13 de dezembro de 2020

CLERMONT-FERRAND

 

O Autódromo de Charade, mais conhecido por Circuito de Clermont-Ferrand, é uma pista francesa de automobilismo, situado nos arredores da cidade de Clermont-Ferrand.
Começou no ano de 1908 o interesse por ter corridas de automóveis na região, mas esse desejo acabou por nunca se concretizar. 
Após a Segunda Guerra Mundial, o presidente da Associação Desportiva do Automóvel Clube de Auvergne, Jean Auchatraire, e o piloto Louis Rosier, planearam um percurso, entre 4 a 6 quilómetros, nas ruas que delimitavam a cidade de Clermont-Ferrand. 
Em 1955, quando estava tudo acordado para a realização da corrida, aconteceu o trágico acidente nas 24 Horas de Le Mans, onde morreram 80 pessoas e 120 ficaram feridas, o que levou ao cancelamento da prova.
Mas o apetite por corridas continuou e dois anos mais tarde iniciaram-se as obras para a construção do circuito que usava algumas das estradas existentes em torno do Puy de Dome, um vulcão extinto nas proximidades de Clermont-Ferrand. 
Em Julho de 1958, o circuito estava pronto a receber corridas e perante sessenta mil espectadores, foi disputada uma corrida de resistência com a duração de três horas, vencida por Innes Ireland ao volante de um Lotus 1100, e uma corrida de F2 que Maurice Trintignant ganhou ao comando de um Cooper.
Com mais de 8 quilómetros de comprimento, a pista apresentava um intolerante conjunto de curvas, mudanças de elevação e praticamente ausente de rectas perceptíveis. O circuito era respeitado por todos os pilotos que ali competiam e o seu traçado sinuoso provocava enjoos em alguns corredores mais inexperientes.
Em 1965, no dia 27 de Junho, teve lugar no Circuito de Charade o Grande Prémio de França de F1. O piloto escocês Jim Clark, em Lotus-Climax, mostrou toda a sua categoria e obteve a pole-position, a volta mais rápida da corrida e venceu a prova, liderando todas as 40 voltas.
O Grande Prémio de França voltou a realizar-se no circuito de Charade mais três vezes. Em 1969, quando foi construído um novo pit-lane e que teve Jackie Stewart ao volante de um Matra-Ford, como vencedor. Em 1970, coube a Jochen Rindt em Lotus-Ford arrecadar a vitória e em 1972, disputou-se a ultima corrida de F1 no Circuito de Charade, com Jackie Stewart a vencer pela segunda vez na pista gaulesa, tripulando um Tyrrell-Ford.
O cenário natural do circuito originou uma pista sinuosa e desafiadora, mas também criou muitas preocupações de segurança aos organizadores, principalmente devido às rochas vulcânicas escuras que ladeavam a pista e que provocavam furos nos pneus dos monolugares, como aconteceu com dez pilotos na corrida de 1972. Também os carros que passavam para além dos limitadores, lançavam as pedras para a pista e foi uma dessas pedras, lançada pelo Lotus-Ford de Emerson Fittipaldi, que perfurou a viseira do capacete do piloto austríaco Helmut Marko, cegando-o no olho esquerdo o que terminou com a sua carreira de piloto.
Nos quatro anos que o Circuito de Charade recebeu a F1 teve três vencedores diferentes. Jackie Stewart foi o piloto que mais vezes ganhou, com dois triunfos, o mesmo número de conquistas da Lotus, a equipa mais vitoriosa. 

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Outro circuito que ficou no imaginário de muitos pilotos e torcedores...