22 de janeiro de 2023

LOTUS 72

 

O Lotus 72 foi um dos carros mais icónicos da equipa Lotus e também da história da F1.
Em 1969, Colin Chapman, o dono da equipa Lotus, e o projetista Maurice Philippe começaram a criar um novo carro, contando com a estreita colaboração da Firestone, que iria fornecer pneus especiais. Os critérios do projeto seriam: tirar a maior vantagem possível dos pneus; usar uma carroceria em forma de cunha para gerar pressão aerodinâmica; dois radiadores de água nas laterais, ao lado do cockpit, em vez de ser no nariz do carro, como era habitual, o que melhorava o fluxo aerodinâmico da asa traseira; suspensão com molas de barra de torção com taxa progressiva. A suspensão dianteira tinha uma geometria anti-mergulho para evitar que o carro enterrasse o nariz na travagem e a suspensão traseira tinha uma geometria anti-squat para evitar que o carro levantasse o nariz durante a aceleração. Tudo isso deveria garantir que o carro mantivesse a mesma distância ao solo e, portanto, características aerodinâmicas consistentes, independentemente da carga de combustível, ou se estava em travagem ou aceleração.
Jochen Rindt estreou o Lotus 72 no Grande Prémio de Espanha de 1970, mas desistiu na 9ª volta com problemas de ignição. Mas dois meses depois, em Zandvoort na Holanda, Rindt conseguiu a primeira de quatro vitórias consecutivas. Infelizmente a alegria das vitórias foi interrompida em Monza, com o acidente mortal de Jochen Rindt nos treinos. Emerson Fittipaldi, terceiro piloto da equipa, ocupou o lugar de Rindt e venceu o Grande Prémio dos Estados Unidos, a sua primeira vitória na F1, o que possibilitou que Jochen Rindt fosse coroado campeão a título póstumo e deu à Lotus o seu quarto título de Campeão Mundial de Construtores.
Em 1971, a Lotus não venceu nenhuma corrida, o que só tinha acontecido em 1958 e 1959, os dois primeiros anos em que a equipa britânica disputou o Campeonato do Mundo de F1.
No ano de 1972, o Lotus 72 passou a ostentar uma das pinturas que viria a tornar-se das mais famosas na história da F1. O preto e dourado da marca de cigarros, John Player Special. Emerson Fittipaldi ganhou cinco Grandes Prémios e dominou o campeonato com o Lotus 72D, desenvolvido por Tony Rudd, o engenheiro britânico recrutado à BRM. Nesse ano, Fittipaldi venceu o seu primeiro título de Campeão do Mundo de Pilotos e a Lotus conquistou o quinto Campeonato Mundial de Construtores.
Em 1973, o sueco Ronnie Peterson foi contratado para ser companheiro de equipa de Emerson Fittipaldi. O piloto brasileiro venceu três das primeiras quatro corridas, mas depois Peterson passou a ser o mais rápido e ganhou por quatro vezes. Com sete vitórias, os dois pilotos conquistaram o sexto título de Campeão de Construtores para a Lotus, mas perderam o Campeonato de Pilotos.
Em 1974, Fittipaldi troca a Lotus pela McLaren e para o seu lugar entrou o belga Jacky Ickx. Peterson manteve-se na equipa e venceu no Mónaco, França e Monza, a última vitória do Lotus 72. No entanto, o Lotus 72 começou a sofrer problemas de adaptação aos pneus Goodyear. Mesmo com algumas alterações, como a retirada das barras de torção, os engenheiros ingleses nunca conseguiram ajustar o carro aos novos pneus.
No ano de 1975, o Lotus 72 disputou o último Campeonato Mundial de F1. Jacky Ickx levou o carro ao 2º lugar do Grande Prémio de Espanha, naquele que foi o último pódio do Lotus 72. Ronnie Peterson terminou a última corrida do campeonato com o 5º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos e deu assim ao Lotus 72 os seus últimos pontos na F1.
O Lotus 72 foi um dos carros de maior sucesso na história da F1. Foi usado entre 1970 e 1975. Conquistou 20 vitórias, 17 pole-positions e 39 pódios. Venceu por três vezes o Campeonato do Mundo de Construtores (1970, 1972 e 1973). Levou Jochen Rindt e Emerson Fittipaldi ao título de Campeão do Mundo de Pilotos em 1970 e 1972, respetivamente.

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