como companheiro de equipa de Max Verstappen, no entanto e apesar de ter pontuado em 9 das 12 corridas que disputou, foi substituído pelo tailandês Alexander Albon que acabou por ter melhores resultados que Gasly. As três vitórias que a Red Bull conquistou nessa temporada foram conseguidas por Verstappen, ao vencer na Áustria, Alemanha e Brasil. Foi precisamente no Grande Prémio do Brasil que a Red Bull estabeleceu o recorde da paragem para troca de pneus mais rápida de sempre com 1,82 segundos. No final do campeonato, a Red Bull voltou a obter o 3º lugar no Mundial de Construtores.
No ano de 2020, a Red Bull manteve a mesma dupla de pilotos com que terminou o campeonato do ano anterior, no entanto Albon encontrou mais dificuldades para conseguir bons resultados e o melhor que conseguiu foi o 3º lugar no Grande Prémio da Toscana e no Grande Prémio do Bahrain. Já Verstappen venceu em Silverstone, onde se disputou o Grande Prémio do 70º Aniversário e em Abu Dhabi e com a excepção do Grande Prémio da Turquia, onde foi 6º, terminou sempre no pódio todas as 12 corridas em que chegou ao fim e foi esse desempenho do piloto holandês que garantiu o 2º lugar no Campeonato de Construtores à Red Bull Racing.
Em 2021, o mexicano Sergio Pérez foi contratado para acompanhar Max Verstappen. A Red Bull conquistou 11 vitórias, 1 com Pérez e 10 com Verstappen. O piloto holandês mostrou uma regularidade ainda maior do que na temporada anterior e sem contar com o Grande Prémio da Hungria, onde foi 9º devido aos estragos que sofreu no carro, no acidente em que se envolveu na primeira curva, terminou sempre em 1º ou 2º todas as 18 corridas que terminou. No final do campeonato, Verstappen ganhou o Campeonato de Pilotos e a Red Bull voltou a obter o 2º lugar no Campeonato de Construtores.
No ano de 2022, a Red Bull voltou aos seus melhores dias e depois de um inicio de temporada complicado, com dois abandonos de Max Verstappen nas três primeiras corridas do campeonato, a equipa austríaca embalou para um domínio esmagador e venceu 16 das 19 provas seguintes e dessa forma Max Verstappen conquistou o seu segundo Campeonato Mundial de Pilotos e estabeleceu um novo recorde de vitórias numa temporada com 15 triunfos. A Red Bull conquistou o titulo máximo entre os Construtores depois de nove anos sem vencer.
Em 2023, o domínio da equipa austríaca foi ainda mais avassalador e a prova disso foi a revalidação do titulo de Campeão de Construtores, ainda com cinco corridas por disputar, e a conquista de 21 vitórias em 22 provas, com Max Verstappen a vencer 19 e Sergio Perez a triunfar em duas. 
A Red Bull Racing está na F1 há 20 anos. Disputou 373 Grandes Prémios. Conquistou 116 vitórias, 99 pole-positions, 97 voltas mais rápidas e 270 pódios. Venceu o Campeonato do Mundo de Construtores por 6 vezes (2010, 2011, 2012, 2013, 2022 e 2023), e conquistou o Campeonato do Mundo de Pilotos por 7 vezes (2010, 2011, 2012 e 2013), com Sebastian Vettel e (2021, 2022 e 2023) com Max Verstappen). 

26 de dezembro de 2021

ROUEN

 

