22 de março de 2023

JACKIE STEWART

 

John Young Stewart, mais conhecido por Jackie Stewart, nasceu no dia 11 de Junho de 1939 em Milton, Escócia.
Filho de Bob Stewart, um antigo piloto amador de motociclismo que depois criou um negócio de venda de automóveis, e irmão de Jimmy Stewart, piloto de automobilismo que participou no Grande Prémio de Inglaterra de F1 em 1953, Jackie frequentou a escola primária de Dumbarton e mais tarde a Dumbarton Academy, até ter 16 anos ,altura em que passou a trabalhar na garagem do seu pai como aprendiz de mecânico. Durante a sua vida de estudante, Jackie teve dificuldades de aprendizagem devido à dislexia, uma perturbação que na época ainda era desconhecida e que Jackie Stewart só veio a descobrir aos 41 anos de idade, depois do seu filho apresentar os mesmos sintomas e de ter sido diagnosticado com a doença. No entanto, essa perturbação não o impediu de praticar tiro entre os 14 e os 24 anos, tendo vencido campeonatos em Inglaterra, Escócia, Irlanda e no País de Gales, para além de ter conquistado duas vezes o Campeonato Europeu esteve perto de integrar a equipa britânica que marcou presença nos Jogos Olímpicos de 1960 em Roma. 
A carreira de piloto de automóveis de Jackie Stewart começou no ano de 1960 quando Barry Filer, um cliente da empresa do seu pai, lhe propôs testar vários dos seus carros no circuito de Oulton Park. No ano seguinte, Jackie conduziu um Marcos e um Aston Martin de Filer em algumas corridas, tendo conseguido quatro vitórias. Em 1962, fez várias corridas com o Jaguar E-Type e também com um Cooper T49, com o qual venceu em Goodwood. Depois de ter ganho catorze provas em 1963, Jackie testou um carro de F3 da equipa de Formula Junior da Cooper Car Company que era comandada por Ken Tyrrell. A excelente prestação do piloto escocês no teste, valeu-lhe um lugar na equipa de Tyrrell em 1964, tendo vencido a primeira corrida do campeonato debaixo de chuva em Snetterton. Dias depois, a Cooper ofereceu a Jackie a possibilidade de disputar uma prova de F1, o que foi recusado pelo piloto escocês que preferiu manter-se na equipa de Ken Tyrrell para ganhar experiência, o que se mostrou ser uma aposta ganha pois Jackie conquistou o campeonato de F3. Ainda nesse ano, disputou uma corrida extra-campeonato de F1 com a Lotus em Dezembro na África do Sul.
Foi também na África do Sul, mas em Janeiro de 1965, que Jackie Stewart se estreou no Campeonato do Mundo de F1 com a BRM, tendo terminado a corrida no 6º lugar e assim conquistou o seu primeiro ponto na Formula 1. Na prova seguinte, no Mónaco, conseguiu o seu primeiro pódio ao terminar a corrida no 3º lugar. Depois de ter terminado no 2º lugar na Bélgica, França e Holanda, ter sido 5º em Inglaterra e desistido na Alemanha. Jackie Stewart conquistou a sua primeira vitória no Grande Prémio de Itália. 
Em 1966, começou a temporada com uma vitória no Grande Prémio do Mónaco, mas na prova seguinte, na Bélgica e debaixo de chuva, Stewart perdeu o controlo do seu BRM, bateu num poste e o carro capotou, ficando cerca de vinte minutos preso dentro do carro e encharcado em combustível. Foi depois resgatado pelos seus companheiros de equipa, Graham Hill e Bob Bondurant, que também tinham sofrido pequenos acidentes perto do local, com a ajuda de ferramentas cedidas por um espectador. Jackie sofreu uma fratura no pulso direito, queimaduras dispersas na pele e escoriações generalizadas. Esse acidente fez Jackie Stewart refletir sobre a pouca segurança que a F1 tinha na época e a partir desse dia dedicou-se a torná-la mais segura. Jackie ficou de fora na corrida seguinte, mas regressou para o Grande Prémio de Inglaterra, corrida que desistiu na 17ª volta. Seguiu-se um 4º lugar na Holanda e um 5º lugar na Alemanha, terminando o campeonato com três desistências, em Itália, Estados Unidos e México.
O ano de 1967 foi uma desilusão para Stewart, que apenas conseguiu o 2º lugar na Bélgica e o 3º em França, as únicas corridas que terminou num total de dez provas.
