31 de maio de 2020

WILLIAMS


A Williams Grand Prix Engineering Limited, é uma equipa de automobilismo britânica que participa no Campeonato Mundial de F1.
Em 1977 Frank Williams fundou a equipa que tem o seu nome, junto com o projectista inglês Patrick Head.
O Grande Prémio da Argentina de 1978 foi a estreia da equipa Williams no Campeonato do Mundo de F1. Com o australiano Alan Jones ao volante do único carro da equipa que qualificou no 14º lugar da grelha de partida, na corrida Jones, viu-se obrigado a desistir na 36ª volta com um problema no sistema de combustível. Na terceira prova do campeonato, o Grande Prémio de África do Sul, Alan Jones terminou em 4º lugar e obteve os primeiros pontos da Williams na F1. Na penúltima corrida da temporada, Jones levou o seu Williams ao 2º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos, no que foi o primeiro pódio da equipa. No final da temporada, o 11º lugar, entre as 21 equipas que pontuaram no campeonato, foi um bom resultado para uma equipa estreante.
Em 1979 o engenheiro Frank Dernie foi contratado e juntou-se a Patrick Head no departamento de design. A Williams passou a ter dois carros e o suíço Clay Regazzoni juntou-se a Alan Jones. No Grande Prémio de Inglaterra em Silverstone, a Williams conquistou a sua primeira vitória na F1 através de Regazzoni. As três corridas seguintes, Alemanha, Áustria e Holanda, foram ganhas pelo outro Williams de Alan Jones que ainda voltou a vencer no Canadá. No final da temporada, a Williams ficou em 2º lugar no campeonato.
No ano seguinte Alan Jones ganhou cinco corridas e sagrou-se Campeão do Mundo de Pilotos, com a Williams a conquistar pela primeira vez o título de Campeão Mundial de Construtores.
Em 1981 a Williams voltou a ganhar o Campeonato Mundial de Construtores, mas falhou o título de pilotos por apenas 1 ponto.
Keke Rosberg ingressou na Williams em 1982 a substituir Alan Jones que tinha deixado a F1. Nessa temporada foram onze os pilotos vencedores e desses apenas cinco ganharam por duas vezes. Rosberg aproveitou a ausência forçosa, nas últimas cinco provas, do piloto francês Didier Pironi, que sofreu um grave acidente no Grande Prémio da Alemanha, para sagra-se Campeão Mundial de Pilotos, com uma vantagem de 5 pontos para Pironi. Keke Rosberg venceu apenas uma corrida nessa temporada, o Grande Prémio da Suíça disputado no circuito francês de Dijon-Prenois, sendo também a sua primeira vitória na F1.
Nos três anos seguintes a Williams viu-se arredada da luta pelas primeiras posições, ainda assim conseguiu algumas vitórias pontuais. Principalmente em 1985 já com os motores Honda a equipar os carros em vez dos Ford DFV.
No início do ano de 1986, Frank Williams sofreu um acidente de viação que o deixou paralítico, mas não conseguiu arrefecer o seu ardente compromisso com a equipa que tem o seu nome. Patrick Head cuidou da equipa durante a convalescença de Frank, que regressou a meio do ano para liderar a sua equipa. Nessa temporada e também em 1987 a Williams voltou a mostrar ser uma equipa forte. Com Nigel Mansell e Nelson Piquet ao volante dos seus carros a equipa britânica conquistou o título de Campeão Mundial de Construtores nesses dois anos e Piquet sagrou-se Campeão do Mundo de Pilotos em 1987.
O ano de 1988 foi um desastre. A Honda deixou a Williams para se juntar à McLaren e Frank teve que se contentar com os motores Judd que não deram os resultados esperados. Mansell apenas conseguiu dois 2ºs lugares e desistiu em todas as outras corridas da temporada.
Em 1989 os motores Renault ocuparam o lugar dos pouco competitivos Judd e os resultados fizeram-se logo sentir com a Williams a vencer no Canadá e na Austrália, através de Thierry Boutsen e a terminar a temporada no 2º lugar. Para 1990 a dupla de pilotos é mantida. Apesar de obter outras duas vitórias, em San Marino e na Hungria, a equipa tem uma queda de rendimento e finaliza a temporada com um 4º lugar no Campeonato Mundial de Construtores.
