27 de novembro de 2022

VALÊNCIA

 

O Circuito Urbano de Valência, foi uma pista de automobilismo citadina que sediou o Grande Prémio da Europa de F1 durante cinco anos.
No dia 1 de Junho de 2007, foi assinado um acordo para a realização do Grande Prémio da Europa em Valencia. O acordo foi selado pelo patrão da F1, Bernie Ecclestone, o Grupo Valmor Sport, chefiado pelo antigo motociclista Jorge Martinez Aspar e por Fernando Roig, Presidente do Villarreal C.F.
O desenho oficial do circuito foi revelado pelo Vereador dos Transportes de Valencia, Mario Flores, no dia 19 de Julho de 2007, com a construção a acontecer nos 12 meses seguintes.
O arquitecto alemão, Hermann Tilke, designer de vários circuitos de F1, foi o responsável pelo desenho da pista. O circuito tinha 5.419 quilómetros e 25 curvas, sendo 11 para a esquerda e 14 para a direita. Tilke usou estradas já existentes e que contornavam o porto marítimo da cidade, como a ponte giratória sobre a entrada do porto, mas também criou uma secção nova que antecedia a recta da meta. O edifício que albergou as boxes foi completamente reconstruido, pois era um armazém abandonado e que tinha servido para a exportação de frutas e vinhos da região.
O circuito foi inaugurado no último fim-de-semana de Julho de 2008 com as corridas do campeonato espanhol de F3 e do GT International Open. 
No dia 24 de Agosto de 2008, o Circuito Urbano de Valência recebeu, pela primeira vez, uma corrida de F1 a contar para o Campeonato do Mundo. Felipe Massa em Ferrari, dominou todo o fim-de-semana e conquistou a pole-position, a volta mais rápida e a vitória na corrida.
Em 2009, a bandeira brasileira voltou a subir ao degrau mais alto do pódio mas para celebrar a vitória de Rubens Barrichello em Brawn-Mercedes, sendo a 100ª vitória de um piloto brasileiro na F1. 
Nos dois anos seguintes o alemão Sebastian Vettel em Red Bull-Renault foi o vencedor de ambas as corridas.
No ano de 2012, o Circuito de Valência recebeu pela última vez a F1 e para ser uma despedida condigna, o piloto espanhol Fernando alonso em Ferrari ganhou a prova, depois de ter saído da 11ª posição da grelha de partida.
Nos cinco anos que recebeu a F1, o Circuito Urbano de Valência teve quatro pilotos diferentes a vencer, com Sebastian Vettel a somar duas vitórias. Nas equipas foram três as vencedoras, com a Ferrari e a Red Bull a dividirem o recorde com dois triunfos cada.

20 de novembro de 2022

SEBASTIAN VETTEL

 