O circuito francês Rouen-Les-Essarts, foi uma pista citadina de automobilismo que recebeu corridas de F1.
Em 1950, ano em que teve início o Campeonato do Mundo de F1, o Automóvel Clube da Normandia inaugurou o Circuito Rouen-Les-Essarts, nos arredores da cidade de Rouen e perto da vila de Les-Essarts. Com uma extensão de 5.100 metros, a pista usava as estradas públicas e era um circuito de média velocidade, com sectores distintos e bastante desafiador. Após a reta da meta seguia-se uma sequência de curvas rápidas que terminavam numa forte travagem para uma curva apertada em cotovelo à direita, depois entrava-se na zona mais lenta do circuito onde se encontrava a curva Sanson e após a curva Beauval os pilotos enfrentavam uma longa reta, com mais de 1 quilómetro, que terminava na lenta curva à direita Paradis, entrando de novo na reta da meta.
Quando foi inaugurado o circuito possuía bancadas permanentes e uma zona de boxes moderna, sendo considerado um dos melhores circuitos da Europa.
No dia 6 de Julho de 1952, o Circuito Rouen-Les Essarts sediou pela primeira vez o Grande Prémio de França de F1. Alberto Ascari e a Ferrari dominaram por completo a prova, com o piloto italiano a conquistar a pole-position, a volta mais rápida da corrida e a vitória, depois de liderar todas as 77 voltas. Nino Farina e Piero Taruffi, ambos em Ferrari, ocuparam os restantes lugares do pódio.
Em 1955, o desenho da pista foi ligeiramente alterado, passando a ter uma extensão de 6.542 metros, mas manteve o seu caráter desafiador e ainda mais rápido.    
Depois de quatro anos sem receber provas de F1, Rouen-Les-Essarts voltou a organizar o Grande Prémio de França em 1957. Juan Manuel Fangio, em Mercedes, foi o grande dominador, ao obter a pole-position e ao vencer a corrida depois de liderar 74 das 77 voltas da prova. A volta mais rápida da corrida coube a Luigi Musso da Ferrari, que terminou no 2º lugar, na frente do seu companheiro de equipa, o britânico Peter Collins.
Em 1962, Rouen-Les-Essarts sediou pela terceira vez o Grande Prémio de França. Jim Clark, em Lotus-Climax, conquistou a pole-position, mas na corrida foi Graham Hill a liderar 39 das 44 voltas e a estabelecer um novo recorde de volta, no entanto a prova ficou marcada pela primeira vitória na F1 de Dan Gurney e da Porsche.
No ano de 1964, mais uma vez o Grande Prémio de França aconteceu no circuito de Rouen-Les-Essarts. Tal como na última edição, Jim Clark, em Lotus-Climax, obteve a pole-position e na corrida, Dan Gurney repetiu a vitória, mas desta vez ao volante de um Brabham-Climax, naquela que foi a primeira vitória na F1 da equipa Brabham.
Em 1968, Rouen-Les-Essarts acolheu pela última vez o Grande Prémio de França. Jochen Rindt, em Brabham-Repco, conseguiu a sua primeira pole-position e tornou-se no primeiro piloto austríaco a conseguir esse feito. Na corrida, foi Jacky Ickx que conquistou a vitória, a sua primeira na F1 e também de um piloto belga na categoria. No entanto, todos esses acontecimentos ficaram ofuscados pelo acidente fatal do piloto da casa, Jo Schlesser. 
Depois de deixar de receber corridas de F1, o Circuito Rouen-Les-Essarts passou a organizar provas de F2, até 1978. Desde esse ano e até 1993, acolheu o Campeonato Francês de F3. Em 1994, o circuito foi fechado em definitivo por ser considerado demasiado perigoso para a prática de automobilismo. 
Em 1999, as bancadas, boxes e todos os edifícios que serviram as corridas foram demolidos e atualmente são poucos os vestígios do antigo circuito que recebeu por 5 vezes o Grande Prémio de França de F1 e que teve em Dan Gurney o piloto com mais triunfos e na equipa Ferrari o construtor mais vitorioso.

19 de dezembro de 2021

JEAN TODT

 

