7 de abril de 2021

JIM CLARK

 

James Clark Junior, mais conhecido por Jim Clark, nasceu no dia 4 de Março de 1936 em Kilmany, Escócia.
Quinto filho, único rapaz, de uma família de agricultores, Jim Clark tinha 6 anos de idade quando os seus pais, James e Helen, decidiram ir viver para Edington Mains, uma quinta nos arredores da vila rural de Chirnside. Jim foi educado inicialmente na Chirnside School antes de se mudar para a Clifton Hall Preparatory School em Edimburgo. Continuou a estudar na Loretto School em Musselburgh, mas aos 16 anos viu-se obrigado a terminar de forma abrupta os seus estudos e a regressar à quinta da família após a triste perda de seu avô e de seu tio. Jim desde criança que adorava a vida no campo e sonhava um dia vir a ser agricultor. Foi na herdade da sua família que Jim Clark começou a conduzir o carro do seu pai, um Alvis Speed ​​Twenty 1930, assim que os seus pés chegaram aos pedais. Com 10 anos de idade, fez o seu primeiro trabalho como tratorista. Apesar de gostar de conduzir, Jim Clark não tinha intenção de se tornar um piloto de corridas. 
No ano de 1952, Jim ingressou no Ednam Young Farmers Club, onde conheceu Ian Scott-Watson, tornando-se rapidamente amigos. No ano seguinte, Jim Clark tirou a carta de condução e Scott-Watson deu-o a conhecer no Berwick & District Motor Club. Pouco depois, Jim Clark, começou a disputar corridas amadoras de ralis e de carros desportivos, sempre apoiado pelo seu amigo Ian Scott-Watson, que foi considerado o grande responsável pelo início da carreira de Jim Clark no automobilismo. 
No dia 5 de Outubro de 1957, no circuito de Charterhall, Jim conduziu o Porsche 1600 S de Ian Scott-Watson em três corridas. Depois de ter terminado em 3º e em 2º, Clark venceu a final, conquistou o troféu BMRC e mostrou todo o seu potencial ao derrotar o dono da garagem local e fundador da Border Reivers, Jock McBain, que era muito mais experiente e tinha mais poder à sua disposição. Depois dessa grande vitória, a equipa Border Reivers foi reformulada. McBrain reuniu um grupo de entusiastas do automobilismo, entre eles estava Alec Calder, cunhado de Jim Clark, Ian Scott-Watson como secretário e Clark como piloto. 
Em Maio de 1958, Clark experimentou pela primeira vez as corridas de endurance no circuito de SPA-Francorchamps com um Jaguar D-Type, tendo terminado a prova no 8º lugar. No final desse ano, Clark competiu contra o seu futuro patrão, Colin Chapman, ambos a correr com Lotus-Elites.
Em 1959, a Border Reivers participou nas 24 Horas de Le Mans com Jim Clark e John Whitmore como pilotos que levaram o Lotus-Elite ao 2º lugar final da sua classe e o 10º na geral. A condução de Jim Clark impressionou os responsáveis da Aston Martin que logo o inscreveram para liderar a sua equipa de F1, mas pouco depois a equipa inglesa decidiu retirar-se da F1 e Clark que já tinha sido contratado pela Lotus, para correr na Formula Junior, ingressou definitivamente na equipa de Colin Chapman. 
Em 1960 e depois de ter vencido o campeonato de Formula Junior, Jim Clark estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio da Holanda, disputado no circuito de Zandvoort no dia 6 de Junho. Depois de largar do 11º lugar na grelha de partida, Clark desistiu na 42ª volta com problemas de transmissão no seu Lotus. Na corrida seguinte, na Bélgica, Jim conquistou os seus primeiros pontos na F1 ao terminar a prova no 5º lugar, o mesmo resultado que conseguiu, quinze dias depois, em França. Em Agosto, no circuito da Boavista, onde se correu o Grande Prémio de Portugal, Clark conseguiu o seu primeiro pódio ao terminar a corrida no 3º lugar.
No ano seguinte, o piloto escocês voltou a ocupar o 3º lugar na Holanda e em França e depois foi 4º na Alemanha, sendo essas as corridas em que pontuou.
Em 1962, Jim Clark liderou pela primeira vez uma corrida de F1, durante 11 voltas, no Grande Prémio da Holanda, a primeira prova do campeonato desse ano. Na corrida seguinte, no Mónaco, conquistou a sua primeira pole-position, no entanto viria a desistir com problemas de embraiagem no seu Lotus-Climax. Na terceira prova da temporada, na Bélgica no circuito de SPA-Francorchamps, Clark largou do 12º lugar, assumiu a liderança na 9ª volta e não mais a largou, conquistando a sua primeira vitória na F1. Nesse ano voltou a ganhar em Inglaterra e nos Estados Unidos, com um 4º lugar na Alemanha pelo meio.
Em 1963, Jim Clark e a Lotus dominaram por completo o campeonato, vencendo sete das dez corridas da temporada. O escocês foi ainda 2º na Alemanha e 3º nos Estados Unidos, tendo apenas desistido no Grande Prémio do Mónaco. No final do campeonato, Clark conquistou pela primeira vez o título de Campeão Mundial de Pilotos.
O ano de 1964 foi difícil para Clark, que ainda assim venceu três corridas (Holanda,Bélgica e Inglaterra), mas as cinco desistências que teve durante a temporada, não lhe deram a possibilidade de ir além do 3º lugar no campeonato, a 8 pontos do campeão.
Em 1965, Jim Clark teve a sua melhor temporada de sempre. Garantiu o segundo título de Campeão do Mundo de Pilotos, depois de ter ganho seis das nove provas que disputou, tendo perdido o Grande Prémio do Mónaco para disputar as 500 Milhas de Indianápolis, corrida que venceu depois de liderar 190 das 200 voltas da prova americana. Nesse ano, Clark venceu ainda o campeonato Tasman Series e o campeonato de F2.
No ano de 1966, Clark apenas ganhou o Grande Prémio dos Estados Unidos com o Lotus 43, um carro pouco competitivo.
Em 1967, Jim foi o piloto que mais corridas ganhou no campeonato, (Holanda, Inglaterra, Estados Unidos e México), mas essas quatro vitórias não superaram as cinco desistências que sofreu durante a temporada, terminando o campeonato do no 3º lugar, a dez pontos do primeiro classificado.
Em 1968, Jim Clark dominou por completo a primeira corrida do campeonato, o Grande Prémio da África do Sul. Clark obteve a pole-position com 1 segundo de vantagem para o seu companheiro de equipa, Graham Hill. Na corrida foi o autor da volta mais rápida e depois de ter liderado 79 das 80 voltas, venceu a prova, batendo o recorde de vitórias de Juan Manuel Fangio que datava desde 1957. No dia 7 de Abril, Jim disputou uma corrida de F2 em Hockenheim, na Alemanha. Na 4ª volta, o seu Lotus 48 saiu da pista e embateu numa árvore, Clark teve morte imediata.  
Colin Chapman, o patrão da equipa Lotus, e o seu companheiro de equipe Graham Hill ficaram arrasados. O mundo ficou chocado com a sua morte. Jim Clark era considerado um dos pilotos mais seguros e o mais habilidoso e mais dotado. Um pneu traseiro vazio foi amplamente responsabilizado e aceite como a causa do incidente. Hill viria a conquistar o Campeonato Mundial de F1 em 1968, que dedicou à memória do seu amigo.
Para além da F1, Jim Clark disputou as 24 Horas de Le Mans entre 1959 a 1961, as 500 Milhas de Indianápolis entre 1963 a 1967, o campeonato Tasman Series entre 1965 a 1968, e o campeonato de F2 em 1960 e entre 1964 a 1968.
Jim Clark esteve nove anos na F1. Disputou 72 Grandes Prémios. Conquistou 25 vitórias, 33 pole-positions, 28 voltas mais rápidas e 32 pódios.
Jim Clark tornou-se um ícone da sua geração. Foi o piloto de F1 mais famoso da sua época, com um status mais parecido com o de um astro de cinema. Foi sempre muito procurado pela TV, imprensa, revistas e rádio, com a mídia mudando do preto e branco para o colorido, Clark foi o primeiro piloto de F1 a  aparecer na capa da revista Time. Para muitos, continua a ser o maior piloto de corrida de todos os tempos.

2 comentários:

Por Dentro dos Boxes disse...

Lendário... Para mim o maior de todos os tempos. Genial.. cerebral... espetacular...

teixeira disse...

Vocês sabiam que Jim Clark, considerado o piloto com maior talento natural da historia, em termos estatísticos, considerando todas as categorias, venceu 232 corridas em sua carreira.