28 de abril de 2021

DAN GURNEY


Daniel Sexton Gurney nasceu no dia 13 de Abril de 1931 em Port Jefferson, Estados Unidos da América.
Filho de Roma Sexton e de John R. Gurney, cantor e baixo barítono na Metropolitan Opera Company de Nova Iorque, e neto de Frederic W. Gurney, o responsável pela criação do rolamento de esferas Gurney, Dan Gurney e a sua família, mudaram-se para Riverside na Califórnia logo após ter terminado a sua formação na Manhasset High School. Com 19 anos, construiu e conduziu um carro que atingiu cerca de 220 quilómetros por hora em Bonneville Salt Flats. Mais tarde voltou a estudar na Universidade de Stanford e logo depois, serviu no Exército dos Estados Unidos ao longo de dois anos, sendo mecânico de artilharia durante a Guerra da Coreia.
Dan Gurney já era um apaixonado pelo automobilismo desde os seus tempos de estudante, mas foi no ano de 1957 que teve a sua grande oportunidade quando foi convidado a testar o Arciero Special, um carro que tinha motor Maserati de 4,2 litros, uma caixa de velocidades da Ferrari e que era extremamente rápido mas muito impreciso e que mesmo pilotos já consagrados como Carroll Shelby e Ken Miles, tiveram dificuldades em o pilotar. Gurney terminou em 2º no Grande Prémio de Riverside, atrás de Shelby, mas na frente de Masten Gregory e Phil Hill, pilotos conceituados. Esse desempenho de Gurney despertou a atenção de Luigi Chinetti, o importador norte-americano da Ferrari, que lhe ofereceu um lugar no Ferrari 250 TR para as 24 Horas de Le Mans de 1958, ao lado de Bruce Kessler. Gurney levou o Ferrari ao 4º lugar no final da 5ª hora, depois passou o volante a Kessler que desistiu devido a um acidente. 
A grande prestação de Gurney em Le Mans não passou despercebida aos responsáveis da Ferrari que lhe proporcionaram um teste num carro de F1. 
No dia 5 de Julho de 1959, Dan Gurney estreou-se na F1 com a Ferrari, no Grande Prémio de França. Depois de largar do 12º lugar da grelha de partida, viu-se obrigado a desistir na 19ª volta com problemas no radiador do seu carro. Nesse ano, Gurney disputou mais três provas. Na Alemanha terminou no 2º lugar e conquistou o seu primeiro pódio na F1, os primeiros pontos e liderou pela primeira vez um Grande Prémio, durante 8 voltas. Na corrida seguinte, no circuito de Monsanto em Portugal, Gurney voltou ao pódio mas com o 3º lugar alcançado na corrida. Seguiu-se o Grande Prémio de Itália em Monza onde terminou no 4º lugar.
Em 1960, ingressou na BRM mas o campeonato foi um autêntico fracasso. Com um carro pouco competitivo e nada fiável, Gurney desistiu em seis das sete corridas que disputou, a única prova que terminou, o Grande Prémio de Inglaterra, ficou em 10º lugar a 3 voltas do vencedor. No Grande Prémio da Holanda, em Zandvoort, Gurney sofreu um acidente ao ficar sem travões no seu carro. Do acidente resultou a morte de um jovem espectador, que estava numa zona proibida, e um braço fraturado de Gurney. O destaque da temporada foram as dez voltas que liderou no Grande Prémio de Portugal, no circuito da Boavista.
No ano seguinte, Dan Gurney trocou a BRM pela Porsche, que se estreava na F1. A temporada começou com um 5º lugar no Mónaco, na Bélgica terminou em 6º e conseguiu o 2º lugar em França, Itália e nos Estados Unidos. No final do campeonato somou 21 pontos que lhe deram a 4ª posição.
A temporada de 1962 não começou da melhor maneira, ficando a zero nas três primeiras corridas, mas na prova seguinte, em Rouen, onde se correu o Grande Prémio de França, Gurney conquistou a sua primeira vitória e ofereceu à Porsche o único triunfo da marca de Estugarda na F1. Ainda nessa temporada foi 3º na Alemanha, onde obteve a sua primeira pole-position, e conseguiu o 5º lugar nos Estados Unidos.