Em 1968, Jackie ingressou na Matra. Nesse ano conquistou três vitórias, na Holanda, Alemanha e Estados Unidos. Foi 3º em França, 4º na Bélgica e 6º em Inglaterra e Canadá, terminando o campeonato na 2ª posição.
O ano de 1969 foi brilhante para Jackie que venceu seis das onze provas do campeonato e no final sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos. Stewart exerceu um domínio avassalador em algumas corridas, como em Espanha onde ganhou com duas voltas de avanço para o 2º classificado, já em Inglaterra deu “apenas” uma volta a Jacky Ickx que terminou no 2º lugar e em França venceu com quase um minuto de vantagem para o seu companheiro de equipa, Jean Pierre Beltoise, que terminou a prova no segundo posto. Jackie liderou pelo menos uma volta em todos os Grandes Prémios desse campeonato, um feito inédito e que até aos dias de hoje continua a ser o único piloto a consegui-lo. Foi também nesse ano que obteve a sua primeira pole-position, no Grande Prémio do Mónaco.
Em 1970, Stewart deixou a Matra e seguiu Ken Tyrrell quando este decidiu criar a sua própria equipa de F1, a Tyrrell. a temporada até começou de forma promissora. com um 3º lugar em África do Sul e a vitória em Espanha, a primeira da equipa Tyrrell, mas nas onze corridas seguintes, Jackie apenas conseguiu dois 2ºs lugares, na Holanda e Itália e um 9º lugar, fora dos lugares pontuáveis, em França. 
Em 1971, a Tyrrell construiu um bom carro com o qual Jackie venceu seis corridas. Nas restantes cinco, o piloto escocês foi 2º na África do Sul, 5º nos Estados Unidos e desistiu por três vezes. Conquistou pela segunda vez o título de Campeão do Mundo de Pilotos com 62 pontos, quase o dobro dos pontos de Ronnie Peterson, que foi o 2º classificado.  
No ano de 1972, Stewart ganhou quatro corridas mas foi incapaz de travar Emerson Fittipaldi e o seu Lotus 72.
Em 1973, Jackie começou o campeonato já decidido a retirar-se da F1 no final da temporada. Stewart ganhou cinco corridas, bateu o recorde de vitórias que pertencia a Jim Clark e conquistou o seu terceiro título de Campeão do Mundo. A sua última vitória na F1 foi no Grande Prémio da Alemanha, no circuito de Nurburgring, onde o piloto escocês reconheceu, alguns anos mais tarde, que tinha medo de correr. Jackie afirmou que quando saia de casa para correr em Nurburgring, sempre parava, quando chegava à rua e olhava para trás, pois não sabia se iria regressar. O Grande Prémio dos Estados Unidos, a última prova do campeonato, iria ser a última corrida que Stewart disputava, mas nos treinos de sábado, o seu companheiro de equipa, François Cevert, morreu num grave acidente. Chocado com a morte do seu amigo, Jackie decidiu não correr no domingo e assim colocou um ponto final na sua carreira de piloto.
Stewart correu também em provas do Campeonato Tasman Series em 1966 e 1967, sagrando-se campeão em 1966. Disputou as 24 Horas de Le Mans em 1965, onde partilhou um Rover-BRM com Graham Hill, tendo terminado a sua classe na 2ª posição. Correu as 12 Horas de Sebring em 1966 com um Ford GT40, que também dividiu com Graham Hill e participou nas 500 Milhas de Indianápolis em 1966 e 1967.
Jackie Stewart deteve o recorde de vitórias em Grandes Prémios durante 14 anos, até Alain Prost vencer o Grande Prémio de Portugal em 1987. 
Em 1997, Jackie voltou à F1 mas como proprietário da equipa Stewart Grand Prix, equipa que participou no Campeonato do Mundo de F1 durante três anos.
Em 1971, Stewart foi nomeado Oficial da Ordem do Império Britânico. Em 2001, recebeu o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico. Em ambos os casos, pelos seus serviços prestados em honra ao automobilismo.
Jackie Stewart esteve 9 anos na F1. Disputou 99 Grandes Prémios, conquistou 27 vitórias, 17 poles-positions, voltas mais rápidas e 43 pódios.

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