Sebastian Vettel nasceu no dia 3 de Julho de 1987 em Heppenheim, Alemanha.
Filho de um carpinteiro, Norbert, e de uma dona de casa, Heike, Sebastian cedo começou a despertar o gosto pelos automóveis, em grande parte influenciado pelo seu pai que tinha como passatempo ser piloto de automobilismo em corridas de montanha. A primeira experiência de Vettel com os carros aconteceu quando tinha apenas três anos de idade, altura em que conduziu um kart. 
Em 1995, com oito anos de idade, começou a participar em provas de karting e até 2002 disputou vários campeonatos, tendo ganho três campeonatos internos e dois troféus alemães, assim como os campeonatos europeu e alemão de karting junior em 2001.
Em 2003, e já como piloto do programa de desenvolvimento da Red Bull Junior Team, passou a disputar o campeonato Formula BMW ADAC, competição que venceu em 2004. Seguiu-se a F3 e depois de ter terminado o campeonato europeu no 5º lugar, em 2005, foi vice-campeão no ano seguinte. No final de 2005 e como prémio por ter conquistado o campeonato de Formula BMW, foi convidado a participar numa sessão de testes com a equipa de F1 Williams-BMW e no ano seguinte foi promovido a piloto de testes da BMW Sauber de F1. 
Em 2007, Sebastian começou por disputar a Fórmula Renault 3.5 Series e depois de sete provas disputadas e de ser líder do campeonato, foi chamado pela equipa de F1 BMW para substituir Robert Kubica, que tinha sofrido um grave acidente no Canadá e iria falhar a corrida seguinte. 
Vettel tornou-se assim no terceiro piloto da equipa BMW e no dia 17 de Junho, estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio dos Estados Unidos. Sebastian alcançou o 7º lugar na grelha de partida e terminou a corrida no 8º posto, marcando assim 1 ponto, tornando-se no mais jovem piloto a pontuar, com 19 anos e  349 dias. Em Julho, a BMW abriu mão de Vettel para o alemão ingressar na equipa Toro Rosso, propriedade da Red Bull, pois o jovem germanico estava ligado ao contrato com a Red Bull Junior Team e assim Sebastian disputou as restantes sete corridas da temporada, alcançando o 4º lugar no Grande Prémio da China.
Em 2008, Vettel foi o único piloto que não conseguiu terminar as quatro primeiras corridas da temporada, tendo desistido na primeira volta em três delas. Na sexta prova do campeonato, no Mónaco, terminou no 5º lugar e alcançou os primeiros pontos do ano, depois realizou um campeonato consistente e no Grande Prémio de Itália tornando-se no piloto mais jovem da história a vencer uma corrida de F1, com 21 anos e 74 dias, tendo liderado 49 das 53 voltas da corrida, isto depois de no dia anterior já se ter tornado no mais jovem de sempre a conseguir uma pole-position. 
Em 2009, Vettel ingressou na equipa Red Bull-Renault. Nesse ano obteve quatro vitórias e terminou o campeonato na segunda posição. 
No ano seguinte, Sebastian conquistou cinco vitórias e apesar de nunca ter liderado o campeonato até chegar ao último Grande Prémio, o piloto alemão sagrou-se Campeão do Mundo de Pilotos e tornou-se no mais jovem campeão da história da F1, com 23 anos e 134 dias.
Em 2011, Vettel não deu hipóteses aos seus adversários. Venceu 11 das 19 corridas da temporada, obteve cinco 2ºs lugares, um 4º lugar e desistiu por uma vez. Conquistou o seu segundo título de Campeão Mundial de Pilotos ainda com quatro corridas por disputar.
No ano de 2012, o campeonato foi bem mais equilibrado, no entanto o desfecho foi o mesmo e depois de vencer cinco corridas, Vettel ganhou o seu terceiro título mundial.
Em 2013, Vettel foi imperial. Depois de ter começado o campeonato com quatro vitórias nas dez primeiras corridas, o piloto alemão venceu todas as restantes nove provas e conquistou o seu 4º título de Campeão do Mundo de Pilotos.
No ano seguinte, o cenário mudou radicalmente e o melhor resultado que obteve foi o 2º lugar no Grande Prémio de Cingapura. 
Em 2015, Vettel deixou a Red Bull e ingressou na Ferrari. O piloto alemão representou a equipa de Maranello durante seis anos mas nunca conseguiu a glória dos anos anteriores. O melhor que conseguiu foi o vice-campeonato em 2017 e 2018. No ano de 2019, ganhou o Grande Prémio de Cingapura, aquela que foi a última das suas 53 vitórias na F1. No ano seguinte, conseguiu apenas um pódio, com o 3º lugar no Grande Prémio da Turquia.
Em 2021, Sebastian Vettel trocou a Ferrari pela Aston Martin. Com um carro pouco competitivo, conseguiu pontuar em sete corridas, incluindo o 2º lugar no Grande Prémio do Azerbaijão.
A temporada de 2022 não começou da melhor maneira para Vettel, que falhou as duas primeiras corridas após testar positivo ao COVID-19. Em Julho, o piloto alemão anunciou a sua retirada da F1 no final da temporada de 2022, logo após o Grande Prémio de Abu Dhabi, corrida que terminou no 10º lugar.
Sebastian Vettel esteve 17 anos na F1. Disputou 308 Grandes Prémios. Conquistou 53 vitórias, 57 pole-positions, 38 voltas mais rápidas e 122 pódios. Sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos por 4 vezes (2010, 2011, 2012 e 2013).