Em 1963, Gurney foi o primeiro piloto contratado por Jack Brabham para a sua equipa, a Brabham Racing Organisation, e foi o piloto norte-americano a oferecer à Brabham os primeiros dois pódios, com o 3º lugar na Bélgica e o 2º na Holanda. Gurney foi ainda 5º em França, 6º no México e terminou o campeonato com o 2º lugar na África do Sul.
No ano seguinte, Dan Gurney apenas pontuou em três das dez corridas do campeonato. Foi 6º na Bélgica, onde liderou até ficar sem gasolina a três voltas do final. Na corrida seguinte, Gurney venceu o Grande Prémio de França e deu à Brabham a sua primeira vitória na F1. Na última prova da temporada, no México, voltou a vencer. Nesse ano, Dan Gurney e Carroll Shelby, fundaram a equipa All American Racers, que começou a participar em corridas de Sport-Protótipos e Champ Cars nos Estados Unidos.
Em 1965, conseguiu cinco pódios consecutivos com o 3º lugar na Holanda, Alemanha e Itália, e o 2º lugar nos Estados Unidos e no México, para além de ter terminado o Grande Prémio da Bélgica no 6º posto. No final do campeonato ocupou a 4ª posição no mundial de pilotos com 25 pontos, a sua melhor classificação na F1.
No ano de 1966, Gurney passou a correr com os carros da sua própria equipa na F1, com o nome de Eagle. A temporada acabou por não ser brilhante com apenas dois 5ºs lugares obtidos, em França e no México.
Em 1967, os Eagle-Weslake mostravam-se rápidos mas sofriam de graves problemas de fiabilidade. Das onze corridas que compuseram o campeonato, Gurney apenas terminou duas. Na Bélgica, no circuito de SPA-Francorchamps, Dan Gurney não teve problemas e levou o seu carro à vitória. A outra corrida em que viu a bandeira de xadrez foi no Canadá, onde terminou no 3º lugar.
Em 1968, disputou apenas nove das onze corridas do campeonato e conseguiu o 4º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos ao volante de um McLaren-Ford, inscrito pela sua própria equipa. No Grande Prémio da Alemanha, Dan Gurney foi o primeiro piloto de F1 a usar um capacete que tapava toda a sua face.
Depois de não ter participado no campeonato de 1969, Gurney regressou em 1970 para disputar três corridas com a equipa McLaren. Depois de ter desistido na Holanda, conseguiu o 6º lugar no Grande Prémio de França, seguiu-se o Grande Prémio de Inglaterra em Brands Hatch onde Gurney voltou a desistir na 60ª volta, naquela que foi a sua última corrida de F1.
Para além da F1, Dan Gurney disputou as 24 Horas de Le Mans entre 1959 e 1967, venceu a classe GT em 1964 com um Shelby Cobra da equipa Shelby-American Inc. Em 1967, venceu na geral com um Ford Mk IV da equipa oficial da Ford mas preparado pela Shelby-American Inc. No pódio, Gurney deu um banho de champanhe a todos, principalmente a Henry Ford II, e iniciou uma tradição que ainda hoje se mantém.
Dan Gurney correu ainda as 12 Horas de Sebring, entre 1959 e 1966 e em 1970. Venceu no primeiro ano, em que participou ao volante de um Ferrari 250 TR59.
Disputou as 500 Milhas de Indianápolis entre 1962 e 1970. E as 500 Milhas de Daytona entre 1962 e 1964.
Em 1990, Gurney foi introduzido no International Motorsports Hall of Fame.
No dia 14 de Janeiro de 2008, Dan Gurney morreu de complicações de pneumonia aos 86 anos.
Dan Gurney esteve 12 anos envolvido na F1. Disputou 86 Grandes Prémios. Conquistou 4 vitórias, 3 pole-positions, 6 voltas mais rápidas e 19 pódios.


Sem comentários: