10 de novembro de 2021

EDDIE IRVINE

 

Edmund Irvine Jr, mais conhecido por Eddie Irvine, nasceu no dia 10 de Novembro de 1965 em Newtownards, Irlanda do Norte.
Filho de Edmund Irvine Sr, um piloto amador, Eddie cresceu na vila de Conlig e estudou na Regent House Grammar School em Newtownards.
O primeiro encontro que Eddie teve com o automobilismo aconteceu quando um dia foi de férias com a família até Silverstone, onde se corria o Grande Prémio de Inglaterra.
Em 1983, começou a competir na Formula Ford, apoiado financeiramente pelo seu pai em troca do trabalho que Eddie fazia na sucata da família. No ano seguinte ganhou a sua primeira corrida em Brands Hatch e foi eleito como melhor piloto. Em 1987, deu o salto para a equipa Van Diemen e venceu os campeonatos ESSO Formula Ford e RAC de Formula Ford 1600, os dois mais importantes da modalidade, além do Formula Ford Festival, em Brands Hatch, uma espécie de “campeonato do Mundo” dessa competição. No final desse ano, a Marlboro organizou um teste em que premiava o piloto mais rápido com um lugar numa equipa de F3 britânica no ano seguinte. Irvine foi quem venceu o prémio e juntou-se à West Surrey Racing em 1988, mas o ano não foi o melhor e terminou o campeonato no 6º lugar. Eddie disputou ainda o Grande Prémio de Macau, onde conquistou a pole-position mas acabou por abandonar a corrida. Seguiu-se a Formula 3000, primeiro com a Pacific Racing em 1989 e depois com a Jordan em 1990. Nos três anos seguintes continuou a conduzir carros de F3000 mas no Japão, na Formula Nippon.
Em 1993, Eddie estreou-se na F1 com a Jordan no Grande Prémio do Japão, a penúltima corrida da temporada. Com um grande conhecimento do Circuito de Suzuka, por aí correr durante três anos na F3000 japonesa, Eddie conseguiu o 8º lugar na grelha de partida. No arranque subiu mais três lugares e passou a lutar com o Williams de Damon Hill. Ayrton Senna liderava a corrida, aproximou-se dos dois pilotos e ganhou uma volta a Irvine e quando se preparava para dobrar Damon Hill, foi surpreendido por uma atrevida manobra de Irvine, que quis “desdobrar-se” à força toda, em plena curva Degner. Ninguém se tocou, mas a manobra deixou Senna muito irritado. Depois de a corrida acabar, com Irvine a pontuar logo na sua prova de estreia, Senna dirigiu-se às boxes da Jordan, acompanhado por Norman Howell, diretor de comunicações da McLaren e Gorgio Ascanelli, o engenheiro de Senna. Irvine estava na zona reservada da equipa, sentado a uma mesa, sozinho. No local, estavam também Barrichello e outros membros da Jordan, precisamente a assistir a um “replay” do que sucedera entre Irvine e Senna. Este, quando entrou na sala, não reconheceu Irvine, que pressurosamente o chamou com um gesto. O diálogo entre ambos foi curto e grosso, com berros, vozes alteradas e muitos palavrões, em especial por parte do brasileiro que, de cabeça perdida, chamou várias vezes o irlandês de “fucking idiot”. Este, com uma calma e uma ingenuidade olímpicas, foi-se desculpando pelo incidente, deitando as culpas em Hill e, depois, no próprio Senna, acusando-o de ser o culpado por não estar suficientemente rápido! Mas o copo de água transbordou quando Irvine, sem medos ou complexos de inferioridade, ameaçou Senna, dizendo repetidamente “vejo-te em pista”. O campeão do Mundo, que já se estava a afastar, voltou-se de repente para trás e, com a mão esquerda, deu um valente soco na parte direita da cara de Irvine que, surpreendido e desequilibrado, caiu redondo no chão. A cena não foi mais longe, porque Ayrton foi afastado do estirado piloto, que berrava que o ia processar enquanto Senna era encaminhado para fora das boxes.
Mas Eddie Irvine não se emendou com a troca de mimos em Suzuka, onde, para lá de se envolver com Senna, tentou atirar por várias vezes para fora da pista Damon Hill, tendo sucesso nestes propósitos quase no final da prova, mas com Derek Warwick.  A sua irreverência continuou bem ativa e, em 1994, logo na primeira prova, o GP do Brasil, provocou um acidente múltiplo, que envolveu também o Benetton de Jos Verstappen, o Ligier de Éric Bernard e o McLaren de Martin Brundle. Altamente irritada com a desfaçatez do novato, a FIA resolveu castigar Irvine com três corridas de suspensão.
