31 de outubro de 2021

FERRARI


A Scuderia Ferrari é a uma equipa de automobilismo do departamento de competição da marca italiana Ferrari.
Fundada no dia 16 de Novembro de 1929 por Enzo Ferrari, a Scuderia Ferrari tornou-se a equipa de corrida da Alfa Romeo. Em 1938, a administração da Alfa Romeo decidiu que a marca iria passar a usar o seu próprio nome nas corridas, estabelecendo o departamento, Alfa Corse. Enzo Ferrari discordou dessa decisão e foi demitido da Alfa Romeo em 1939. Os termos da sua saída, proibiram-no de competir com o próprio nome por um período de quatro anos.
Ainda em 1939 a Ferrari começou a trabalhar num carro de corrida, o Tipo 815, que foi projetado por Alberto Massimino, sendo esse o primeiro carro da Ferrari. 
A Segunda Guerra Mundial colocou um ponto final temporário nas corridas, com a Ferrari a passar a fabricar maquinas e ferramentas. Após a guerra, a Ferrari recrutou vários engenheiros e mecânicos da Alfa Romeo e estabeleceu uma nova Ferrari, que iria passar a projetar e a construir os seus próprios carros.
A equipa tinha a sua sede em Modena, mas em 1943, Enzo Ferrari mudou as instalações da empresa para Maranello. A marca italiana recebeu o nome do seu fundador e adotou o cavalo empinado preto como símbolo. Em 1984, Enzo Ferrari contou a história do mítico emblema: “O cavalo estava pintado no avião de caça de Francesco Baracca, o heroico piloto caído em combate na montanha de Montello. Foi considerado o ás dos ases da Primeira Guerra Mundial. Quando em 1923 ganhei a primeira corrida do Savio, disputada em Ravenna, conheci, nessa ocasião, o conde Enrico Baracca, pai do herói e, posteriormente, a sua mãe, a condessa Paolina. E foi ela que, um dia me disse: “Ferrari, poe o “cavallino” do meu filho nos teus carros. Isso dar-te-á sorte.” Conservo, ainda hoje, a fotografia de Baracca, com a dedicatória de seus pais, no momento em que confiaram a utilização do emblema. O cavalo era e continua a ser preto, juntei-lhe apenas o fundo amarelo canário, que é a cor de Modena.”
Em maio de 1947, a Ferrari construiu o 12 cilindros, 1.5 L Tipo 125, o primeiro carro de corrida a receber o nome da Ferrari. Uma versão de F1 do Tipo 125, o Ferrari 125 F1 foi desenvolvido em 1948 e inscrito em vários Grandes Prémios.
Em 1950 foi criado o Campeonato do Mundo de F1. A Ferrari esteve ausente na primeira corrida em Inglaterra, devido a uma disputa sobre o 'dinheiro inicial' pago aos participantes, mas participou na prova seguinte, no Grande Prémio do Mónaco, onde se estreou na F1 com os pilotos, Luigi Villoresi, Alberto Ascari e Raymond Sommer. Ascari terminou a corrida no 2º lugar, no que foi o primeiro pódio da Ferrari na F1.
Em 1951, na 5ª prova da temporada em Inglaterra, a Ferrari conquistou a sua primeira pole-position e também a primeira vitória na F1 através do piloto argentino Froilán González.
Em 1952, Juan Manuel Fangio não participou no campeonato, devido a um acidente em Monza. A Alfa Romeo retirou-se e os regulamentos mudaram para uma fórmula de dois litros, para a qual a Ferrari estava melhor preparada. É sem nenhuma oposição que Alberto Ascari concede à Ferrari o seu primeiro título de Campeão do Mundo de Pilotos, alcançando a pontuação perfeita, com 36 pontos em 36 possíveis. Na temporada de 1953, Ascari voltou a celebrar a conquista do título de Campeão, apesar de não ter tanta facilidade como no anterior. Em 1954, a Ferrari enfrentou uma nova mudança das regras e o retorno triunfante de Fangio e da Mercedes. Em 1955, a Mercedes era imbatível, exceto no Mónaco, onde a Ferrari venceu graças a Maurice Trintignant, o primeiro francês a vencer um Grande Prémio. Em 1956, a Ferrari recebeu o atual campeão do mundo, Juan Manuel Fangio, que se sagrou novamente campeão mundial. Nesse mesmo ano, o Comendador perdeu o filho Alfredino, que morreu de distrofia muscular. No ano de 1957, a Ferrari não pôde fazer muito contra os Maserati e os Vanwall. Em 1958, a Ferrari ganhou um novo título de Campeão Mundial de Pilotos graças a Mike Hawthorn, que venceu o título contra Stirling Moss. No ano seguinte a Ferrari apenas venceu duas corridas e foi impotente para travar o domínio da Cooper.
A década de sessenta começou ainda com a equipa Cooper a vencer. A Ferrari voltou em 1961 com o Tipo 156 Supersqualo, com Phil Hill e Wolfgang von Trips como pilotos, lutando pelo título. Em Itália, von Trips sofreu um acidente mortal e o título de Campeão do Mundo de Pilotos foi parar às mãos do piloto americano. Nesse ano a Ferrari conquistou pela primeira vez na sua história o título de Campeão do Mundo de Construtores. Em 1962 e 1963, a Ferrari sofreu uma queda, mas levantou-se na temporada de 1964, onde os Ferrari venceram o Campeonato Mundial de Construtores e John Surtees, piloto da Ferrari, conquistou o título de Campeão do Mundo de Pilotos. Os regulamentos de 3 litros em 1966 e a chegada do lendário motor Ford Cosworth impediram a Ferrari de lutar pelo título novamente. 
Em 1970, Jacky Ickx quase ganhou o título, mas Jochen Rindt tornou-se campeão um mês após a sua morte em Monza. De 1971 a 1973, a Ferrari venceu corridas, mas esteve longe da luta pelo campeonato mundial. Foi em 1974 que os Ferrari voltaram a ser competitivos, com a chegada do piloto austríaco Niki Lauda. Em 1975, Lauda ganhou o título de Campeão Mundial de Pilotos e a Ferrari a coroa de Campeão do Mundo de Construtores. Em 1976, Lauda foi vítima de um terrível acidente em Nurburgring, e perdeu o título apenas por um ponto, mas a Ferrari voltou a ganhar o Campeonato Mundial de Construtores. Em 1977, Lauda repetiu a conquista do título de Campeão Mundial de Pilotos e a Ferrari venceu o Campeonato de Construtores pelo terceiro ano consecutivo. Em 1978, a Ferrari fracassou, mas o sucesso e os títulos voltaram no ano seguinte, graças a Jody Scheckter.
Em 1980 nem um pódio a Ferrari conseguiu. No ano seguinte a equipa regressou às vitórias com os pilotos Gilles Villeneuve e Didier Pironi. Em 1982, no Circuito de Imola, os dois pilotos não se entenderam após uma ordem da equipa que não foi cumprida, 15 dias depois, Villeneuve morreu durante os treinos do Grande Prémio da Bélgica. Na Alemanha, Pironi é vítima de um terrível acidente, que terminou com a sua carreira. A Ferrari, como prémio de consolação, ganhou o Campeonato Mundial de Construtores, escassa compensação após a perda de dois pilotos importantes. No ano seguinte, a Ferrari ganha de novo o título de Campeão do Mundo de Construtores graças aos seus dois pilotos franceses, René Arnoux e Patrick Tambay. No dia 14 de agosto de 1988, o Comendador Enzo Ferrari morreu aos 90 anos e menos de um mês depois, os dois carros da sua equipa terminam em primeiro e segundo o Grande Prémio de Itália em Monza, o que foi a única vitória da Ferrari nesse ano. 