Em 1991 Nigel Mansell regressa à Williams e junta-se a Riccardo Patrese. Com sete vitórias, 5 para Mansell e 2 para Patrese, a Williams volta a entrar na luta pelos títulos mas acaba ambos, em segundo lugar.
Em 1992, a Williams dominou por completo. Nigel Mansell venceu nove provas e sagrou-se Campeão Mundial de Pilotos quando ainda faltavam cinco corridas para o fim da temporada. A Williams voltou a conquistar o título de Campeão do Mundo de Construtores, cinco anos depois.
No ano seguinte o domínio da equipa britânica continuou, apesar de Mansell e Patrese terem dado o seu lugar a Alain Prost e a Damon Hill. Com sete vitórias conquistadas, o piloto francês conquistou o seu quarto título de Campeão do Mundo de Pilotos. A Williams repetiu o título de Campeão Mundial de Construtores.
Em 1994 a Williams contratou Ayrton Senna para ser o companheiro de equipa de Damon Hill, no entanto o domínio apresentado nos anos anteriores já não era o mesmo e Senna viu-se perante duas desistências nas duas primeiras provas da temporada. O Grande Prémio de San Marino foi terrível para a Williams, Senna teve um violento acidente e acabou por morrer. Foi a primeira vez que Frank Williams viu um piloto seu a perder a vida ao volante de um carro da sua equipa. Apesar de tudo a equipa recompôs-se e lutou pelos títulos até à última corrida do ano, acabando por conquistar o Mundial de Construtores.
O ano de 1995 não foi o melhor, onde a vitória nos dois campeonatos passou ao lado da equipa inglesa.
Em 1996 e 1997 a Williams voltou às grandes vitórias. O título de Campeão do Mundo de Construtores e de Pilotos foi conquistado nos dois anos, com Damon Hill e Jacques Villeneuve.
A fase mais vitoriosa da Williams acabou em 1997, em grande parte pela perda dos motores Renault, que saíram da F1. Nas temporadas de 1998 e 1999 com os motores não-oficiais da Renault, Mecachrome e Supertec respectivamente, a Williams conquistou o 3º e 5º lugar no Campeonato Mundial de Construtores.
Em 2000, o primeiro ano com o motor BMW não mudou muito.
No ano seguinte a Williams recuperou, com Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher como pilotos a equipa conquistou quatro vitórias.
Nas temporadas de 2002 e 2003 a Williams conquista duas vitórias em cada ano e termina ambos os campeonatos em 2º lugar.
No ano de 2004 a Williams apenas venceu uma corrida no Brasil.
Em 2005 o melhor resultado que a equipa obteve foram dois 2ºs lugares no Mónaco e em Nurburgring.
Os seis anos seguintes foram penosos para a Williams, com o 2º lugar no Grande Prémio de Singapura em 2008 por intermédio de Nico Rosberg como o melhor resultado desse período.
O ano de 2012 ficou marcado pelo regresso da Williams às vitórias, quando o piloto venezuelano Pastor Maldonado conquistou de forma surpreendente o Grande Prémio de Espanha, sendo essa a sua primeira e única vitória da F1 e também a última da Williams até aos dias de hoje.
No ano seguinte a equipa britânica voltou a ficar muito longe dos lugares cimeiros.
Em 2014 a Williams adquiriu os motores Mercedes. A equipa mostrou grandes progressos e obteve oito pódios, com três 2ºs lugares.
Mas a partir de 2015 a Williams foi perdendo competitividade. Os quatro pódios que conseguiu nessa temporada ainda disfarçaram um pouco a falta de andamento dos seus carros, mas nos anos seguintes a Williams foi-se afundando cada vez mais. Em 2018 e 2019 a Williams ocupou quase sempre os últimos lugares da grelha de partida dos Grandes Prémios.
Em Agosto de 2020, a Williams foi vendida a uma empresa de investimento privado dos Estados Unidos da América, a Dorilton Capital.
A Williams Grand Prix Engineering Limited, está envolvida na F1 há 47 anos. Disputou 816 Grandes Prémios. Conquistou 114 vitórias, 128 pole-positions, 133 voltas mais rápidas e 313 pódios. Venceu o Campeonato do Mundo de Construtores por 9 vezes; 1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997. E o Campeonato Mundial de Pilotos por 7 vezes; 1980 Alan Jones, 1982 Keke Rosberg, 1987 Nelson Piquet, 1992 Nigel Mansell, 1993 Alain Prost, 1996 Damon Hill e 1997 Jacques Villeneuve.

27 de maio de 2020

NICHA CABRAL


Mário Veloso de Araújo Cabral, mais conhecido como Nicha Cabral, nasceu no dia 15 de Janeiro de 1934 em Cedofeita, no Porto, Portugal.
Filho de uma abastada família que estava ligada ao ramo têxtil, Nicha Cabral foi educado para ser tudo, menos piloto de corridas.
Frequentou o Colégio Valsassina, em Lisboa, teve aulas de música no Conservatório Nacional e foi atleta de ginástica, no Ginásio Clube Português, um dos melhores em Portugal e chegou a integrar a lista dos seleccionados pela Federação Portuguesa de Ginástica para disputar os Jogos Olímpicos de 1952, no entanto acabou por não viajar para Helsínquia, pois na fase de preparação para as olimpíadas, partiu um pé.
As suas atenções viraram-se então para o automobilismo, contrariando o seu pai que sempre desejou que Nicha Cabral terminasse o ensino superior e desse continuidade aos negócios da família.
Em 1952 tirou a carta de condução e o seu pai ofereceu-lhe um Volkswagen Carocha, que Nicha Cabral usou para fazer as suas primeiras habilidades. No ano seguinte adquiriu um Triumph TR2, que viria a ser o seu primeiro carro de corrida e foi com esse carro que se estreou nas provas de automobilismo quando disputou o Rali da Feira do Ribatejo em 1955. A primeira prova mais a sério que disputou foi a Rampa da Pena, ainda com o Triumph TR2 mas já com algumas melhorias, o que lhe deu a possibilidade de vencer a sua classe e ser 3º na geral.
Em 1958 correu os 1000 Quilómetros de Nurburgring com um Alfa Romeo Giuletta Sprint, terminando a sua categoria no 2º lugar, o que abria boas expectativas de uma carreira internacional.
Em 1959 Nicha Cabral estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio de Portugal em Monsanto, tornando-se no primeiro português a participar numa prova de Formula 1. À partida, alinhavam dezasseis carros e Nicha ocupava a 14ª posição da grelha. Depois de uma boa partida, que lhe permitiu subir algumas posições, acabou por ser ultrapassado e descer alguns lugares, mas ainda assim terminou a corrida no 10º lugar, depois de deixar passar, por interpretação errada de um sinal da sua box, o inglês Tony Brooks. A corrida de Nicha Cabral em Monsanto não foi propriamente um passeio. Na 23ª volta, quando Jack Brabham se preparava para o dobrar, um mal-entendido entre os dois pilotos resultou no despiste do australiano e na sua desistência.
No ano seguinte, Nicha Cabral voltou à F1 para disputar o Grande Prémio de Portugal no Circuito da Boavista. Nos treinos levou o seu Cooper-Maserati ao 15º lugar e na corrida foi obrigado a desistir na 38ª volta com problemas na caixa de velocidades, na descida da Circunvalação. O vencedor da prova foi Jack Brabham.
Depois dessas duas corridas, Nicha Cabral só voltou à F1 em 1963 para disputar o Grande Prémio da Alemanha e o Grande Prémio de Itália, desta vez com o Cooper-Climax. Em Nurburgring largou do 20º lugar e desistiu na 6ª volta com problemas na caixa de velocidades, depois em Monza o piloto português não conseguiu qualificar-se e não chegou a largar para a corrida.
Nicha Cabral regressou a Monza no ano seguinte. Dessa vez conseguiu a qualificação para a corrida com o 19º tempo, já a corrida voltou a não correr bem pois somou mais uma desistência, quando o seu ATS teve problemas de ignição na 24ª volta. Essa foi a última participação de Nicha Cabral na F1.
Em 1965 a equipa de F2 Sorocaima ofereceu-lhe um lugar para competir no campeonato. No circuito de Rouen-les-Essarts em França, Nicha Cabral estreou-se na sua nova equipa. A corrida que poderia ter sido um grande impulso na sua carreira, acabou por quase lhe tirar a vida. Na 14ª volta, despistou-se, o carro ficou completamente destruído, Nicha Cabral sofreu várias fracturas e por pouco não teve a sua perna direita amputada. Isso talvez só não tenha acontecido porque ao seu lado se encontrava um amigo (Jonas Marques Pinto) que a isso se opôs totalmente, contrariando a opinião da equipa médica francesa. O acidente foi tão grave que alguns jornais italianos chegaram a noticiar o seu falecimento. Depois, quando se soube que recuperava, apesar do seu estado lastimoso, quase todos pensaram que nunca mais voltaria a correr. Ele mesmo chegou a pensar isso, mas acabou por acontecer o contrário.
Em 1968 voltou à competição. Disputou várias corridas de Sport , Turismo e Formula 2 até terminar a sua carreira em 1975.
Mário Araújo "Nicha" Cabral faleceu no dia 17 de Agosto de 2020, aos 86 anos.
Foram quatro os Grandes Prémios de F1 que Nicha Cabral disputou, os bastantes para fazer parte da história do automobilismo como o primeiro piloto português a participar no Campeonato Mundial de Formula 1.