Irvine regressou do castigo imposto pela FIA no Grande Prémio de Espanha, corrida que terminou no 6º lugar. O piloto irlandês só voltou a pontuar no Grande Prémio da Europa, onde foi 4º e no Grande Prémio do Japão, onde conseguiu o 5º lugar.
Em 1995, voltou a ser em Espanha que conseguiu os primeiros pontos da temporada com o 5º lugar. Na sexta corrida da temporada, o Grande Prémio do Canadá, Eddie conseguiu o seu primeiro pódio na F1 com o 3º lugar. Tal como no ano anterior, pontuou no Grande Prémio da Europa e no do Japão, sendo 6º e 4º respetivamente.
Em 1996, Irvine foi contratado pela Ferrari. Apesar de ter um carro mais competitivo o piloto irlandês acabou por ter um ano idêntico ao anterior. Foi 3º na corrida inaugural da temporada na Austrália, depois foi 5º na Argentina, 4º em San Marino e de novo 5º em Portugal.
O ano de 1997 foi bem mais positivo. Conseguiu o 2º lugar na Argentina, o 3º em San Marino, Mónaco, França e Japão. Foi ainda 5º no Grande Prémio da Europa.
Em 1998, Irvine começou a temporada com o 4º lugar no Grande Prémio da Austrália. Depois de ter desistido no Brasil, Eddie conseguiu seis pódios em sete corridas, foi 3º na Argentina, San Marino, Mónaco, Canadá e Inglaterra, e 2º em França. Voltou a ser 2º em Itália e no Japão. e pelo meio conseguiu o 4º lugar na Áustria e no Luxemburgo.
O campeonato de 1999 começou com a primeira vitória de Eddie Irvine na F1 ao vencer o Grande Prémio da Austrália. Nesse ano, voltou a ganhar mais três vezes, na Áustria, Alemanha e Malásia. Conseguiu o 2º lugar no Mónaco e em Inglaterra, e foi 3º no Canadá, Hungria e Japão. O ano de 1999 foi, para Eddie Irvine, o da oportunidade perdida. Nesse ano, Irvine teve tudo do seu lado, até um fortuito acidente de Michael Schumacher em Silverstone, em que o alemão partiu uma perna, ficando afastado das pistas durante seis corridas. Todas as portas foram então abertas para que Irvine “sucedesse” ao seu colega de equipa. Só que nem sequer a ajuda que este lhe deu ao regressar na Malásia, declaradamente para o proteger no seu caminho para o título, foi suficiente. Afinal, nem todos os pilotos, mesmo com as melhores armas a seu dispor, têm estofo de campeões. Irvine, declaradamente, não tinha. O irlandês chegou à última corrida do campeonato, no Japão com quatro pontos de vantagem sobre Mika Hakkinen, mas foi o piloto finlandês a festejar o título de campeão.
Em 2000, Irvine ingressou na Jaguar, onde permaneceu durante três anos e onde apenas conseguiu dois pódios, com o 3º lugar no Grande Prémio do Mónaco de 2001 e no Grande Prémio de Itália de 2002. No final do campeonato de 2002 retirou-se da F1.
Eddie Irvine participou nas 24 Horas de Le Mans em 1992, 1993 e 1994. Venceu no último ano em que participou.
Depois de deixar a F1, Irvine dedicou-se aos negócios imobiliários e à construção naval, juntando uma generosa fortuna que o tornou a 5ª pessoa mais rica da Irlanda do Norte. Irvine tem uma mansão em Milão, bem como propriedades em Dublin, Miami e Nova Iorque. 
Em 2006, foi preso em Londres depois de ter sido apanhado a conduzir uma scooter em pleno parque Hyde Park a cerca de 50 quilómetros por hora, sem carta nem seguro. Dois anos depois, foi condenado a seis meses de prisão efetiva, por distúrbios e agressões perpetradas num clube noturno em Milão. A cena aconteceu quando terá enviado um piropo à namorada de Gabriele Moretti, um rico “socialite” local, filho de um antigo presidente da Câmara da cidade, quando conversava com ela sentado num sofá a beber “vodka-orange”. O VIP não terá gostado do atrevimento do ex-ferrarista e ambos envolveram-se numa cena de pugilato, que terá incluído agressões mútuas com copos de vidro partidos. Curiosamente, tornou-se uma espécie de herói nacional em Itália, depois da cena no “nightclub” milanês. Desde então, nenhum restaurante lhe cobrou qualquer fatura pelas refeições, pois declararam o irlandês como digno de comer em Itália… à borla e para sempre!
Eddie Irvine esteve 10 anos envolvido na F1. Disputou 146 Grandes Prémios. Conquistou 4 vitórias, 1 volta mais rápida e 26 pódios.

Sem comentários: