28 de dezembro de 2022

FERRARI 156

 

O Ferrari 156 foi o 20º monolugar de F1 que a equipa italiana construiu.
Desenhado por Carlo Chiti que projetou um chassis de estrutura tubular e que foi apelidado de “nariz de tubarão”, devido às duas entradas de ar na frente, o Ferrari 156 foi também o primeiro monolugar de F1 da equipa italiana a adoptar o motor na traseira.  
Mas o principal trunfo do Ferrari 156 era o seu motor V6 de 120 graus, projetado por Vittorio Jano e Alfredo "Dino" Ferrari. Devido à morte prematura deste último, Enzo Ferrari decidiu nomear todos os motores de 6 cilindros "Dino". O ângulo dos blocos de cilindros permitia que o motor tivesse um centro de gravidade mais baixo. Como o motor era substancialmente mais largo, sua colocação traseira foi considerada necessária.
O Ferrari 156 venceu cinco dos sete Grandes Prémios que disputou (dois com Phil Hill e Wolfgang Von Trips, e um com Giancarlo Baghetti), apenas foi batido pela tremenda pilotagem de Stirling Moss ao volante de um Lotus-Climax no Mónaco e em Nurburgring.O Campeonato Mundial foi uma batalha entre Phil Hill e von Trips, com o piloto americano saído vencedor. Infelizmente, a temporada de sucesso da equipa de Maranello foi marcada pela trágica morte do companheiro de equipe de Hill, Wolfgang von Trips, e 14 espectadores em Monza.
O Ferrari 156 continuou a ser usado por mais dois anos, com John Surtees e Lorenzo Bandini a obterem vitórias individuais em 1963 e 1964, respectivamente.

21 de dezembro de 2022

SHANGHAI

 

O Circuito Internacional de Xangai é um autódromo de automobilismo e motociclismo localizado no distrito de Jiading, no noroeste de Xangai, na China.
No início do novo milénio, as autoridades de Xangai decidiram avançar com a ideia de construir um autódromo com o objectivo de receber corridas do Campeonato Mundial de F1 e assim dar a conhecer ao mundo a cidade de Xangai e rivalizar com Pequim, que recebeu os Jogos Olímpicos em 2008.
Nas proximidades da Shanghai Automotive Industry Corporation, uma indústria automobilística multinacional, foi selecionado um local com cerca de 5,3 quilómetros quadrados, onde o arquiteto alemão Hermann Tilke, que já tinha desenhado a pista de Sepang na Malásia e renovado os circuitos de Zeltweg na Áustria e Hockenheim na Alemanha, ficou encarregue de projetar o circuito.
As obras iniciaram em Abril de 2003 e foram um grande desafio para os engenheiros, pois o local escolhido para construir o circuito, era um pântano que tinha sido usado para a plantação de arroz, por isso foram precisos cerca de 40 mil blocos de cimento intercalados por esferovite para fazer os alicerces da pista. Durante aproximadamente 18 meses, 3.000 trabalhadores estiveram encarregues de construir o autódromo, onde se destaca a arquibancada principal e o edifício das boxes, que está ligado nas duas extremidades por uma plataforma com a aparência de uma asa. O paddock apresenta um aspeto único, com todas as equipas a terem um edifício individual sobre um lago, o que faz lembrar o Jardim Yuyuan em Xangai. A pista tem uma extensão de 5.451 metros e varia entre curvas rápidas e curvas bastante lentas, com uma longa reta de 1.175 metros.
No dia 26 de Setembro de 2004, o Circuito Internacional de Xangai acolheu o primeiro Grande Prémio da China de F1. A Ferrari dominou por completo a prova, com Rubens Barrichello a obter a pole-position e a conquistar a vitória, enquanto que o seu companheiro de equipa, Michael Schumacher, conseguiu a volta mais rápida da corrida.
Desde 2004 e até 2019, o Circuito Internacional de Xangai esteve sempre presente no calendário do Campeonato do Mundo de F1. Das dezasseis corridas já disputadas, algumas ficaram na história da competição. Em 2007, Kimi Raikkonen venceu e ofereceu a 200ª vitória à Ferrari. No ano de 2009, a Red Bull e o seu piloto Sebastian Vettel conquistaram a primeira pole-position e a primeira vitória. Em 2019, a F1 celebrou o milésimo Grande Prémio da história.
Foram nove os pilotos vencedores e cinco as equipas que ganharam em Xangai nessas dezasseis provas. Lewis Hamilton e a Mercedes, ambos com seis vitórias, são os recordistas.