24 de maio de 2020

PAT SYMONDS


Patrick Bruce Reith Symonds, mais conhecido como Pat Symonds, nasceu no dia 11 de Junho de 1953 em Bedford, Inglaterra.
Estudou na Gresham's School em Norfolk, depois na Oxford Polytechnic e mais tarde entrou na Universidade de Cranfield onde obteve o mestrado em aerodinâmica.
Pat Symonds iniciou a sua aventura no automobilismo na empresa Hawke, como projectista de carros de corrida da Formula Ford. Dois anos depois mudou para a equipa Royale onde conheceu o designer Rory Byrne. Em 1979 Byrne foi para a Toleman, para projectar um carro de F2 e levou Symonds consigo. Em 1981 a equipa Toleman entrou na F1 e Symonds passou a trabalhar no departamento de pesquisa e desenvolvimento. No ano seguinte passou a ser o engenheiro de corrida dos pilotos Teo Fabi e Derek Warwick. Em 1983 trabalhou em conjunto com o piloto Bruno Giacomelli e em 1984 com Ayrton Senna, no primeiro ano na F1 do piloto brasileiro. Foi com Senna que Pat Symonds e a Toleman conseguiram brilhar na F1.
No final de 1985 a Benetton comprou a Toleman e Symonds continuou como engenheiro de corrida, trabalhando de novo com Teo Fabi e depois com Alessandro Nannini.
Em 1991 a Benetton contratou John Barnard como Director Técnico. Symonds deixou a equipa e juntou-se a Adrian Reynard para desenhar um carro de F1 para a equipa Reynard. Mas no ano seguinte Barnard deixou a Benetton e Symonds regressou à sua antiga equipa.
Nos anos seguintes foi o engenheiro de corrida de Michael Schumacher. Em 1996 passou a ocupar o cargo de Director Técnico durante cinco anos. Em 2001 passou a Director Executivo de Engenharia, cargo que manteve quando a Benetton foi comprada pela Renault F1 em 2002.
Em Julho de 2009, o piloto brasileiro Nelson Piquet Junior afirmou que Symonds lhe pediu para bater deliberadamente contra o muro no Grande Prémio de Singapura de 2008 para ajudar o seu companheiro de equipa Fernando Alonso a vencer a corrida. Ainda nesse ano, no dia 16 de Setembro, a Renault F1 anunciou que Pat Symonds não fazia mais parte da equipa.
Pat Symonds foi posteriormente suspenso de todas as actividades na F1 durante cinco anos, depois de expressar o seu "eterno arrependimento e vergonha" ao Conselho Mundial do Automobilismo da FIA. No entanto, o seu castigo foi anulado pelo Tribunal de Grande Instância francês no dia 5 de Janeiro de 2010, tendo ainda recebido uma indeminização de 5.000 euros. Em Abril, Symonds e Flavio Briatore, chefe de equipa da Renault F1, chegaram a um acordo com a FIA, em que o projectista britânico poderia regressar à F1 em 2013, mas poderia voltar antes desse ano apenas como conselheiro de uma equipa.
Em 2011, Symonds voltou à F1 para ser conselheiro na equipe Marussia, onde levou a cabo uma revisão do trabalho efectuado, após um início decepcionante na segunda temporada da equipa na F1.
Em Julho de 2013, Symonds foi contratado pela equipa Williams para ser o Director Técnico, cargo que ocupou durante três anos. Em 2016, anunciou que se iria retirar da F1 no final desse ano. Pat Symonds esteve ligado ao automobilismo durante quarenta anos, e mais de trinta na F1.