Jean Todt nasceu no dia 25 de Fevereiro de 1946 em Pierrefort, França.
Após terminar os estudos secundários, Jean Todt entrou na École des Cadres de Paris, uma escola de economia, comércio e marketing.
Em 1966, iniciou a sua aventura no automobilismo como co-piloto de ralis. Todt fez carreira como navegador de vários pilotos e diversas equipas no Campeonato do Mundo de Ralis até 1981, ano em que junto com Guy Fréquelin venceu o Campeonato Mundial de Construtores para a Talbot Sunbeam Lotus. Entre 1975 e 1981, foi também o representante dos pilotos na Comissão de Ralis da FISA.
Entre 1982 e 1993, integrou a direção desportiva da Peugeot. Durante esse período, Jean Todt viu a marca francesa vencer o Campeonato Mundial de Construtores de rali em 1985 e 1986, com o Peugeot 205 Turbo 16 Grupo B.
De 1987 a 1990, liderou a Peugeot no Rali Dakar, somando quatro triunfos em quatro participações, com três vitórias de Ari Vatanen e uma de Juha Kankkunen. Todt ficou na história do Rali Dakar de 1989 ao atirar uma moeda ao ar para decidir qual dos dois pilotos da Peugeot iria vencer a prova, já que ambos lutavam pelo primeiro lugar e assim, Jean Todt pretendeu evitar algum erro ou falha mecânica que custasse a vitória da Peugeot.
Em 1990, Todt tornou-se diretor do departamento desportivo do grupo PSA Peugeot Citroen e no ano seguinte voltou a estar presente no Rali Dakar mas com a Citroen, que venceu a prova com Ari Vatanen.
Em 1992 e 1993, Jean Todt liderou o programa da Peugeot nas 24 Horas de Le Mans. A equipa gaulesa venceu a mítica corrida em ambos os anos, com a particularidade de ter conseguido as três primeiras posições em 1993.
Em Junho de 1993, Jean Todt foi contratado pela Ferrari para ser o chefe da equipa de F1, tendo-se estreado em Magny-Cours onde se correu o Grande Prémio de França no dia 1 de Julho. Ao longo da sua história, a Ferrari nunca tinha tido um chefe de equipa que não fosse italiano, mas Jean Todt não se deixou intimidar e aos poucos começou a moldar a Ferrari à sua imagem e juntou as pessoas certas para levar a equipa de Maranello de novo ao sucesso, o que já não acontecia à mais de uma década. Com Rory Byrne como projetista, Ross Brawn como diretor técnico e Michael Schumacher como piloto, Todt tinha ao seu redor tudo o que necessitava para vencer. A Ferrari e Michael Schumacher venceram os títulos de Construtores e Pilotos por cinco vezes consecutivas em 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004, um feito inédito na história da F1. 
No dia 1 de Junho de 2004, Todt foi nomeado Diretor Executivo da Ferrari. A 25 de Outubro de 2006, três dias após o término do campeonato de F1, tornou-se CEO da Ferrari, cargo que ocupou até 18 de Março de 2008. Continuou ligado à marca italiana como membro do Conselho de Administração até Março de 2009, altura em que deixou em definitivo a Ferrari, após ter conquistado 14 títulos mundiais e 116 vitórias em Grandes Prémios.
Em Abril de 2009, Jean Todt tornou-se presidente da “eSafety Aware”, com o intuito de promover veículos inteligentes e novas tecnologias, o que lhe deu a possibilidade de conhecer o funcionamento interno da FIA.
No dia 16 de Julho de 2009, Todt anunciou a sua candidatura à presidência da FIA. 
A 23 de Outubro de 2009, Jean Todt foi eleito presidente da FIA com 135 votos a favor e 49 contra. Em Dezembro de 2013 foi reeleito para um novo mandato de quatro anos, o mesmo aconteceu no dia 8 de Dezembro de 2017.
Em Dezembro de 2021, deixou o cargo de presidente da FIA.

15 de dezembro de 2021

EAST LONDON

 

