27 de março de 2022

LELLA LOMBARDI

 

Maria Grazia Lombardi, mais conhecida por Lella Lombardi, nasceu no dia 26 de Março de 1941 em Frugarolo, Itália.
Quarta filha de um talhante e produtor de carnes curadas, Lella Lombardi desde criança que se sentiu atraída pela velocidade e aos nove anos de idade, o seu pai sentou-a no colo e deixou-a comandar o volante do seu carro. Aos treze anos, conduziu pela primeira vez o carro do pai e em 1959, com dezoito anos de idade, trabalhava no negócio da sua família ao guiar uma carrinha para transportar carnes.
Depois de uma breve experiência em karting, Lella Lombardi competiu pela primeira vez no ano de 1965, na Formula Monza. Nos anos seguintes, pilotou em categorias de formação e em 1968, disputou o campeonato italiano de F3, tendo terminado a temporada no 2º lugar. Em 1970, ao volante de um Biraghi, conquistou o título de Campeão Italiano de Formula 850, com quatro vitórias nas dez corridas que compunham o campeonato. Depois de mais duas vitórias na categoria em 1971, em Monza e Vallelunga, Lella regressou à F3 em 1972. No ano seguinte, venceu o Ford Escort Mexico Challenge da Itália e impressionou todo o paddock do automobilismo ao terminar em 12º lugar a corrida de maior prestígio de F3 no Mónaco. Seguiu-se a Formula 5000 em 1974, tendo terminado o campeonato no 5º lugar.
No dia 20 de Julho de 1974, Lella Lombardi falhou a qualificação para o Grande Prémio de Inglaterra de F1, ao volante de um Brabham BT42-Ford.
Em 1975, com um March-Ford, Lella conseguiu estrear-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio da África do Sul, tendo desistido na 23ª volta com problemas na bomba de combustível do seu carro. A corrida seguinte, o Grande Prémio de Espanha, disputado em Barcelona no circuito citadino de Montjuïc, iria entrar para a história da F1, quando Lella Lombardi se tornou a primeira e até aos dias de hoje, única mulher a conseguir pontuar numa prova do Campeonato Mundial de F1. A corrida foi interrompida antes que a distância mínima fosse percorrida e dessa forma foram atribuídos metade dos pontos. Lella Lombardi, que ocupava o 6º lugar, obteve meio ponto. Na restante temporada, disputou mais oito corridas, tendo terminado quatro mas sempre fora dos lugares pontuáveis, mas com destaque para o Grande Prémio da Alemanha, disputado no temível circuito de Nurburgring, onde Lella terminou a corrida no 7º lugar e assim ficou às portas dos lugares que atribuem pontos, naquela que é considerada como a sua melhor prestação ao volante de um carro de F1.
Em 1976, terminou no 16º lugar a primeira prova da temporada, o Grande Prémio do Brasil. Mais tarde, não conseguiu qualificar-se para as corridas de Inglaterra e da Alemanha. A meio de Agosto, disputou a sua última corrida de F1 e obteve o 12º lugar no Grande Prémio da Áustria. 
Nos anos de 1975, 1976, 1977 e 1980, Lella Lombardi participou nas 24 Horas de Le Mans, tendo alcançado o 2º lugar na categoria GTP, com um Lancia Stratos, em 1976.  
Seguiram-se associações longas e bem-sucedidas com Osella e Alfa Romeo. Posteriormente, Lella centrou-se no Campeonato Europeu de Carros de Turismo e desempenhou um papel importante no quarteto de títulos da Alfa Romeo em 1982, conquistando inúmeras vitórias em sua classe no Grupo A GTV6.
Em 1988, retirou-se da competição e no ano seguinte fundou a sua própria equipa, a Lombardi Autosport.
Lella Lombardi deu entrada na Clínica San Camillo de Milão em Fevereiro de 1992 e morreu no dia 3 de Março, vítima de cancro, poucos dias antes do seu 51º aniversário.
Lella Lombardi esteve três anos na F1. Disputou 12 Grandes Prémios e foi a primeira mulher a pontuar na F1.
Na sua cidade natal, Frugarolo, perto de Alessandria, existe um busto como forma de a homenagear. A sua equipa homônima na Lombardia existe até hoje. O seu legado, no entanto, foi assegurado há 40 anos quando, em uma colina com vista para Barcelona, ​​ela marcou aquele meio ponto e provou o seu objectivo: “Eu não sou uma feminista, apenas uma mulher livre e independente”.

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