11 de janeiro de 2023

PETER REVSON

 

Peter Jeffrey Revson nasceu no dia 27 de Fevereiro de 1939 em Nova Iorque, Estados Unidos. 
Filho de Martin Revson e Julie Phelps, Peter teve uma vida fácil, pois o seu pai, junto com o irmão, foi um dos fundadores da empresa de cosméticos Revlon. Apesar de Peter ter tido uma boa educação e de ter frequentado as Universidades de Columbia, Cornell e também a do Havai, nunca concluiu os estudos universitários. Em 1960 e enquanto estudava na Universidade do Havai, Peter conseguiu adquirir um Morgan, com o qual disputou as suas primeiras corridas de automóveis. Contrariando os interesses da sua família, Peter começou a ter mais interesse no automobilismo do que nos estudos, o que levou o seu pai a cortar-lhe todos os apoios financeiros. Sem o dinheiro que a sua família lhe enviava, Peter Revson viu-se obrigado a gerir as suas economias para conseguir satisfazer o seu crescente interesse em corridas de automóveis.
Em 1963, mudou-se para Inglaterra e comprou um Cooper de Formula Junior e uma carrinha Ford, para poder transportar o carro de corrida. Peter passou a disputar corridas um pouco por toda a Europa. A sua carrinha, para além de servir para transportar o Cooper, era onde dormia e assim, ia ganhando a vida com os prémios das corridas que conquistava. Durante esse ano, e muito por culpa das boas corridas que realizava, tanto na F3 como na F2, conheceu Reg Parnell e rapidamente ambos ficaram amigos. Parnell ofereceu-lhe um lugar na sua equipa de F1 para o ano de 1964. 
Depois de ter falhado a qualificação para o Grande Prémio do Mónaco, Peter Revson estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio da Bélgica de 1964, aos comandos de um Lotus 24 da equipa Reg Parnell Racing. Com o 10º lugar na grelha de partida, Revson foi desclassificado devido ao seu carro ter sido empurrado após uma falha de motor. Nesse ano ainda disputou mais três corridas, mas sem grandes resultados. 
Entre 1965 e 1971, Revson disputou vários campeonatos de automobilismo nos Estados Unidos, entre eles o campeonato Can-Am e Trans-Am. No Grande Prémio dos Estados Unidos de 1971, Revson voltou a correr na F1 pela equipa Tyrrell, mas a corrida terminou logo na 1ª volta, devido a problemas de embraiagem no seu carro.
Em 1972, Peter Revson foi contratado pela McLaren. Das doze provas do campeonato, Revson disputou nove. Depois de ter desistido na Argentina, onde se correu a primeira corrida da temporada, Revson conseguiu o seu primeiro pódio na F1 com o 3º lugar na África do Sul. Nas restantes corridas do campeonato, obteve mais três pódios, com o melhor resultado a ser o 2º lugar que obteve no Grande Prémio do Canadá, onde conquistou a sua primeira e única pole-position. No final do campeonato, Revson somou 23 pontos e classificou-se no 5º lugar.
O ano de 1973 foi bem mais positivo para Peter Revson que se manteve na McLaren. Depois de ter conseguido um brilhante 2º lugar no Grande Prémio da África do Sul, na terceira corrida da temporada, conquistou a sua primeira vitória na F1 no Grande Prémio de Inglaterra. Na penúltima prova do campeonato, no Canadá, Revson voltou a vencer. No final da temporada, repetiu o 5º lugar no Campeonato Mundial de Pilotos, mas com 38 pontos.
Em 1974, deixou a McLaren e ingressou na equipa Shadow. Nas duas primeiras corridas do campeonato, Argentina e Brasil, somou duas desistências. 
No dia 22 de Março, uma semana antes do Grande Prémio da África do Sul, em Kyalami, Revson testava o Shadow quando o carro sofreu uma falha na suspensão dianteira, bateu nas barreiras de proteção, capotou e pegou fogo. Peter Revson não sobreviveu, apesar dos esforços dos comissários e de vários pilotos, como Emerson Fittipaldi e Denny Hulme, em retirá-lo do carro. 
Para além de ter corrido na F1, Peter Revson disputou por cinco vezes as 500 Milhas de Indianápolis, tendo obtido o 2º lugar em 1971, ao volante de um McLaren, naquele que foi o melhor resultado que conseguiu na mítica prova.
Peter Revson esteve cinco anos envolvido na F1. Disputou 30 Grandes Prémios. Conquistou 2 vitórias, 1 pole-position e 8 pódios.