O Autódromo Prince George é um circuito de automobilismo, localizado em East London, África do Sul.
Foi no início dos anos trinta que Brud Bishop, editor do jornal Daily Dispatch, passava uns dias na região costeira do Cabo Oriental e aproveitou a manhã de domingo para dar um passeio na nova estrada junto à costa marítima. Durante o passeio começou a ver que era um bom local para se fazer corridas de carros. Nascido em Inglaterra, Bishop, tinha grandes conhecimentos no meio automobilístico e colocou mãos à obra para realizar as corridas que idealizou.
No dia 27 de Dezembro de 1934, foi disputada a primeira corrida de 18 voltas ao circuito de 23,4 quilómetros e designado por Marine Drive, nos arredores da cidade, com a presença de 65 mil espectadores e que viram o Maserati do milionário americano Whitney Straight a ganhar a corrida. 
Em 1936, a pista foi reduzida para 17,7 quilómetros, passou a chamar-se Circuito Prince George e voltou a receber os carros de corrida até 1939. 
A Segunda Guerra Mundial interrompeu as corridas que voltaram na década de cinquenta mas já num circuito de novo remodelado, devido à construção de um aeroporto nos terrenos do antigo circuito. 
Em 1959, a pista voltou a ser alterada para ficar de acordo com os padrões da F1 da época. O circuito passou a ficar com 3,9 quilómetros de extensão, e uma zona de boxes mais moderna. 
No ano de 1960, foram disputadas duas corridas de Formula Libre, uma em Janeiro e outra em Dezembro, atraindo grande presença de público para ver alguns dos pilotos que também competiam no campeonato de F1. No ano seguinte os monolugares de F1 disputaram uma corrida no circuito de Prince George, mas para uma prova extra-campeonato, que Jim Clark venceu perante 67 mil espectadores.
No dia 29 de Dezembro de 1962, foi disputado o primeiro Grande Prémio de África do Sul a contar para o Campeonato do Mundo de F1. Jim Clark, em Lotus-Climax, voltou a mostrar toda a sua classe e dominou o Grande Prémio ao obter a pole-position e a estabelecer a volta mais rápida, na corrida liderou desde o arranque até à 62ª volta, quando o motor do seu Lotus começou a perder óleo, deixando a liderança a Graham Hill que venceu a prova ao volante de um BRM e sagrou-se Campeão do Mundo.
Em 1963, o escocês Jim Clark voltou a não dar hipóteses aos seus adversários e depois de repetir a pole-position do ano anterior, levou o seu Lotus-Climax à vitória na corrida e no campeonato de pilotos e construtores.
No dia 1 de Janeiro de 1965, O Circuito Prince George recebeu pela última vez o Grande Prémio de África do Sul naquela que foi a corrida inaugural da temporada. À imagem dos anos anteriores, Jim Clark voltou a estar num nível muito mais alto que todos os seus rivais e o domínio do piloto escocês foi ainda mais esmagador. Clark conquistou a pole-position, fez a volta mais rápida e venceu a corrida depois de liderar todas as 85 voltas da prova.
O Grande Prémio de África do Sul continuou a ser realizado mas no circuito de Kyalami, a norte de Joanesburgo.
Nos três anos que o circuito de Prince George recebeu a F1, Jim Clark e a Lotus foram os dominadores. Tanto Clark como a Lotus conseguiu 2 vitórias, 2 voltas mais rápidas e 3 pole-positions.

12 de dezembro de 2021

EMERSON FITTIPALDI

 