18 de dezembro de 2022

VANWALL VW5

 

O Vanwall VW5 foi o quarto monolugar de F1 da equipa britânica Vanwall.
Projetado por Colin Chapman em colaboração com Frank Costin, um especialista em aerodinâmica, o Vanwall era impulsionado por um motor de quatro cilindros em linha, duplo comando de válvulas no cabeçote, injeção de combustível, 2.490 cc e 262 cv a 7.500 rpm. A distância entre eixos era de 90 polegadas e o peso do monolugar, vazio, era aproximadamente de 635 quilos. 
O Vanwall VW5 estreou-se no Grande Prémio do Mónaco de 1957 com os pilotos ingleses, Stirling Moss e Tony Brooks ao volante, e logo na sua primeira prova o VW5 terminou a corrida no 2º lugar, através de Brooks.
No Grande Prémio de Inglaterra em Aintree, o Vanwall VW5 conquistou a primeira vitória na F1, sendo o triunfo atribuído aos seus dois pilotos. Stirling Moss liderava a corrida, mas na 20ª volta o motor do Vanwall começou a falhar. Moss entrou na box para uma rápida reparação, mas a situação manteve-se, assim Brooks foi chamado a box para entregar o seu carro a Stirling Moss que venceu a prova. Foi a primeira vez que um carro britânico ganhou um Grande Prémio e também o primeiro triunfo de um carro e piloto inglês no Grande Prémio de Inglaterra. Moss ainda venceu o Grande Prémio de Pescara e depois levou o seu Vanwall à vitória no Grande Prémio de Itália em Monza, onde derrotou os Ferrari e os Maserati na sua própria casa.
Em 1958 a Federação Internacional de Automobilismo criou o Campeonato Mundial de Construtores. Nesse ano o Vanwall VW5 foi ainda mais dominante e venceu seis provas, três para Stirling Moss (Holanda, Portugal e Marrocos), e três para Tony Brooks (Bélgica, Alemanha e Itália). No final da temporada a Vanwall venceu pela primeira vez o título de Campeão Mundial de Construtores. No entanto Moss perdeu o título de pilotos para Mike Hawthorn da Ferrari pela diferença de 1 ponto. O último Grande Prémio do ano ficou marcado pelo acidente mortal de Stuart Lewis-Evans. Abalado com a morte do seu piloto, Tony Vandervell, cuja saúde já não era a melhor, decidiu desistir da F1 com o sentimento de dever cumprido, pois o seu Vanwall VW5 foi o último carro de Grande Prémio com motor dianteiro mais bem sucedido e o mais rápido de todos os tempos.

14 de dezembro de 2022

ROSS BRAWN

 