20 de maio de 2020

INTERLAGOS


O Autódromo José Carlos Pace, mais conhecido como Circuito de Interlagos, fica situado em São Paulo no Brasil.
O seu nome é uma homenagem ao piloto brasileiro de F1, que morreu num acidente de aviação em 1977.
O nome tradicional do circuito (literalmente, "entre lagos"), é por estar localizado no bairro de Interlagos, uma região entre dois grandes lagos artificiais, Guarapiranga e Billings, que foram construídos no início do século XX para abastecer a cidade com água e energia eléctrica.
O terreno onde o circuito está localizado foi originalmente comprado em 1926, com o objectivo de construir moradias. Após dificuldades, em parte devido ao crash da bolsa de 1929, foi decidido construir um circuito de corrida. As obras começaram em 1938, com a pista a ser inaugurada no dia 12 de Maio de 1940. Nesse dia o autódromo recebeu 15 mil pessoas para ver o Grande Prémio de São Paulo. O vencedor foi o piloto Artur Nascimento Júnior, que percorreu as 25 voltas da corrida em 1 hora, 46 minutos e 44 segundos.
No ano de 1967 o circuito fechou para serem realizadas obras, voltou a abrir no dia 1 de Março de 1970, quando foi disputada uma prova do campeonato de Formula Ford. Em 1971, o circuito foi de novo obrigado à realização de obras para poder receber o Grande Prémio do Brasil de F1.
No dia 11 de Fevereiro de 1973, Interlagos recebeu pela primeira vez uma prova do Campeonato do Mundo de F1. O piloto sueco Ronnie Peterson em Lotus, obteve a pole-position, já a vitória na prova foi para Emerson Fittipaldi, a correr em casa, o piloto campeão em título deixou os milhares de adeptos em delírio.
Fittipaldi venceu a corrida novamente em 1976, com chuva e o piloto brasileiro José Carlos Pace ganhou a sua única corrida em Interlagos, em 1975. Nos três primeiros anos de F1, Interlagos só conhecia vitórias de pilotos brasileiros. Nos cinco anos seguintes, com excepção de 1978 em que não recebeu o Grande Prémio do Brasil, a prova foi ganha por quatro pilotos diferentes, Niki Lauda em 1976, Carlos Reutemann em 1977, Jacques Laffite em 1979 e René Arnoux em 1980.
Durante nove anos os monolugares de F1 correram no Rio de Janeiro, mas em 1990 voltaram a Interlagos. Com um novo desenho de pista, mais seguro e adequado aos carros da década de 90.
Os espectadores que encheram as bancadas para ver o Grande Prémio do Brasil de 1990, saíram desiludidos depois que Ayrton Senna deu um toque no carro do piloto atrasado Satoru Nakajima, quando liderava a corrida e que o obrigou a uma paragem na box para trocar a asa frontal do McLaren, atirando-o para o 2º lugar, atrás do rival Alain Prost em Ferrari que venceu a prova. Mas no ano seguinte já tudo foi diferente, pois Ayrton Senna liderou a corrida desde o arranque e venceu, apesar de ter corrido as últimas voltas apenas com a sexta velocidade. Senna voltou a conquistar a vitória em 1993, e logo após o final da prova os espectadores brasileiros invadiram o asfalto para comemorar, obrigando o McLaren de Senna a parar na pista ao ser cercado pelos adeptos. Após ajuda, Ayrton Senna conseguiu sair do carro e comemorou com o público, regressando à zona das boxes pendurado na porta lateral do Safety Car.
A partir de 2004 o Grande Prémio do Brasil deixou de ser uma das primeiras provas do campeonato para passar a ser uma das últimas, e com isso também passou a ter corridas decisivas para a atribuição do titulo de campeão entre os pilotos. Fernando Alonso conquistou o Mundial de Pilotos em 2005 e 2006. Kimi Raikkonen sagrou-se Campeão Mundial em 2007. Lewis Hamilton ganhou o campeonato em 2008 e em 2009 foi a vez de Jenson Button conquistar o título.
José Carlos Pace, René Arnoux, Giancarlo Fisichella e George Russell, foram os pilotos que venceram pela primeira vez uma corrida de F1 em Interlagos.
Em 2021, o Circuito de Interlagos sediou pela primeira vez o Grande Prémio de São Paulo. Foi a terceira prova da temporada a ter uma Corrida Sprint, depois de Silverstone e Monza. Lewis Hamilton, apesar de ter sido desclassificado na qualificação e de ter uma penalização de cinco lugares na grelha de partida, deu um recital de pilotagem e venceu a corrida, tornando-se no único piloto que ganhou uma prova de F1 no Brasil a largar de uma posição tão atrasada.
Michael Schumacher, com quatro vitórias, é o piloto que mais vezes ganhou em Interlagos. Quanto às equipas, a Ferrari venceu por nove vezes.