Em 1990 o Francês Alain Prost ingressou na Ferrari e nesse ano conquista a 100ª vitória da equipa italiana no Grande Prémio de França. Tanto a Ferrari como Prost estiveram próximos de vencerem os dois títulos, que foram conquistados por Ayrton Senna e a McLaren. Em 1991, o carro não era competitivo e Prost foi demitido. 1991 e 1992 foram anos magros, onde as vitórias estiveram ausentes. Em 1993, a Ferrari contratou Jean Todt para chefe de equipa. A Ferrari regressou às vitórias, uma em 1994, com Gerhard Berger na Alemanha e outra com Jean Alesi no Canadá em 1995. Mas foi a chegada em 1996 de Michael Schumacher que reavivou a Ferrari. Em 1997 Schumacher foi desclassificado do campeonato depois de tentar colocar Jacques Villeneuve fora de prova, na última corrida da temporada e que deu o título ao piloto canadiano. Em 1998, Schumacher e Ferrari falharam perante Mika Hakkinen e a McLaren-Mercedes. Em 1999, Schumacher foi vítima de um acidente em Silverstone e esteve ausente durante seis provas. As esperanças repousam sobre os ombros de Eddie Irvine, mas o piloto irlandês não conseguiu travar Mika Hakkinen. Salvou-se o Campeonato de construtores que a Ferrari ganhou após 16 anos.
O ano de 2000, marcou o início do domínio da Ferrari. Schumacher conquista a sua terceira coroa mundial e o primeiro título de Campeão Mundial de Pilotos da Ferrari em 21 anos. As temporadas seguintes assemelham-se. 2001 É um bom ano, com o quarto título de Schumacher e o recorde de vitórias de Prost batido. O ano de 2002 é uma demonstração esmagadora da superioridade dos carros vermelhos, com a equipa a ganhar 15 das 17 provas do campeonato. Em 2003, a Ferrari não é tão dominante mas vence os dois títulos. E em 2004, Schumacher e Ferrari mais uma vez esmagaram os seus oponentes, oferecendo à Scuderia o 14º título de pilotos, o 5º consecutivo e o 14º de construtores, o 6º consecutivo. Em 2005 a Ferrari apenas vence o Grande Prémio dos Estados Unidos, uma prova onde as equipas equipadas com pneus Michelin se recusaram a participar na corrida. No ano de 2006, Schumacher e a Ferrari voltam a estar na luta pelos títulos, mas acabam por os ver fugir. Em 2007 Kimi Raikkonen substituiu o piloto alemão Schumacher. No Grande Prémio da China, Raikkonen ofereceu a 200ª vitória à Ferrari e no final da temporada conquistou o título de Campeão do Mundo de Pilotos, com a Ferrari também a vencer o Campeonato Mundial de Construtores. Em 2008, a principal mudança na Ferrari foi a saída de Jean Todt, substituído por Stefano Domenicali. A temporada foi bastante difícil para a equipa italiana que enfrentou grandes problemas de fiabilidade nos seus carros e cometeu erros estratégicos dispendiosos. Filipe Massa disputou o título até o fim contra Lewis Hamilton mas acabou por perder a favor do piloto britânico. A Ferrari manteve o título de Campeão do Mundo de Construtores, o oitavo em uma década. Em 2009 a Ferrari volta a ganhar apenas uma corrida, com Raikkonen a triunfar na Bélgica.
Entre 2010 e 2023 a Ferrari não venceu mais nenhum campeonato, esteve perto de conseguir o título de pilotos com Fernando Alonso em 2010 e 2012, mas o piloto espanhol perdeu para Sebastian Vettel que o substituiu na Ferrari a partir de 2015.
A Ferrari é a equipa de F1 mais antiga e mais bem-sucedida. Participou em todos os Campeonatos Mundiais de F1 desde a temporada de 1950.
Nos 75 anos que já leva de envolvimento na F1, a Ferrari disputou 1078 Grandes Prémios, conquistou 244 vitórias, 249 pole-positions, 261 voltas mais rápidas e 812 pódios. Venceu 16 campeonatos de construtores e 15 de pilotos.

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