Ross James Brawn nasceu no dia 23 de Novembro de 1954 em Manchester, Inglaterra.
Em 1971 foi admitido como aprendiz de mecânico na Autoridade de Energia Atómica do Reino Unido no Estabelecimento de Pesquisa de Energia Atómica de Harwell. Foi ainda nos laboratórios de Harwell que Ross Brawn tirou o Certificado Nacional Superior em Engenharia Mecânica.
Em 1976 iniciou-se no automobilismo quando ingressou na equipa de F1 March Engineering. Dois anos depois mudou-se para a Williams onde entrou como mecânico, passando depois para o departamento de desenvolvimento e pesquisa e mais tarde como chefe de aerodinâmica. 
Nos anos seguintes, Brawn passou pelas equipas Haas Lola, Arrows e pela TWR Jaguar Sportscar onde foi o responsável pelo design do Jaguar XJR-14 que conquistou o Campeonato Mundial de Sport Protótipos em 1991.
Em 1991, regressou à F1 como Director Técnico da equipa Benetton, tendo ajudado a equipa italiana a conquistar o Campeonato do Mundo de Pilotos de 1994 e 1995, com o alemão Michael Schumacher, bem como o Mundial de Construtores em 1995. Ross Brawn teve ainda um papel fundamental nesses títulos, particularmente em termos da elaboração da estratégia de corrida.
Em 1996 Brawn seguiu Schumacher rumo à Ferrari e passou a ser o responsável máximo pelo departamento técnico, cargo que ocupou até 2006. Durante esses onze anos, Ross Brawn, ajudou a equipa italiana a recuperar a glória quando venceu o Campeonato Mundial de construtores em 1999, o primeiro de seis títulos consecutivos. A Ferrari também levou Schumacher à conquista de cinco títulos de pilotos consecutivos, entre 2000 e 2004. As contribuições de Brawn nessa série de títulos sem precedentes, levaram muitos a considera-lo como um membro vital da equipa Ferrari. No final do ano de 2006, o engenheiro inglês deixou Maranello.
No dia 26 de Novembro de 2007, Brawn começou a trabalhar na sua nova equipa, a Honda. No entanto o ano de 2008 não foi o melhor e a equipa pontuou apenas em três corridas o que acabou por ser decisivo para a equipa deixar a F1 no final desse ano. Mas Ross Brawn já tinha coordenado todos os trabalhos do novo carro para a próxima época e então, fez uma proposta de comprar a equipa nipónica que aceitou a oferta.
No dia 5 de Março de 2009, foi concluída a compra de 100% da Honda F1, com Ross Brawn a assumir uma participação controladora de 54%. Brawn manteve a dupla de pilotos do ano anterior com Jenson Button e Rubens Barrichello. Os resultados dos testes da pré-temporada surpreenderam todas as outras equipas com a Brawn GP-Mercedes a liderar a tabela de tempos.
Assim que a temporada começou, ficou claro que a Brawn GP-Mercedes era a força principal na temporada de 2009, o que foi comprovado com seis vitórias de Button e duas de Barrichello, que garantiram o título de Campeão do Mundo de Pilotos a Button e o Mundial de Construtores para a Brawn GP.
Em Novembro de 2009 a Brawn GP foi comprada pela Mercedes-Benz. Ross Brawn permaneceu como Director Técnico, mas a nova equipa não manteve o domínio do ano anterior, com a dupla de pilotos formada por Nico Rosberg e Michael Schumacher, que voltou a pilotar após ter abandonado a F1 em 2006. Em 2010 e 2011 a Mercedes terminou o campeonato no 4º lugar e em 2012, ainda com Rosberg e Schumacher, a Mercedes foi a quinta classificada entre os construtores. Para a temporada de 2013, a equipa comandada por Ross Brawn contratou o britânico Lewis Hamilton para o lugar de Michael Schumacher. A Mercedes fechou o ano como vice-campeão de construtores, com três vitórias (duas de Rosberg e uma de Hamilton).
Perto do final do ano de 2013, Ross Brawn anunciou a sua saída da Mercedes e desde logo o seu nome começou a ser falado para integrar a Williams, McLaren e Ferrari, mas Brawn anunciou que iria parar durante um ano para pescar e que não tinha outros planos para o futuro próximo. 
No dia 23 de Janeiro de 2017, Ross Brawn foi nomeado para o cargo de Director-Geral do Grupo Formula 1, função que ocupou até Dezembro de 2022, altura em que decidiu retirar-se da F1 e do automobilismo.

11 de dezembro de 2022

SEBRING

 

Sebring International Raceway, é um circuito de automobilismo localizado nos arredores da cidade de Sebring, nos Estados Unidos.
Em 1941, foi construída uma base aérea nos arredores da cidade de Sebring, no estado da Florida, meses antes dos ataques a Pearl Harbor.
No início, o complexo era composto apenas por algumas pistas e barracões, mas rapidamente foram construídos edifícios e estradas, o que tornou a base ideal para a realização de treinos para equipas de combate aéreo.
Foi da base aérea de Sebring que descolaram os grandes bombardeiros B-17, as célebres Fortalezas Voadoras, o que obrigou à construção de pistas maiores e de mais edifícios. 
Designada como Hendrick Field, para homenagear o 1º tenente Laird Woodruff Hendricks que morreu num acidente de treinos três dias depois de ter chegado a Inglaterra para combater na RAF, a base aérea viu também decolar o Consolidated B-24 Liberator e o B-29 Superfortress, até ao fim da Segunda Grande Guerra.
Terminado o conflito, a base foi desmantelada e ficou ao abandono. Anos depois, passou a ser propriedade da comuna de Sebring, que a usou como terminal de voos aéreos locais e regionais.
Em meados de 1949, Sam Collier e Bob Gegen, ambos pilotos de automobilismo, estavam a sobrevoar a região quando repararam nas pistas e decidiram aterrar para observarem o local. Logo de seguida falaram com Allen Altvater, o encarregado da pista, para saberem se era possível a realização de corridas de automóveis no local, com Altvater a deixar o assunto nas mãos do Conselho da Cidade de Sebring. Enquanto esperavam pelas respostas do Conselho, Collier e Gegen falaram da pista de Sebring a outros pilotos de automóveis, incluindo Alec Ulmann, que já tinha disputado as 24 Horas de Le Mans e que ficou entusiasmado com  a corrida francesa ao ponto de implementar esse tipo de provas nos Estados Unidos.
No final de 1950, foi disputada a primeira corrida de automobilismo na pista de Sebring, com a participação de trinta carros. A corrida, designada por: Sam Collier 6 Hour Memorial, em homenagem a Sam Collier que tinha falecido meses antes numa corrida em Watkins Glen, foi vencida por Frits Koster e Ralph Deshon ao volante de um Crosley Hotshot.
O circuito era constituído por duas gloriosas retas com 1,6 quilómetros de comprimento, interligadas pelas estradas já existentes e que foram usadas para o desenho da pista de 5.632 quilómetros de extensão.
Em 1952 e já com a pista a ter 8,356 quilómetros, o que se manteve até 1966, foram realizadas as primeiras 12 Horas de Sebring. A corrida anual de resistência mantém-se até aos dias de hoje, com excepção do ano de 1974, quando não foi disputada devido à crise de energia.
No dia 12 de Dezembro de 1959, Sebring sediou o primeiro Grande Prémio dos Estados Unidos de F1, a última prova da temporada e que decidiu o título de campeão, entre Jack Brabham, Stirling Moss e Tony Brooks.
Moss obteve a pole-position e comandou desde a partida, tendo 10 segundos de vantagem sobre Brabham na 5ª volta, altura em que a caixa de velocidades do seu Cooper-Climax deu problemas e o obrigou a desistir e a perder o título, pelo segundo ano consecutivo, na última corrida. Brabham assumiu a liderança na frente de Bruce McLaren e de Maurice Trintignant, que lutavam pelo segundo lugar, quando na última volta o carro de Brabham parou a 500 metros da meta com falta de gasolina. Ambos os perseguidores passaram por ele, com Bruce McLaren a vencer a corrida, tornando-se no mais jovem piloto a ganhar um Grande Prémio, com 22 anos, três meses e 12 dias. Brooks terminou no 3º lugar, à frente de Brabham, que empurrou o seu carro até à meta, garantindo o 4º lugar e o título de Campeão do Mundo de Pilotos, enquanto que a equipa Cooper conquistou o título de Campeão Mundial de Construtores.
Apesar de ter tido um final de corrida emocionante, o Grande Prémio dos Estados Unidos em Sebring foi um desastre financeiro, em grande parte devido à pouca afluência de público e a F1 nunca mais voltou ao Circuito de Sebring.

7 de dezembro de 2022

PATRICK TAMBAY

 