17 de maio de 2020

VANWALL


A Vanwall foi uma equipa de automobilismo que participou no campeonato de F1 entre os anos de 1954 e 1960.
Fundada pelo britânico Tony Vandervell, a equipa iniciou-se na F1 no Grande Prémio de Inglaterra de 1954 em Silverstone, com Peter Collins ao volante que desistiu da corrida na 16ª volta.
Os primeiros anos da Vanwall na F1 foram uma desgraça, então no final de 1955, Tony Vandervell decidiu contratar um jovem projectista que já se mostrava bastante promissor, com o nome de Colin Chapman.
O novo carro projectado por Chapman, em conjunto com o técnico de aerodinâmica, Frank Costin, apresentou notáveis melhorias. O piloto Harry Schell terminou o Grande Prémio da Bélgica no 4º lugar, o que foi o primeiro resultado relevante da equipa na F1.
Em 1957, Stirling Moss e Tony Brooks são os pilotos aos quais se junta o jovem Stuart Lewis-Evans. No Grande Prémio de Inglaterra em Aintree, a Vanwall conquistou a primeira vitória na F1, sendo o triunfo atribuído aos seus dois pilotos. Stirling Moss liderava a corrida, mas na 20ª volta o motor do Vanwall começou a falhar. Moss entrou na box para uma rápida reparação, mas a situação manteve-se, assim Brooks foi chamado a box para entregar o seu carro a Stirling Moss que venceu a prova. Foi a primeira vez que um carro britânico ganhou um Grande Prémio e também o primeiro triunfo de um carro e piloto inglês no Grande Prémio de Inglaterra. Moss ainda venceu o Grande Prémio de Pescara e depois levou o seu Vanwall à vitória no Grande Prémio de Itália em Monza, onde derrotou os Ferrari e os Maserati na sua própria casa.
Em 1958 a Federação Internacional de Automobilismo criou o Campeonato Mundial de Construtores. Nesse ano a Vanwall foi ainda mais dominante e venceu seis provas, três para Stirling Moss (Holanda, Portugal e Marrocos), e três para Tony Brooks (Bélgica, Alemanha e Itália). No final da temporada a Vanwall venceu pela primeira vez o título de Campeão Mundial de Construtores. No entanto Moss perdeu o título de pilotos para Mike Hawthorn da Ferrari pela diferença de 1 ponto. O último Grande Prémio do ano ficou marcado pelo acidente mortal de Stuart Lewis-Evans. Abalado com a morte do seu piloto, Tony Vandervell, cuja saúde já não era a melhor, decidiu desistir da F1.
Em 1959 a Vanwall apenas disputou o Grande Prémio de Inglaterra com um único carro, atribuído a Tony Brooks que desistiu na 13ª volta com problemas de ignição. No ano seguinte a equipa também só participou no Grande Prémio da Alemanha onde Brooks apenas percorreu sete voltas até ser obrigado a abandonar a prova com problemas no seu carro. Essa foi a ultima corrida da Vanwall na F1.
Nos sete anos que a Vanwall esteve na F1, participou em 28 provas, conquistou 9 vitórias, 7 pole-positions e 6 voltas mais rápidas. Venceu o Campeonato Mundial de Construtores em 1958.

13 de maio de 2020

LORENZO BANDINI


Lorenzo Bandini nasceu no dia 21 de Dezembro de 1935 em Barce na Líbia italiana, uma ex-colónia de Itália.
A sua família voltou para Itália em 1939, passando a residir nos arredores de Florença. Bandini perdeu o seu pai quando tinha 15 anos e logo depois conseguiu um emprego como aprendiz de mecânico na oficina de automóveis de Goliardo Freddi, pai da sua futura esposa.
Foi nas motos que Lorenzo Bandini começou a competir, mas depressa passou para os carros com o apoio do seu patrão. Bandini venceu as Mille Miglia e as 12 horas de Monza no ano de 1958. Nos dois anos seguintes passou pela Formula Junior.
Em 1961 estreou-se no Campeonato do Mundo de Formula 1 no Grande Prémio da Bélgica ao volante de um Cooper-Maserati, sendo obrigado a desistir na 20ª volta com um problema no rolamento de uma roda.
No ano seguinte ingressou na Ferrari e na corrida inaugural do campeonato, o Grande Prémio do Mónaco, terminou em 3º lugar, conquistando não só o seu primeiro pódio como os primeiros pontos na F1.
No ano de 1963 disputou os Grandes Prémios de França, Inglaterra e Alemanha com um BRM, mas depois regressou à Ferrari para as restantes provas da temporada. O 5º lugar foi o melhor resultado que conseguiu na Alemanha, Estados Unidos e África do Sul.
Em 1964 teve a sua primeira temporada completa na F1. O início do campeonato foi péssimo, com duas desistências e outras duas corridas fora dos lugares pontuáveis, Bandini pontuou pela primeira vez no Grande Prémio de Inglaterra com um 5º lugar, e na corrida seguinte, em Nurburgring, alcançou o lugar mais baixo do pódio. No Grande Prémio da Áustria, Lorenzo Bandini conquistou a sua primeira vitória na F1. Em Itália e no México voltou a terminar em 3º lugar, obtendo assim mais dois pódios. No final do campeonato, Bandini ficou em 4º lugar.
O ano de 1965 foi um desastre, com Lorenzo Bandini a terminar apenas por quatro vezes nos lugares pontuáveis, sendo o 2º lugar alcançado no Grande Prémio do Mónaco o melhor resultado da temporada.
Em 1966 foi 2º no Grande Prémio do Mónaco e 3º no Grande Prémio da Bélgica e dessa forma, ao fim das duas primeiras provas da temporada, assumiu a liderança do campeonato pela primeira vez na F1. Mas nas provas seguintes o seu Ferrari sofreu problemas de fiabilidade, o que lhe permitiu terminar apenas duas corridas na 6º posição. No final do campeonato foi 9º classificado com 13 pontos.
Em 1967, Bandini não participou na primeira prova do campeonato na África do Sul, mas chegou com boas espectativas para alcançar um bom resultado no Grande Prémio do Mónaco. Largou em 2º lugar e chegou a estar um primeiro logo após a partida, no entanto caiu para terceiro e na 15ª volta assumiu a segunda posição. Aos poucos foi diminuindo a desvantagem para o líder da corrida. Na 82ª volta, na chicane do porto, que na época era bem mais rápida e bem menos segura do que é nos dias de hoje, o Ferrari de Bandini bateu lateralmente nos fardos de palha e explodiu, acabando no meio da pista envolto em chamas. O piloto italiano ficou preso dentro do carro durante largos minutos até ser socorrido e levado para o hospital. Com queimaduras de terceiro grau em 70% do corpo, além de fracturas no tórax, Lorenzo Bandini morreu três dias depois do acidente.
Nos sete anos em que esteve na F1 disputou 47 Grandes prémios, conquistou 1 vitória, 1 pole-position, 2 voltas mais rápidas e 8 pódios.
Lorenzo Bandini participou também em provas de endurance. Em 1963 venceu as 24 Horas de Le Mans ao volante do Ferrari 250 P. Em 1967 conquistou as 24 Horas de Daytona e os 1000 Quilómetros de Monza com o Ferrari 330P4.

