13 de outubro de 2021

DENNY HULME

 

Denis Clive Hulme, mais conhecido como Denny Hulme, nasceu no dia 18 de Junho de 1936 em Nelson, Nova Zelândia. 
Filho de Clive Hulme, um militar condecorado com a Cruz Victoria como franco-atirador na Batalha de Creta em 1941, na Segunda Guerra Mundial, Denny cresceu na quinta da sua família em Pongakawa, onde aprendeu a conduzir um camião sentado no colo do seu pai, mas com seis anos já conduzia sozinho. Quando deixou a escola foi trabalhar para uma garagem como aprendiz de mecânico, tendo ganho dinheiro suficiente para comprar um MG TF com o qual participou em provas de velocidade. Depois de fazer grandes progressos e ganhar experiência ao volante de um MGA que o seu pai lhe ofereceu, Denny adquiriu um Cooper-Climax de F2 e mais tarde integrou o programa Piloto da Nova Zelândia para a Europa. Hulme começou por participar em corridas de Formula Junior e F2 um pouco por toda a Europa com um Cooper-BMC e um Cooper-Ford, respetivamente e em 1960 venceu o Grande Prémio de Pescara de Formula Junior, o que foi ignorado pela imprensa no seu país. Desagradado com essa situação, Denny Hulme decidiu regressar a casa para disputar o Campeonato Gold Star da Nova Zelândia em 1961, sagrando-se campeão. Nesse mesmo ano participou pela primeira vez nas 24 Horas de Le Mans, vencendo a classe S 850 ao volante de um Fiat-Abarth.
Em 1962, voltou à Europa sendo convidado por Ken Tyrrell a competir na sua equipa de Formula Júnior e F2. Para conseguir manter a sua carreira de piloto, Denny Hulme começou a trabalhar como mecânico na garagem de Jack Brabham em Chessington, integrando a equipa de F2 do piloto australiano nos anos seguintes.
Em 1965, Denny Hulme estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio do Mónaco, ao volante de um Brabham-Climax, terminando a prova no 8º lugar. Na corrida seguinte, em França, Hulme conquistou os seus primeiros pontos na F1 sendo 5º classificado na corrida.
No ano seguinte, Hulme continuou com a Brabham e das nove corridas do campeonato terminou quatro, todas no pódio. Começou com o 3º lugar no Grande Prémio de França, depois foi 2º em Inglaterra, 3º em Itália e México.
Em 1967, continuou com o mesmo desempenho. Começou a temporada com o 4º lugar no Grande Prémio da África do Sul e na corrida seguinte, no Mónaco, conquistou a sua primeira vitória na F1. Nas nove provas seguintes desistiu em duas, as outras sete que terminou, voltou a fazê-lo sempre no pódio. Foi 3º na Holanda, Estados Unidos e México, 2º em França, Inglaterra e Canadá, e venceu na Alemanha. No final do campeonato sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos, à frente do seu companheiro e patrão de equipa, Jack Brabham.
Em 1968, Denny Hulme ingressou na McLaren, equipa onde se manteve durante sete anos. No ano de estreia com a equipa do seu amigo e compatriota Bruce McLaren, Hulme iniciou o campeonato com o 5º lugar em África do Sul, o mesmo resultado que conseguiu no Mónaco e em França. Foi 4º em Inglaterra, 2º em Espanha e ganhou o Grande Prémio de Itália e o Grande Prémio do Canadá o que o colocou em posição de discutir o título de campeão, mas duas desistências nas duas últimas corridas do campeonato ceifaram as suas aspirações e terminou a temporada na 3ª posição.
Em 1969, apenas conseguiu dois pódios. Foi 2º na África do Sul, a primeira prova da temporada, e venceu no México, a última corrida do campeonato. Pelo meio obteve dois 4ºs lugares em Espanha e Holanda e foi 6º no Mónaco, sendo essas as únicas corridas que terminou nos lugares pontuáveis.
O ano de 1970 foi péssimo para Hulme e para a McLaren. O seu amigo e chefe de equipa Bruce McLaren morreu quando testava o McLaren M8D em Goodwood. Hulme não conseguiu vencer nenhuma corrida nesse ano. o 2º lugar no Grande Prémio de África do Sul e o 3º lugar em Inglaterra, Alemanha e México, foram os resultados mais relevantes dessa temporada.
Em 1971 a equipa McLaren estava um caos. A temporada foi pior do que a anterior, em termos de resultados. Hulme nem um único pódio conseguiu e apenas pontuou em quatro corridas. Foi 4º no Mónaco e Canadá, 5º em Espanha e 6º na África do Sul.
No ano seguinte Hulme e a McLaren voltaram aos seus melhores dias e depois do 2º lugar na corrida inaugural da temporada, na Argentina, conquistaram a vitória no Grande Prémio da África do Sul. Hulme voltou ao pódio mais cinco vezes, com o 2º lugar na Áustria e o 3º na Bélgica, Itália, Canadá e Estados Unidos. 
Em 1973, Denny Hulme conseguiu a sua primeira e única pole-position na F1, no Grande Prémio da África do Sul, sendo 5º na corrida. Nesse ano ganhou o Grande Prémio da Suécia e foi 3º no Brasil e em Inglaterra.
Hulme começou a temporada de 1974 com a vitória no Grande Prémio da Argentina, o seu último triunfo na F1. Nessa temporada conseguiu cinco 6ºs lugares (Espanha, Bélgica, França, Itália e Canadá), e foi 2º no Grande Prémio da Áustria, no seu último pódio na categoria. No final dessa temporada retirou-se da F1.
Denny Hulme participou também nas 500 Milhas de Indianápolis em 1967, 1968, 1969 e 1971. Nas 24 Horas de Le Mans em 1961, 1966 e 1967. Nas 24 Horas de Daytona em 1966 e 1967. Na Bathurst 1000 entre 1982 e 1992.
Denny Hulme que tinha a alcunha de "O Urso", por causa da sua natureza rude, faleceu em 1992 quando sofreu um ataque cardíaco fatal enquanto pilotava um BMW M3 durante a corrida Bathurst 1000 na Austrália.
Nos dez temporadas que Denny Hulme esteve na F1 disputou 112 Grandes Prémios. Conquistou 8 vitórias, 1 pole-position, 9 voltas mais rápidas e 33 pódios. Sagrou-se Campeão do Mundo de Pilotos em 1967.

1 comentário:

Lucas disse...

Junto com Bruce dominou a Can-An no final dos anos 60 e início dos 70, internacionalizado de vez a marca que conquistava seu espaço. Excelente acertador de carros, os números não deixam mentir, nessas 112 corridas ele teve 33 abandonos, completou 79, algo em torno de 70,50%. Para ter uma noção, Damon Hill, outro apenas uma vez campeão que pilotou numa época bem mais segura e com diferença de nível bem maior entre as equipes, e que tinha uma certa fama de gerenciamento de equipamento, completou apenas 67%( As mesmas 79, porém em 115 corridas ). Contando apenas o tempo de Williams e o ano na Jordan em 99, que foi quando ele teve carros de ponta, o aproveitamento continua na casa dos 67%, foram 57 completas em 85 corridas. Lembrando que nesse período o inglês teve o melhor equipamento do grid em pelo menos 3 anos, e em pelo menos mais um era o segundo, já Hulme teve o melhor carro apenas em 66 e 67 e o segundo apenas em 74.