Daniel Patrick Charles Maurice Nasri Tambay, conhecido por Patrick Tambay, nasceu no dia 25 de Junho de 1949 em Paris, França.
Filho de uma família abastada, começou a praticar esqui com 10 anos de idade e em 1968 sagrou-se campeão francês júnior de downhill e vice-campeão de slalom. Ainda nesse ano de 1968, Patrick Tambay rumou aos Estados Unidos onde fez amizade com vários esquiadores e onde frequentou a University of Colorado Boulder em 1970. Nesse mesmo ano de 1970, Tambay participou na inauguração do Circuito Paul-Ricard e no ano seguinte disputou e venceu o Volant Elf, que era uma competição organizada pela escola de pilotagem do Circuito Paul-Ricard e que tinha o objetivo de treinar jovens pilotos dos 18 aos 28 anos de idade. Com a vitória no Volant Elf, Tambay conseguiu o apoio necessário para disputar o Campeonato Francês de Formula Renault de 1972. No ano seguinte participou no Formula Renault EuroCup, disputou o título de campeão com René Arnoux, tendo terminado o campeonato com os mesmos pontos do seu adversário, mas com menos uma vitória foi coroado vice-campeão. Nesse ano disputou ainda o Rally de Monte Carlo com um Renault Gordini e terminou a prova no 20º lugar. Entre 1974 e 1976, Tambay participou no Campeonato Europeu de F2, tendo sido 2º em 1975. Em 1977, Patrick Tambay correu e venceu o campeonato norte-americano CanAm de protótipos, pelo meio disputou ainda duas provas de Europeu de F2.
No dia 16 de Julho de 1977, Tambay estreou-se no Campeonato do Mundo de F1, no Grande Prémio de Inglaterra com a equipa Theodore Racing, isto depois de não ter conseguido a qualificação para o Grande Prémio de França duas semanas antes, mas dessa vez com o pouco competitivo Surtees-Ford. Nessa corrida de estreia, Patrick Tambay foi obrigado a desistir com problemas elétricos no seu carro logo na 3ª volta. Na prova seguinte, na Alemanha, terminou no 6º lugar e assim conquistou o seu primeiro ponto na F1. Voltou a pontuar na Holanda e no Canadá onde foi 5º.
Em 1978, foi contratado pela McLaren para disputar o seu primeiro campeonato completo, tendo como companheiro de equipa o britânico James Hunt. Tambay começou a temporada com o 6º lugar na Argentina, resultado que obteve também em Inglaterra e nos Estados Unidos. Foi ainda 5º em Itália e 4º na Suécia.
O ano seguinte foi um desastre autêntico, para Tambay que não conseguiu pontuar, tendo mesmo falhado a qualificação para os Grandes Prémios da Bélgica e do Mónaco.
Em 1980 e desiludido com a F1, Patrick Tambay regressou aos Estados Unidos onde voltou a correr no campeonato CanAm. O piloto parisiense voltou a mostrar todo o seu valor, venceu seis das dez corridas do campeonato e conquistou o título de campeão.
Em 1981, Tambay voltou à F1 de novo com a Theodore e começou a temporada com o 6º lugar no Grande Prémio de Long Beach. A meio do campeonato foi contratado pela equipa Ligier, mas desistiu em todas as restantes oito corridas, sendo despedido no final da temporada. 
No ano seguinte, Tambay é contratado à última da hora pela equipa Arrows para substituir Marc Surer que fraturou as pernas num acidente durante os testes de pré-época. No primeiro Grande Prémio do campeonato, na África do Sul, devido à falta de segurança, os pilotos resolveram fazer greve, em forma de protesto contra a FIA, descontente com toda essa situação Tambay bateu com a porta e rumou aos Estados Unidos e de novo ao campeonato CanAm, mas apenas disputou a primeira prova do campeonato. Em Julho, regressou à F1 para substituir o canadiano Gilles Villeneuve na Ferrari, que morreu nos treinos de qualificação para o Grande Prémio da Bélgica. Com um carro competitivo pela primeira vez nas mãos, Tambay pontuou em cinco das seis corridas que disputou. No Grande Prémio de Inglaterra foi 3º e conseguiu o seu primeiro pódio. Depois de ter sido 4º em França, conquistou a sua primeira vitória no Grande Prémio da Alemanha, depois do seu companheiro de equipa, Didier Pironi, ter ficado gravemente ferido num acidente nos treinos de qualificação. Seguiu-se um 4º lugar na Áustria e um 2º em Itália.
Em 1983, pontuou em nove das quinze corridas do campeonato. Foi 5º no Brasil, 4º em França, Mónaco e Itália, 3º no Canadá e em Inglaterra, 2º na Bélgica e na Holanda e ganhou o Grande Prémio de San Marino, isto num ano em que, pela primeira vez, largou da pole-position (Long Beach, Alemanha, Áustria e África do Sul). Nas contas finais do campeonato, somou 40 pontos, que lhe valeram ser 4º classificado.
Em 1984, ingressou na Renault onde encontrou um carro pouco fiável. Apesar de ter desistido em metade das corridas do campeonato, pontuou em quatro. Foi 6º na Holanda, 5º no Brasil e na Alemanha, e terminou em 2º lugar em França. 
No ano seguinte, tudo parecia diferente, pois ao fim de três provas, Tambay tinha um 5º lugar (Brasil), e dois 3ºs (Portugal e San Marino), mas os problemas de fiabilidade continuaram e nas restantes doze provas apenas conseguiu 1 ponto com o 6º lugar em França.
Em 1986, Tambay viu-se obrigado a procurar nova equipa, pois a Renault retirou-se da F1 no final do campeonato anterior. O piloto gaulês foi contratado pela equipa norte-americana Haas Lola, pela qual tinha corrido no campeonato CanAm. Com um dos piores carros do pelotão, Tambay conseguiu ser 5º no Grande Prémio da Áustria. No final da temporada o piloto francês retirou-se da F1.
Para além da F1, Patrick Tambay disputou as 24 Horas de Le Mans por quatro vezes (1976, 1977, 1981 e 1989), tendo obtido o 4º lugar na sua última participação. Disputou o Rally Paris-Dakar por quatro ocasiões (1987, 1988, 1989 e 1991), e foi 3º em 1988 e 1989. Em 2005, participou no GP Masters, um campeonato para antigos pilotos de carros de rodas descobertas que tivessem mais de 45 anos.
No dia 4 de Dezembro de 2022, Patrick Tambay faleceu vitima de doença de Parkinson.
Patrick Tambay esteve nove anos envolvido na F1, disputou 114 Grandes Prémios e conquistou 2 vitórias, 5 pole-positions, 2 voltas mais rápidas e 11 pódios.

