10 de abril de 2022

MICHELE ALBORETO

 

Michele Alboreto nasceu no dia 23 de Dezembro de 1956 em Milão, Itália.
Depois de ter vivido uma infância tranquila, dedicou-se aos estudos e ao curso de design, numa altura em que foi atraído pela velocidade, tendo a sua primeira experiência em corridas de motos.
No ano de 1976, participou no campeonato de Formula Monza com a equipa Salvati, conduzindo um carro que ele mesmo construiu, onde aplicou os ensinamentos que adquiriu na universidade, que equipou com um motor Fiat 500 de dois cilindros. Apesar de os resultados não terem sido os melhores, conseguiu mudar-se para a Formula Itália em 1978, tendo conseguido uma vitória e o 4º lugar final no campeonato. Em 1979, foi contratado pela equipa Euroracing para competir no Campeonato Italiano de F3, terminando a temporada no segundo lugar, atrás do seu companheiro de equipa, Piercarlo Ghinzani. No ano seguinte, venceu o Campeonato Europeu de F3 ao volante de um Euroracing-Alfa Romeo. Ainda nesse ano de 1980, integrou o programa desportivo da Lancia e disputou o Campeonato do Mundo de Protótipos entre 1980 e 1982. No ano de 1981, participou no Campeonato Europeu de F2 com a equipa Minardi e conquistou a única vitória da equipa italiana na categoria, no circuito de Misano.
No dia 3 de Maio de 1981, Michele Alboreto estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 com a Tyrrell, no Grande Prémio de San Marino, tendo desistido na 31ª volta. A pouca competitividade e fiabilidade do seu carro nunca lhe deu a possibilidade de conseguir pontuar nas dez provas que disputou.
O ano de 1982, foi bastante melhor. Na segunda prova da temporada, no Brasil, terminou no 6º lugar, no entanto, alguns dias depois, o vencedor, Nelson Piquet e o 2º classificado, Keke Rosberg, foram desclassificados e assim Alboreto herdou o 4º lugar e conseguiu os seus primeiros pontos na F1. Na corrida seguinte, o Grande Prémio de Long Beach, repetiu o 4º lugar. Seguiu-se o Grande Prémio de San Marino onde um “braço de ferro” entre a FISA e a FOCA levou as equipas filiadas a esta última a boicotar a corrida, no entanto a equipa Tyrrell decidiu participar na prova para não perder o apoio dos seus patrocinadores. Foram 14 os carros que largaram para a corrida e 5 os que terminaram, com Alboreto a conseguir o 3º lugar e assim a obter o seu primeiro pódio na F1. Nas restantes doze corridas, foi 6º em França, 5º em Itália, 4º na Alemanha e na última prova da temporada, o Grande Prémio de Las Vegas, conquistou a vitória, a sua primeira na F1.
Em 1983, Alboreto apenas conseguiu pontuar em duas das quinze corridas do campeonato. Ganhou o Grande Prémio de Detroit, naquela que foi a última vitória da equipa Tyrrell na F1 e depois, conseguiu o 6º lugar na Holanda.
Em 1984, Alboreto ingressou na Ferrari. Apesar de ter sido um ano marcado pelo domínio da McLaren, o piloto italiano ainda conseguiu uma vitória, na Bélgica. Depois do 6º lugar no Mónaco, do 5º em Inglaterra e do 3º na Áustria, conseguiu o 2º lugar em Itália e também em Nurburgring onde se disputou o Grande Prémio da Europa. Alboreto terminou a temporada com o 4º lugar no Estoril, onde teve lugar o Grande Prémio de Portugal.
Com oito pódios conquistados nas dez primeiras corridas de 1985 (1º no Canadá e Alemanha; 2º no Brasil, Portugal, Mónaco Inglaterra e 3º em Detroit e Áustria), colocaram Alboreto na luta pelo título com Alain Prost. No entanto, nas restantes seis provas, apenas conseguiu um 4º lugar, na Holanda, e assim terminou o campeonato na segunda posição com 53 pontos, menos vinte do que Prost.
Em 1986, a Ferrari não conseguiu acompanhar a melhor competitividade tanto dos McLaren como dos Williams e Alboreto apenas pontuou em quatro corridas. Foi 5º em Portugal, 4º na Bélgica e em Detroit e 2º na Áustria.
No ano seguinte, continuaram as dificuldades da Ferrari e Alboreto voltou a pontuar em quatro provas, foi 3º em San Marino e no Mónaco, 4º no Japão e 2º na Austrália. Nas restantes doze corridas, desistiu sempre.
O ano de 1988 foi ligeiramente melhor e conseguiu marcar pontos em sete corridas, incluindo três presenças no pódio, com o 3º lugar no Mónaco e em França, e o 2º lugar em Itália.
Em 1989, Alboreto regressou à Tyrrell, no entanto a equipa britânica atravessava um período de dificuldades financeiras o que se fazia notar no desenvolvimento do carro e o piloto italiano apenas conseguiu ser 5º no Mónaco e 3º no México. Após o Grande Prémio do Canadá, a Tyrrell acertou um contrato de patrocínio com a Camel e exigiu que Alboreto, que era apoiado pela Marlboro, mudasse de patrocinador, o que o italiano recusou. Como resultado, Michele Alboreto foi afastado da equipa e acusou a Tyrrell de não respeitar o contrato, iniciando uma ação judicial. Duas semanas depois foi oficializada a separação entre o piloto italiano e a equipa inglesa. Alguns dias mais tarde, Alboreto ingressou na Larrousse para disputar as restantes oito provas da temporada. Quatro desistências, três não qualificações e o 11º lugar no Grande Prémio de Portugal, foi o que conseguiu com a equipa gaulesa.
Em 1990, Alboreto mudou para a Arrows, mas com um carro longe de ser dos melhores terminou o campeonato sem marcar um único ponto.
No ano seguinte a Arrows foi comprada pela Footwork, mas em termos desportivos o cenário manteve-se e pelo segundo ano consecutivo, Alboreto não conseguiu um único ponto.
O ano de 1992, foi bastante melhor. Alboreto foi o piloto que mais corridas terminou e conseguiu o 6º lugar no Brasil e em Portugal, e o 5º lugar em Espanha e em San Marino, obtendo assim 6 pontos. No Mónaco, Canadá, França, Inglaterra, Hungria e Itália, terminou no 7º lugar, ficando às portas dos lugares pontuáveis.
Em 1993, Michele Alboreto ingressou na BMS Scuderia Italia que nesse ano dispunha de chassis Lola. A temporada foi um fracasso, com cinco não qualificações, cinco desistências e apenas quatro provas terminadas, com o melhor resultado a ser o 11º lugar no Grande Prémio do Brasil e no Grande Prémio da Europa.
Em 1994, a Scuderia Italia juntou-se à Minardi e dessa forma, Alboreto regressou à equipa pela qual tinha corrido no ano de 1981 na F2. O 6º lugar no Grande Prémio do Mónaco foi o único resultado de relevo que conseguiu nessa temporada. No final do ano, Alboreto anunciou a sua retirada da F1.
Depois de deixar a F1, correu no Campeonato Alemão de Carros de Turismo, no Campeonato Internacional de Carros de Turismo. Disputou ainda as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring, que venceu em 2001, ao volante de um Audi R8. Participou ainda nas 24 Horas de Le Mans entre 1981 e 1983, e entre 1996 e 2000, conquistando a vitória no ano de 1997, a bordo de um Porsche WSC-95.
No dia 25 de Abril de 2001, no circuito de Lausitzring, Alboreto testava o Audi R8 Sport em preparação para as 24 Horas de Le Mans, quando perdeu o controlo do seu carro devido a um furo no pneu traseiro esquerdo. O carro saiu da pista, bateu nos rails do lado direito e capotou após um vôo de 100 metros, o piloto italiano morreu instantaneamente.
Alboreto sempre usou as cores amarela e azul no seu capacete em homenagem ao piloto sueco Ronnie Peterson. Os dois pilotos conheceram-se em 1972 e cimentaram uma grande amizade, que durou até ao dia 11 de Setembro de 1978, quando Peterson morreu em consequência dos ferimentos do seu acidente em Monza no dia anterior.
Michele Alboreto esteve 14 anos na F1. Disputou 194 Grandes Prémios. Conquistou 5 vitórias, 2 pole-positions, 5 voltas mais rápidas e 23 pódios.

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