Emerson Wojciechowska Fittipaldi nasceu no dia 12 de Dezembro de 1946 em São Paulo, Brasil.
Em 1964 começou a competir em kartings, tendo-se estreado com uma vitória no dia 12 de Abril. No ano seguinte deixou os karts e passou a conduzir um Renault 1093, com o qual conquistou o campeonato paulista. Em 1967 começou a correr na Formula V e na temporada seguinte venceu o campeonato, com cinco vitórias em sete provas com um carro construído pelo seu irmão Wilson. 
Depois de ter ganho tudo no Brasil, Emerson foi para a Europa em 1969. Começou na Fórmula Ford e, após um difícil período de aprendizagem, ingressou na equipa de Denny Rowland, o que lhe permitiu obter alguns sucessos. Ainda nesse ano passou a competir na Formula 3, onde também se destacou e venceu o Troféu Lombank, o que despertou a atenção de Colin Chapman, o chefe da equipa Lotus, que lhe ofereceu o lugar de um F2 para 1970. Fittipaldi não ganhou nenhuma prova, mas seduziu o mundo do automobilismo com a sua condução cuidadosa e talento para o desenvolvimento.
No Grande Prémio de Inglaterra de 1970, Emerson estreia-se na F1 com o terceiro carro da Lotus, com Jochen Rindt e John Miles como pilotos principais. Nessa corrida de estreia, o jovem brasileiro terminou no 8º lugar depois de ter largado em 21º. Na prova seguinte, o Grande Prémio da Alemanha, Fittipaldi obteve o 4º lugar, tendo o seu companheiro de equipa, Jochen Rindt, vencido a corrida. No entanto, os planos da equipa Lotus para o que faltava da temporada mudaram drasticamente quando Jochen Rindt morreu em Monza. A Lotus, de luto, retirou-se da F1 durante as duas corridas seguintes e voltou na penúltima prova da temporada, para disputar o Grande Prémio dos Estados Unidos em Watkins Glen. Foi nessa corrida que Emerson venceu pela primeira vez na F1 e, ao mesmo tempo, impediu os seus adversários de alcançarem a pontuação de Jochen Rindt, que assim sagrou-se o primeiro, e até hoje, o único campeão póstumo da Formula 1.
O ano de 1971 não viu vitórias de Emerson, embora o seu desempenho consistente lhe tenha garantido três pódios.
Em 1972, Fittipaldi teve ao seu dispor o Lotus 72D, um monolugar que se mostrou extremamente competitivo e lhe deu a possibilidade de vencer por cinco vezes na temporada e conquistar o título de Campeão Mundial de Pilotos. Com 25 anos, oito meses e 29 dias, o brasileiro foi durante três décadas o mais jovem campeão de F1, recorde que só foi batido em 2005, pelo piloto espanhol Fernando Alonso.
No ano seguinte, Fittipaldi não consegue melhor do que ser vice-campeão, atrás do escocês Jackie Stewart. Como consolação fica a vitória de Emerson em Interlagos, na primeira vez que os carros de F1 correram no Brasil.
Em 1974 Fittipaldi muda-se para a McLaren. Depois de um décimo lugar na prova inaugural na Argentina, vence a segunda prova da temporada, o Grande Prémio do Brasil. Na Bélgica e Canadá também triunfou e ainda obteve quatro pódios. No final do ano sagra-se Bi-Campeão Mundial.
No ano de 1975, Fittipaldi apenas venceu por duas vezes (Argentina e Inglaterra) e foi incapaz de travar o austríaco Niki Lauda, acabando por ficar de novo com o vice-campeonato. 
No final de 1975 Emerson deixou todo o mundo da Formula 1 chocado ao deixar a McLaren para competir na Fittipaldi Automotive, uma equipa criada por si e pelo seu irmão Wilson, patrocinada pela Copersucar. Durante cinco anos, Emerson guiou os monolugares da sua equipa. O segundo lugar alcançado no Grande Prémio do Brasil em 1978, foi o melhor resultado que conseguiu. 
Foi no Grande Prémio dos Estados Unidos de 1980 que Emerson Fittipaldi correu pela última vez na F1, no mesmo circuito de Watkins Glen que se tinha estreado. 
Ao longo da sua carreira na Fórmula 1 disputou 149 Grandes Prémios, conquistou 14 vitórias, 6 pole positions, 6 melhores voltas, com um total de 276 pontos.
Em 1984, Emerson foi para os Estados Unidos para disputar o Campeonato CART. Conquistou o campeonato em 1989, ano em que venceu pela primeira vez as 500 Milhas de Indianápolis, tendo repetido o triunfo na mítica prova em 1991 e 1993. Em 1996 deu por terminada a sua participação na competição depois de um grave acidente no circuito de Michigan International Speedway. 

5 de dezembro de 2021

PETER GETHIN

 