10 de maio de 2020

HARVEY POSTLETHWAITE


Harvey Postlethwaite nasceu no dia 4 de Março de 1944 em Barnet, Inglaterra.
Depois de ter estudado na Royal Masonic School for Boys, entrou na Universidade de Birmingham onde se formou em Engenharia Mecânica em 1960. Após deixar os estudos, entrou na ICI (Imperial Chemical Industries) onde passou a trabalhar nos laboratórios de pesquisa. Mas a grande paixão de Postlethwaite era o automobilismo e decidiu seguir o seu sonho.
Em 1970 ingressou na equipa March, onde começou a trabalhar nos projectos de F2 e F3. Pouco tempo depois mudou para a equipa Hesketh que competia na F1.
Em 1974 foi o responsável pelo desenho do Hesketh 308 que levou James Hunt ao pódio na Suécia, Áustria e Estados Unidos. No ano seguinte, Postlethwaite desenvolveu ainda mais o carro e James Hunt venceu o Grande Prémio da Holanda, contudo, em 1976, Lord Hesketh viu-se obrigado a vender a equipa.
Harvey Postlethwaite pegou nos seus projectos e foi para a recém-fundada equipa Wolf-Williams Racing, liderada por Walter Wolf e Frank Williams. No entanto os resultados da equipa foram bastante abaixo das espectativas e os proprietários decidiram separar-se. Postlethwaite permaneceu com Wolf e projectou o modelo WR1 para 1977, com o sucesso a ser imediato pois o novo carro, com Jody Scheckter ao volante, venceu a prova inaugural da temporada. Scheckter ainda ganhou mais duas vezes e obteve seis pódios, o que lhe possibilitou terminar a temporada em 2º lugar. Postlethwaite continuou na Wolf até a equipa fechar as portas no final de 1979.
Em 1980 o projectista inglês aceitou o desafio de Emerson Fittipaldi para ingressar na sua equipa, onde esteve durante um ano.
No ano de 1981, Enzo Ferrari escolheu Postlethwaite para desenhar os carros da sua equipa. Farto de ter bons motores em carros fracos, o fundador da Ferrari depositava todas as suas esperanças no projectista britânico para conquistar os títulos.
A Ferrari começou o campeonato de 1982 com fortes ambições em conquistar os dois títulos com o 126C2, mas a morte de Gilles Villeneuve em Zolder e o acidente de Didier Pironi em Hockenheim, que terminou com a carreira do francês, alteraram todas as esperanças da Ferrari que teve como consolação a vitória no Campeonato Mundial de Construtores.
Postlethwaite ainda projectou o 126C2B que voltou a conquistar o título de Construtores em 1983, e o 156/85 que deu a Michele Alboreto o vice-campeonato em 1985. Postlethwaite deixou a Ferrari no final de 1987.
O destino seguinte do projectista inglês foi a equipa Tyrrell. No período em que foi o Director Técnico, os resultados da equipa melhoraram notavelmente e isso ficou bem vincado na corrida inaugural de 1990, em Phoenix, onde Jean Alesi liderou durante 35 voltas e conseguiu desafiar o McLaren de Ayrton Senna, terminando em 2º lugar, com o Tyrrell 018. Alesi repetiu o feito no Grande Prémio do Mónaco, mas já com o Tyrrell 019, o primeiro dos carros de F1 de 'nariz alto'. No lançamento do carro, Postlethwaite provou a integridade estrutural da sua "asa de gaivota" incomum na frente. Enquanto estava na Tyrrell, Postlethwaite, começou a trabalhar com Mike Gascoyne, que se tornou seu assistente e protegido.
Em 1991, Postlethwaite foi contratado como Director Técnico da equipa Sauber, que planeava entrar na Fórmula 1 em 1993. Levando Gascoyne consigo, Postlethwaite mudou-se para a Suíça onde projectou o primeiro monolugar da equipa. Apesar de deixar a Sauber antes do início de 1993, o carro teve um sucesso considerável nas mãos de JJ Lehto e Karl Wendlinger, terminando nos lugares pontuáveis regularmente.
Postlethwaite voltou para a Tyrrell em 1994, onde permaneceu até 1998, quando a equipa foi vendida para se tornar a British American Racing. Embora no final dos anos 80 e 90 a Tyrrell fosse uma equipa pequena e pouco competitiva, o projectista britânico continuou a ser respeitado na F1 e foi contratado como Director Técnico do projecto interno da Honda F1 em 1999.
Postlethwaite desenhou o RA099, um carro que servia para efectuar testes ao longo de 1999, com Jos Verstappen ao volante e que poderia fazer a sua estreia no campeonato em 2000.
No dia 15 Abril de 1999, a Honda realizava testes particulares em Barcelona. Postlethwaite, que supervisionava todas as acções da marca japonesa, sentiu-se mal, com dores no peito, e foi levado de urgência a um hospital local. Um ataque cardíaco fulminante levou Harvey Postlethwaite de forma trágica aos 55 anos.