16 de novembro de 2022

FERRARI 500

 

O Ferrari Tipo 500 foi o carro que a equipa italiana usou em 1952 e 1953.
Com a saída da Alfa Romeo das corridas de F1, a Federação Internacional de Automobilismo, decidiu que o Campeonato Mundial de F1 de 1952 e de 1953 seria realizado com os regulamentos da F2. O objetivo da FIA era colmatar a pouca competitividade nas corridas devido à ausência da Alfa Romeo.
A Ferrari foi a única equipa que soube aproveitar da melhor maneira as novas regras. Com um carro projetado por Aurelio Lampredi, designer-chefe da Ferrari, e alimentado por um motor simples de 4 cilindros em linha com duas velas de ignição por cilindro e que foi instalado atrás do eixo frontal, para equilibrar a distribuição do peso. A caixa de quatro velocidades, montada com diferencial e ligada ao motor através de um pequeno eixo de transmissão, que passava por baixo do banco do piloto. A suspensão, era também das mais simples, duplo braço triangular na frente e barra estabilizadora, De Dion, na parte de trás.
Toda essa combinação de design, economia e peso, aliada à excelente pilotagem de Alberto Ascari, tornaram o Ferrari Tipo 500 um dos carros mais vitoriosos da história da F1.
Piero Taruffi estreou o Ferrari Tipo 500  com uma vitória, na primeira corrida do Campeonato do Mundo de F1 de 1952, na Suíça. Depois, Alberto Ascari venceu as seis provas em que a equipa italiana participou e sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos. 
No ano de 1953, a história foi quase idêntica. Alberto Ascari venceu cinco corridas e voltou a ganhar o Campeonato do Mundo de Pilotos. Mike Hawthorn e Nino Farina venceram uma prova cada um. A Ferrari só não ganhou a última corrida, em Itália. 
O Ferrari Tipo 500, venceu 14 das 15 corridas em que participou e foi o carro que ganhou o primeiro título mundial para a marca de Maranello.

13 de novembro de 2022

HERMANOS RODRÍGUEZ

 

O Autódromo Hermanos Rodríguez é um circuito de automobilismo localizado na Cidade do México, a capital do México.
Em 1956 começou a ser construído um complexo desportivo conhecido como Ciudad Deportiva Magdalena Mixiuhca, localizado no bairro homónimo da região nordeste da Cidade do México. Em 1958, o presidente mexicano, Adolfo Lopez Mateos, idealizou o circuito e sugeriu que fossem utilizadas algumas das estradas internas do complexo desportivo para a pista de corridas. Com o engenheiro Gilberto Valenzuela a ficar encarregue pelo projecto do circuito. Don Pedro Rodríguez, pai dos pilotos mexicanos Pedro Rodríguez e Ricardo Rodríguez, que dão nome ao circuito, foi o director escolhido pelo presidente para dar andamento ao projecto.
Em 1959 a obra ficou pronta. A cerimónia da inauguração aconteceu no dia 20 de Dezembro de 1959 com a corrida das 500 milhas da Cidade do México, que o piloto Pedro Rodríguez ganhou, com o seu irmão Ricardo a terminar em 3º lugar, atrás de Moisés Solana, o principal responsável por levar a F1 nos anos sessenta, ao México.
Em Novembro de 1962, o circuito recebeu uma corrida de F1 mas que não contou para o campeonato. Nos treinos para a prova, Pedro Rodríguez teve um violento acidente na curva Peraltada e acabou por morrer no local. A direcção do então Autódromo Magdalena Mixhuca decidiu homenageá-lo e alterou o nome do circuito para Autódromo Ricardo Rodriguez.
Em 1963 foi realizada a primeira corrida de F1 a contar para o Campeonato do Mundo. Jim Clark em Lotus-Climax começou por conquistar a pole-position, depois na corrida fez a volta mais rápida e conquistou a vitória com uma larga vantagem sobre Jack Brabham.
Entre 1963 e 1970 a F1 visitou a Cidade do México. Durante esses oito anos, o Autódromo Ricardo Rodríguez fechou a temporada e foi o palco da decisão do título de Campeão Mundial de Pilotos por várias vezes. John Surtees em 1964, Denny Hulme em 1967 e Graham Hill em 1968, foram os pilotos que saíram do México com o título de Campeões do Mundo. Em 1965 Richie Ginther conquistou a sua primeira vitória na F1 e também a da equipa Honda no traçado mexicano.
Em 1971, Pedro Rodriguez morreu devido a acidente numa prova de carros de turismo na Alemanha. A sua morte comoveu o país e levou a que o presidente mexicano, Luis Echeverría, incluísse o nome do piloto no Autódromo Ricardo Rodriguez, que acabou por se tornar Autódromo Hermanos Rodríguez.
Depois de quinze anos de ausência a F1 regressou ao México em 1986. O circuito tinha sofrido duas pequenas alterações nas curvas Espiral e Horquilla. Na corrida que estreou o renovado circuito, o austríaco Gerhard Berger em Benetton-BMW foi o vencedor e estreou-se a ganhar na F1. Já em 1990 a prova ficou marcada pela corajosa ultrapassagem de Nigel Mansell a Gerhard Berger na curva Peraltada. O piloto britânico da Ferrari ultrapassou o McLaren-Honda de Berger por fora em plena curva, um local quase impossível para se ultrapassar. No ano seguinte, Ayrton Senna teve um acidente na Peraltada nos treinos, com o seu McLaren-Honda a sair de pista, a bater nos pneus de protecção e a ficar de rodas para o ar, no entanto o piloto brasileiro acabou por sair ileso do acidente. Em 1992 Michael Schumacher obteve o seu primeiro pódio com o 3º lugar.
Depois de 1992 a F1 voltou a estar longe do México e só voltou em 2015. O circuito sofreu alterações significativas com a orientação de Hermann Tilke, com a maior alteração a acontecer na Peraltada.
Nico Rosberg em Mercedes dominou todo o fim-de-semana no retorno da F1 ao Autódromo Hermanos Rodríguez, o piloto alemão conquistou a pole-position, fez a volta mais rápida e ganhou a corrida. Lewis Hamilton levou o seu Mercedes à vitória em 2016 e 2019 e pelo meio Max Verstappen em Red Bull venceu as duas provas de 2017 e 2018. Depois de um ano de interregno, devido à pandemia do coronavírus, a F1 voltou ao México e o Circuito Hermanos Rodríguez foi a casa do Grande Prémio da Cidade do México em 2021 e 2022, com Verstappen em Red Bull a vencer ambas as provas.
O Circuito Hermanos Rodríguez recebeu a F1 por 22 ocasiões. Max Verstappen e a Red Bull, com quatro vitórias, são os recordistas.

6 de novembro de 2022

PETER COLLINS

 

Peter John Collins nasceu no dia 6 de Novembro de 1932 em Kidderminster, Inglaterra.
Filho de um vendedor de camiões e dono de uma garagem de mecânica, Collins começou a interessar-se por automóveis desde criança. Quando deixou a escola, com 16 anos, passou a trabalhar na garagem do seu pai como aprendiz e começou a competir em corridas locais amadoras.
Tal como muitos pilotos britânicos, Peter Collins iniciou a sua carreira na F3, com um Cooper 500, oferecido pelos seus pais, e venceu a corrida de 100 Milhas de Silverstone em 1949. Depois de ter passado mais um ano a competir com o Cooper 500, passou a correr com um JBS, equipado com um motor de mota Norton, em 1951. Nesse mesmo ano, numa festa organizada pela ex-piloto, do tempo do pré-guerra, Kay Petre, Collins conheceu John Wyer, o chefe de equipa da Aston Martin, que o convidou para fazer um teste em Silverstone. Durante o teste a Aston Martin e a equipa de F2 HWM fundiram-se, e Peter Collins passou a integrar a formação britânica e juntou-se aos outros dois pilotos, Lance Macklin e Stirling Moss.
Em 1952, no Grande Prémio da Suíça, a primeira corrida da temporada, Peter Collins estreou-se no Campeonato do Mundo de F1. O britânico acabou por desistir na 12ª volta com problemas no seu carro. Collins disputou mais três corridas nesse ano, tendo desistido por duas vezes e terminado em 6º em França. 
No ano de 1953, Collins continuou com a HWM e participou em quatro provas, mas sem conseguir obter resultados relevantes.
No ano seguinte, Peter Collins disputou duas corridas com a Vanwall, tendo desistido em Inglaterra e terminado no 7º lugar em Monza, onde se disputou o Grande Prémio de Itália.
Em 1955, Collins voltou a correr em apenas duas provas, também em Inglaterra e em Itália, mas dessa vez aos comandos de um Maserati 250F. O azar voltou a acompanhar o britânico que desistiu em ambas as provas.
Em 1956, Peter Collins foi contratado pela Ferrari. Depois de ter desistido na Argentina, a prova inaugural do campeonato, o piloto britânico obteve os seus primeiros pontos e também o seu primeiro pódio na F1 com o 2º lugar no Mónaco. No Grande Prémio da Bélgica, a quarta corrida da temporada, Collins conquistou a sua primeira vitória. Na prova seguinte, em França, o britânico voltou a subir ao degrau mais alto do pódio e nas restantes três corridas foi 2º em Inglaterra e em Itália e desistiu na Alemanha. Nas contas finais do Campeonato do Mundo de Pilotos, Collins obteve o 3º lugar com 25 pontos, menos oito do que Juan Manuel Fangio e três que Stirling Moss.
Em 1957, Collins continuou com a Ferrari mas os resultados já não foram tão positivos como tinham sido no ano anterior. Nas seis corridas que disputou, pontuou em metade. Foi 3º em França e na Alemanha e 4º em Inglaterra.
No ano seguinte e apesar da Ferrari ter um carro melhor do que tinha sido usado na temporada anterior, os resultados de Collins não começaram por ser os melhores e após as primeiras quatro provas do campeonato, tinha apenas pontuado no Grande Prémio do Mónaco, onde conseguiu o 3º lugar. Mas Collins melhorou e após ter sido 5º em França, ganhou o Grande Prémio de Inglaterra, na frente do seu companheiro de equipa e compatriota, Mike Hawthorn. Na corrida seguinte, em Nurburgring, onde se correu o Grande Prémio da Alemanha, Peter Collins sofreu um grave acidente na 11ª volta, quando perdeu o controlo do seu Ferrari e saiu de pista, com o carro a bater numa vala. Collins foi cuspido para fora do carro e embateu contra uma árvore, causando traumatismos graves na cabeça. Transportado de imediato para Colónia, o inglês morreria no final dessa tarde, aos 26 anos.
Para além da F1, Peter Collins disputou as 24 Horas de Le Mans por sete vezes, entre 1952 e 1958, tendo vencido a classe S3.0 em 1955 e 1956 ao volante de um Aston Martin DB3S. Participou por cinco vezes nas 12 Horas de Sebring e ganhou em 1958 com um Ferrari 250 TR 58. Correu também a Mille Miglia entre 1953 e 1957, tendo terminado no 2º lugar em 1956 com um Ferrari 860 Monza.
Peter Collins esteve sete anos envolvido na F1. Disputou 32 Grandes Prémios. Conquistou 3 vitórias e 9 pódios.

2 de novembro de 2022

RENAULT

 

A Renault F1 Team foi uma equipa francesa que participou no Campeonato do Mundo de F1 entre 1977 e 2020.
O primeiro carro Renault, construído por Louis Renault, apareceu em 1898, um ano antes de Louis e os seus dois irmãos, Marcel e Fernand, fundarem a empresa Renault Fréres no dia 25 de Fevereiro em Billancourt. 
A marca francesa, esteve envolvida nas primeiras corridas da história do automobilismo e em 1902 venceu a corrida Paris-Viena, com Marcel Renault ao volante. Em 1906, a Renault ganhou a primeira corrida de Grande Prémio da história, o Grande Prémio ACF, disputado no circuito de La Sarthe, em Le Mans.
Em 1975, Bernard Hanon, o diretor executivo da Renault, decidiu criar uma equipa de F1. Para isso a Renault iria construir um novo motor V6 turbo, projetado por Bernard Dudot.
O Grande Prémio de Inglaterra de 1977, marcou a estreia da Renault no Campeonato do Mundo de F1. Jean-Pierre Jabouille foi o único piloto escolhido pela marca francesa para a sua aventura na categoria máxima do automobilismo mundial. Com o 21º lugar na grelha de partida, Jabouille desistiu durante a 16ª volta da corrida com problemas no turbo do seu Renault. Depois de ter falhado as duas provas seguintes, onde se empenhou em tentar desenvolver melhor o carro mas principalmente o motor turbo, a Renault voltou no Grande Prémio da Holanda, onde Jabouille conseguiu o 10º lugar nos treinos de qualificação, mas na corrida voltou a desistir com problemas no carro, o mesmo acabou por acontecer em Itália e nos Estados Unidos. No Canadá, a Renault terminou o ano com mais um duro golpe ao não se qualificar para a corrida, com Jabouille a ficar a quase dois segundos do piloto mais próximo.
Em 1978, Jean-Pierre Jabouille continuou a ser o único piloto da Renault. Em termos de resultados, a temporada continuou a ser um inferno e apenas por quatro vezes Jabouille conseguiu levar o seu carro ao fim das corridas. No Grande Prémio dos Estados Unidos, Jabouille deu à Renault os primeiros pontos na F1 ao terminar a prova no 4º lugar. Foram esses 3 pontos que a Renault conquistou durante toda a temporada.
No ano de 1979, a Renault apresentou dois pilotos. René Arnoux juntou-se a Jabouille que continuou na equipa. Nas sete primeiras corridas do campeonato continuaram os problemas de fiabilidade e de falta de competitividade, mas no Grande Prémio de França a Renault colocou os seus dois pilotos na primeira linha da grelha de partida. Na corrida, Gilles Villeneuve levou o seu Ferrari à liderança durante as primeiras 46 voltas, até ser ultrapassado por Jabouille que venceu a prova com quase 15 segundos de vantagem. Para além de ter sido a primeira vitória de Jabouille e da Renault na F1, foi também a primeira vitória de um motor turbo na história da F1. Jabouille tornou-se assim no primeiro piloto francês a ganhar o Grande Prémio de França, ainda mais com um carro francês, com pneus franceses (Michelin), motor francês (Renault) e combustível e lubrificantes francês
(Elf). Arnoux, depois de uma dura batalha, roda com roda, com Villeneuve, terminou a prova no 3º lugar. Nas sete corridas seguintes, Arnoux conseguiu dois 2ºs lugares em Inglaterra e nos Estados Unidos, e um 6º lugar
na Áustria.
Nos quatro anos seguintes, a Renault passou a lutar pelas primeiras posições de forma cada vez mais regular e esteve perto do título máximo. Depois de três vitórias em 1980, a Renault contratou Alain Prost. Nas três temporadas que esteve na equipa, Prost venceu nove corridas e esteve na luta pelo título de pilotos, com a Renault a conseguir por duas vezes o terceiro lugar no Campeonato de Construtores e uma vez o segundo. 
Após 1983, começou o declínio da equipa. Em 1984, Patrick Tambay e Derek Warwick conseguiram três 2ºs lugares, mas no ano seguinte o melhor que a Renault conseguiu foi o 3º lugar em Portugal e em San Marino. No final de 1985, a equipa francesa retirou-se da F1 ficando apenas como fornecedora de motores.
Em 2002, a Renault regressou ao Mundial de F1 como equipa, após ter comprado a equipa Benetton em 2000, com o objectivo redobrado de conquistar os títulos que lhe escaparam na década de oitenta. Depois de uma temporada em que a Renault conseguiu pontuar em mais de metade das corridas, apesar de não ter conseguido nenhum pódio, no ano de 2003 a equipa francesa contratou Fernando Alonso e depois do piloto espanhol ter conseguido o 3º lugar na Malásia e no Brasil, e o 2º lugar em Espanha, conquistou a vitória no Grande Prémio da Hungria,  primeira do piloto asturiano e a primeira da Renault no seu regresso à F1, dez anos e dez dias depois do último triunfo. 
Em 2004, a única vitória da Renault aconteceu no prestigiado Grande Prémio do Mónaco, através do italiano Jarno Trulli.
Nos dois anos seguintes, a Renault conquistou o tão ambicionado título de Campeão do Mundo de Construtores e levou Fernando Alonso a sagrar-se Campeão Mundial de Pilotos nesses dois anos. 
No ano de 2007, Alonso deixou a equipa e o melhor que a Renault conseguiu foi o 2º lugar de Heikki Kovalainen no Grande Prémio do Japão. 
Fernando Alonso regressou à Renault em 2008 e apesar de ter devolvido as vitórias à marca gaulesa, ao vencer em Singapura e no Japão, a marca francesa apenas conseguiu o 4º lugar entre os construtores.
Em 2009, a Renault continuou em queda. Alonso conseguiu o 3º lugar em Singapura, no único pódio da equipa durante toda a temporada. No final desse ano a equipa francesa voltou a deixar a F1 e tal como aconteceu nos anos oitenta, manteve-se apenas como fornecedora de motores.
Em 2016, a Renault regressou mais uma vez como equipa à F1. Apesar de voltar com muitas ambições, a marca francesa enfrentou sempre muitas dificuldades para tornar o carro competitivo e nunca conseguiu lutar pelos primeiros lugares nas corridas entre 2016 e 2020. Nesses cinco anos, a Renault apenas conseguiu três pódios, todos em 2020, Daniel Ricciardo foi 3º em Nurburgring e em Imola, enquanto que Esteban Ocon conseguiu o 2º lugar no Grande Prémio de Sakhir. 
No dia 6 de Setembro de 2020, a Renault anunciou que a equipa iria mudar de nome e passar a designar-se por Alpine F1 Team.
Nos 22 anos que a Renault esteve na F1, disputou 362 Grandes Prémios. Conquistou 35 vitórias, 51 pole-positions, 31 voltas mais rápidas e 98 pódios. Conquistou os Campeonatos do Mundo de Construtores e de Pilotos em 2005 e 2006 com Fernando Alonso.