Peter Kenneth Gethin nasceu no dia 21 de Fevereiro de 1940 em Ewell, Inglaterra.
Filho do famoso jockey Ken Gethin, Peter iniciou a sua carreira de piloto de automóveis em meados da década de sessenta na liga júnior da F3. Em 1967, passou a correr na F2 e dois anos depois foi recrutado por Bruce McLaren para conduzir o McLaren M10A da equipa Church Farm Racing da Formula 5000, tendo conquistado o título de campeão em 1969, mas também em 1970, com a equipa Syd Taylor Racing. 
No dia 2 de Junho de 1970, Peter Gethin estava a testar o McLaren M14 de F1 em Goodwood, precisamente no mesmo dia em que Bruce McLaren morreu quando testava o McLaren M8D, que iria usar no campeonato Can-Am, também em Goodwood. 
Peter Gethin ocupou o lugar que era de Bruce McLaren na sua equipa de F1 e assim estreou-se, como companheiro de Denny Hulme no Grande Prémio da Holanda de 1970. Nesse ano, Gethin disputou mais seis corridas e conseguiu o 6º lugar no Grande Prémio do Canadá, o que lhe valeu a conquista do seu primeiro ponto na F1.
No ano seguinte, Peter Gethin disputou as primeiras sete provas com a McLaren, mas os fracos resultados desportivos e a morte do piloto mexicano da BRM, Pedro Rodríguez, levaram Gethin a trocar de equipa em Agosto. Depois de um 10º lugar na Áustria, o britânico venceu em Itália e conquistou o seu primeiro e único triunfo na F1, naquela que foi a prova em que a distância entre o primeiro e segundo foi a menor em toda a história da F1. Ronnie Peterson, que terminou em 2º, ficou a apenas um centésimo de segundo, e os quatro primeiros separados por duas décimas de segundo. 
Em 1972, Gethin continuou na BRM, mas das dez corridas em que participou apenas conseguiu pontuar em Itália, onde foi 6º.
No ano de 1973, apenas disputou o Grande Prémio do Canadá, com a BRM, tendo desistido com problemas na bomba de óleo na 5ª volta.
Em 1974, participou no Grande Prémio de Inglaterra com a Embassy Hill, a equipa do antigo bi-campeão Graham Hill, mas também acabou por desistir logo na primeira volta, na corrida em que se despediu da F1.
No ano seguinte e tal como já tinha acontecido no ano anterior, Peter Gethin dedicou-se a tempo inteiro à F5000, tendo terminado o campeonato, em ambos os anos, na segunda posição.
Em 1977, voltou a participar no campeonato Can-Am e no final do ano colocou um ponto final na sua carreira de piloto.
Gethin continuou envolvido no automobilismo. Primeiro a gerir a carreira de alguns pilotos e mais tarde como Diretor-Desportivo da equipa de F1 Toleman. Ainda teve ao seu cargo uma escola de pilotagem em Goodwood e foi embaixador da Ferrari no Reino Unido.
No dia 5 de Dezembro de 2011, Peter Gethin morreu após doença prolongada.
Peter Gethin esteve cinco anos na F1. Disputou 30 Grandes Prémios. Conquistou 1 vitória e 1 pódio. 

1 de dezembro de 2021

MCLAREN MP4/4

 

O McLaren MP4/4 foi um dos carros mais dominadores da história da F1.
Em 1988, Ayrton Senna juntou-se a Alain Prost na equipa McLaren que conseguiu ainda os poderosos motores Honda que tinham ajudado a Williams a vencer o Campeonato do Mundo de Construtores em 1986 e 1987.
Desenhado pelo engenheiro norte-americano Steve Nichols, que liderou uma equipa que incluía Gordon Murray (Diretor Técnico), Neil Oatley (Designer Chefe), Gordon Kimball (Designer Chefe Adjunto), Pete Weismann (Engenheiro Chefe de Transmissão), Tim Wright (Engenheiro Principal) e Bob Bell (Aerodinamicista Chefe), o McLaren MP4/4 sofreu alguns atrasos na sua construção o que custou à equipa a ausência do novo carro nos testes de pré-época em Março, o que não era um bom presságio para a temporada que estava prestes a iniciar.
Com novas regras, impostas pela FIA, que limitavam a potência dos motores turbo, com a redução da pressão para 2,5 bar, assim como a redução do tanque de combustível para 150 litros, os engenheiros da McLaren e da Honda tiveram grandes dores de cabeça para contornar todas essas adversidades.
Quando o campeonato começou, com o Grande Prémio do Brasil, o McLaren MP4/4 mostrou-se muito mais rápido que todos os outros monolugares e nunca teve adversários à sua altura.
O McLaren MP4/4 ganhou 15 das 16 corridas do campeonato (Senna 8 e Prost 7). Conseguiu 15 pole-positions (Senna 13 e Prost 2) e teve os seus dois pilotos a arrancar da primeira linha da grelha de partida em 12 corridas. Os dois pilotos da McLaren terminaram dez corridas em 1º e 2º. Das quatro desistências que a equipa teve durante a temporada, apenas uma foi devido a causas mecânicas. No final do campeonato, a McLaren somou 199 pontos em 240 possíveis.
O McLaren MP4/4 liderou 1003 das 1031 voltas de todo o campeonato.
Números sensacionais para o carro que ofereceu o primeiro título de Campeão do Mundo a Ayrton Senna, sendo considerado por muitos como o melhor carro da história da F1.