6 de setembro de 2020

BRM


A British Racing Motors, ou apenas BRM, foi uma equipa de automobilismo que disputou o Campeonato do Mundo de F1 nas décadas de cinquenta, sessenta e setenta.
A BRM foi fundada em 1947 por Raymond Mays e Peter Berthon. Mays já tinha experiência em construir carros de corrida antes da guerra e isso serviu de inspiração para fazer um carro totalmente inglês, com apoio financeiro e industrial da indústria automobilística britânica. No entanto, os dois fundadores, encontraram muitas dificuldades para organizar e financiar o projecto e tiveram ainda que aguentar com o lento progresso da equipa e com os fracos resultados alcançados, o que levou vários apoiantes a abandonarem a ideia, acabando por ficar como um dos apoiantes Alfred Owen, proprietário da Rubery Owen, empresa que fabricava peças para automóveis. Foi Alfred Owen quem assumiu o comando da BRM em 1952.
A estreia da BRM no Campeonato Mundial de F1 aconteceu no Grande Prémio de Inglaterra de 1951, com os seus dois pilotos, Reg Parnell e Peter Walker a terminarem em 5º e 7º lugar respectivamente. Nos dois anos seguintes a equipa esteve fora da F1, voltou em 1956 mas os resultados não foram nada animadores já que os carros da BRM desistiram em todas as provas do campeonato desse ano e também em 1957.
O ano de 1958 foi bastante melhor e logo na segunda prova da temporada, o Grande Prémio da Holanda, Harry Schell terminou em 2º e Jean Behra em 3º lugar, sendo esse o primeiro pódio da BRM na F1.
No ano seguinte e também no Grande Prémio da Holanda, Jo Bonnie conquistou a sua primeira vitória na F1 e ao mesmo tempo a primeira da BRM.
Nos dois anos seguintes a equipa britânica voltou a sofrer com muitas desistências nas corridas e apenas conquistou dois terceiros lugares, um em cada ano.
Em 1962 Alfred Owen decidiu promover o engenheiro Tony Rudd a engenheiro chefe de desenvolvimento, o que se mostrou ser uma aposta certeira, já que os problemas básicos de engenharia e fiabilidade que atormentaram a equipa nos anos anteriores desapareceram. A BRM iniciou a temporada com mais uma vitória no Grande Prémio da Holanda, através de Graham Hill, que se estreou a vencer na F1, o piloto britânico repetiu o feito na Alemanha, Itália e na África do Sul e no final da temporada sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos e a BRM conquistou pela primeira vez na sua história o título de Campeão do Mundo de Construtores.
Nos três anos que se seguiram, a BRM esteve constantemente na luta pelo título de construtores mas acabou sempre em segundo lugar. Graham Hill conquistou duas vitórias em cada um desses anos e o estreando Jackie Stewart ganhou o Grande Prémio de Itália de 1965, o que foi a sua primeira vitória na F1.
Em 1966 a BRM apresentou-se em bom plano na corrida inaugural do campeonato, o Grande Prémio do Mónaco. Stewart venceu e Hill terminou em 3º lugar, o que deixava grandes espectativas para a temporada, no entanto os problemas de fiabilidade voltaram e os dois pilotos foram obrigados a desistirem em cinco das nove provas do campeonato, o que ceifou todas as esperanças da BRM em voltar a conquistar os títulos.
Os anos de 1967, 1968 e 1969 voltaram a ser penosos, com a equipa a terminar apenas por três vezes em segundo lugar e também três vezes em terceiro, ficando longe da luta pelos primeiros lugares na classificação do campeonato.
Em 1970 o piloto mexicano Pedro Rodríguez devolveu as vitórias à BRM ao vencer o Grande Prémio da Bélgica em SPA.
No ano seguinte Jo Siffert venceu o Grande Prémio da Áustria e na prova seguinte, o Grande Prémio de Itália, foi Peter Gethin a conquistar uma memorável vitória, com os cinco primeiros classificados a terminarem a corrida dentro do mesmo segundo. A diferença entre Gethin e o 5º foi de 61 centésimos.
Em 1972 Jean Pierre Beltoise levou a BRM ao degrau mais alto do pódio no Grande Prémio do Mónaco. Essa foi a única vitória na F1 do piloto francês e também o ultimo triunfo da BRM na F1.
Os cinco anos seguintes foram caóticos, salvando-se apenas o 2º lugar de Beltoise no Grande Prémio da África do Sul em 1974.
Foi em Kyalami na África do Sul, em 1977, que a BRM participou pela última vez numa corrida de F1, tendo terminado no 15º lugar com o piloto Larry Perkins ao volante.
Nos 22 anos em que esteve envolvida na F1 a BRM disputou 197 Grandes Prémios, conquistou 17 vitórias, 11 pole-positions e 15 voltas mais rápidas. Venceu o Campeonato Mundial de Construtores em 1962 e o Campeonato Mundial de Pilotos também em 1962 com Graham Hill.

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Excelente histórico sobre a BRM...