4 de dezembro de 2022

MCLAREN MP4/6

 

O McLaren MP4/6 foi o 29º monolugar de F1 que a McLaren construiu.
Utilizado na temporada de 1991 por Ayrton Senna e por Gerhard Berger, o McLaren MP4/6 poderá ter mostrado uma notória semelhança com os seus antecessores imediatos, mas  o seu perfil aerodinâmico era extremamente diferente, graças à influência do antigo aerodinamismo da Ferrari, Henri Durand, que se mudou para a McLaren em Junho de 1990 para trabalhar com a equipa técnica liderada pelo engenheiro-chefe, Neil Oatley, pelo projetista de transmissões, David North e pelo coordenador de projetos e chassis, Matthew Jefferys.  
A monocoque básica do carro foi novamente fabricada com materiais de fibra de carbono fornecidos pela Hercules Aerospace. O McLaren MP4/6 manteve a tradição da marca de divergir dos correntes modelos de F1 com o uso de uma carroceria com a parte superior removível. A grande diferença em relação ao projeto do MP4/5B foi o posicionamento do conjunto amortecedores/molas no topo do chassis, mesmo adiante do cockpit, acionados por balanceiros. O chassis melhorou significativamente em termos de rigidez torcional, ao mesmo tempo que foi desenhado de forma a diminuir o número de componentes envolvidos, bem como de forma a aumentar a capacidade do tanque de combustível para satisfazer a maior sofreguidão do consumo do motor Honda V12. Esta nova configuração da suspensão dianteira implicou um párabrisas mais alto, ao mesmo tempo que as laterais passaram a ser mais altas e mais compridas para abrigar radiadores de água maiores. 
Com uma maior área de pistons e a possibilidade de usar um limite de rotações mais elevado, o motor Honda V12 passou dos 700 bhp logo de início e bateu confortavelmente os melhores valores jamais conseguidos pelo anterior motor V10. Mas, apesar disso, Senna classificou de inadequado o desenvolvimento do motor, aquando dos testes de pré-temporada, no Estoril. Desde o princípio que tinha ficado claro que o Honda V12 tinha sobre a concorrência uma margem insuficiente para contrabalançar o seu maior peso em relação a um V10. Pior ainda: tinha um consumo maior e sofria de excessivas perdas motivadas por fricções internas que comprometiam as suas performances. No fundo era um conjunto de problemas complexos: a demasiada fricção interna produzia calor excessivo que necessitava de radiadores de água maiores e de mais gasolina para ajudar a arrefecer; o maior peso do motor e dos radiadores provocavam a necessidade de maior potência para manter o mesmo nível de performances, o que por sua vez poderia ditar um maior desgaste de pneus.
Ao longo da primeira parte do ano, a equipa de engenharia do Honda V12, liderada por Akimasa Yasuoka, avançou no desenvolvimento do motor um pouco a cada corrida, mas após o Grande Prémio do México, onde os McLaren foram incapazes de dar luta aos Williams-Renault, o departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Honda em Wako, acelerou dramaticamente o seu trabalho num V12 revisto que ficou pronto para ser usado pela McLaren a partir do meio da temporada, o que deu nova competitividade aos monolugares de Senna e Berger.
O McLaren MP4/6 venceu 8 das 16 corridas da temporada, com Senna a ganhar as 4 primeiras provas do campeonato e depois mais 3, enquanto que Berger triunfou no Grande Prémio do Japão. Ayrton Senna conquistou o título de Campeão do Mundo de Pilotos e a McLaren o título de Campeão do Mundo de Construtores.
O McLaren MP4/6 foi o último carro de F1 a ganhar um Campeonato Mundial equipado com transmissão manual e o único carro de F1 a vencer o Campeonato Mundial com um motor V12.