3 comentários:

alvyrjr disse...

Existe uma certa “lenda” sobre a verdadeira história da família “Revson” e da ligação de Peter Revson com a “Revlon Cosméticos”. O que costuma-se dizer por varios cronistas especializados em Fórmula 1, é que Peter Jeffrey “Revlon” era um dos herdeiros, ou até mesmo o herdeiro único da “Revlon Cosméticos”, quando morreu em 22 de março de 1974, num acidente nos treinos para o GP da África do Sul, em Kylami, e que, por conta da desaprovação de seu pai por sua carreira de piloto, teria mudado seu sobrenome de “Revlon” para “Revson”. Na realidade, tal história não é verdadeira.
A história da família “REVSON” (com “s” mesmo) na América se inicia quando seu avô, Samuel Morris Revson, um judeu russo, deixou seu país natal para evitar ser recrutado pelo exército czarista e veio para os Estados Unidos, em busca de uma nova vida na América. Foram dois de seus três filhos, Joseph Revson e Charles Revson que, juntamente com o químico Charles Lachman criaram a REVLON Cosméticos (o “L” era de Lachman) em 1932. O terceiro filho, Martin Revson entrou na sociedade em 1935 como gerente de vendas e adquiriu dos irmãos, 10% das ações da companhia. Em 1938, Martin se casou com uma cantora de boate chamada Julie Phelps Hall e se estabeleceu no glamoroso bairro de Westchester, onde Peter nasceu em 27 de fevereiro de 1939. Martin Revson deixou a companhia em 1958, processado por seu irmão Joseph sob acusações de fraude, deturpação e sobre um acordo não respeitado num processo sobre ações. Embora esse processo tenha sido resolvido fora dos tribunais, os irmãos permaneceram afastados até a morte de Joseph em 1971.
Ao morrer em 1971, aos 66 anos vítima de infarto, Joseph Revson deixou dois filhos e uma filha. O outro fundador da empresa, Charles Revson, morreu em 1975, aos 68 anos vítima de câncer. Deixou dois filhos do segundo casamento, uma filha adotiva e um neto.
O pai de Peter Revson, Martin Revson, morreu em 2016, aos 105 anos de idade, de causas naturais. Além de Peter e Douglas, deixou mais um casal de filhos, um enteado, além de netos e bisnetos. Depois de deixar a Revlon Cosméticos, Martin Revson dirigiu a Del Laboratories, uma produtora de cosméticos e produtos de higiene pessoal sediada em Long Island, e seus próprios produtos farmacêuticos.
Considerando a descendência deixada pelos verdadeiros fundadores da Revlon Cosméticos, e que até mesmo Peter Revson tinha mais dois irmãos ao morrer, sem contar das brigas judiciais entre os irmãos, é pouco provável que ele fosse o único herdeiro ou mesmo “apenas” um dos herdeiros da Revlon Cosméticos quando morreu em 1974. Sem contar ser totalmente fantasiosa a história da mudança do nome “Revlon” para “Revson” feita por ele para seguir de forma quase que anônima, sua carreira nas pistas.

alvyrjr disse...

Peter Revson nunca venceu a Indy 500. Em 1971, largou na pole-position e terminou a corrida em 2º lugar.

Paulo Moreira disse...

Obrigado alvyrjr pelo reparo que já foi corrigido.