6 de maio de 2020

MÓNACO


O Circuito de Mónaco é um circuito citadino nas ruas de Monte Carlo e de La Condamine, em torno do porto do principado do Mónaco.
Foi Antony Noghés, presidente do Automobile Club de Monaco e amigo pessoal da família Grimaldi, quem teve a ideia de fazer uma corrida de automobilismo nas ruas do principado monegasco.
No dia 14 de Abril de 1929 foi então disputado o primeiro Grande Prémio do Mónaco. A corrida teve 100 voltas e foi ganha pelo britânico William Grover-Williams em Bugatti, que precisou de 3 horas, 56 minutos e 11 segundos para terminar.
São precisas seis semanas para se fazer a montagem de tudo o que envolve a prova, desde bancadas, boxes, barreiras de proteção e depois três semanas para a desmontagem. Por ser um circuito estreito, é o mais exigente da temporada de F1, e o mais pequeno erro do piloto quase sempre acaba em abandono da corrida. A curva do Hotel Loews é a mais apertada de todas as pistas da Formula 1, onde os monolugares são obrigados a passar a certa de 50 km/h.
O desenho atual do circuito é praticamente o mesmo da versão original. A partir de 1963 o ponto de partida e chegada passou para a reta Boulevard Albert I. Em 1973 com a construção das piscinas, foram introduzidas quadro pequenas curvas e ainda a curva La Rascasse. No ano de 1976 a curva que dá acesso à reta da meta, a Antony Noghés, foi ligeiramente alterada. Em 1986 a chicane do porto teve uma pequena modificação. Já em 2003 foram alargadas as curvas da zona das piscinas.
Em 1950 foi disputado o primeiro Grande Prémio do Mónaco a contar para o Campeonato do Mundo de Formula 1. Juan Manuel Fangio em Alfa Romeo foi o vencedor da prova.
Nos anos de 1951, 1953 e 1954, a corrida não se realizou. Em 1955 voltou a ser disputada a prova e a partir dessa data nunca deixou de fazer parte da temporada de F1.
O Grande Prémio do Mónaco já se disputou por 69 vezes. 36 pilotos venceram a prova, enquanto que 17 equipas triunfaram nas ruas do principado. A McLaren é a recordista com 15 vitórias, 6 consecutivas entre 1988 e 1993. Ayrton Senna é o piloto que mais vezes triunfou no Mónaco, com 6 vitórias conquistadas, sendo 5 consecutivas entre 1989 e 1993.

3 de maio de 2020

TOLEMAN


Toleman Motorsport foi uma equipa de automobilismo que esteve envolvida na F1 entre 1981 e 1985.
Em 1926, Edward Toleman fundou uma empresa de transportes e deu-lhe o seu nome. Toleman.
A empresa, sediada em Old Trafford, depressa começou a crescer e dois anos depois mudou para Dagenham, nos arredores de Londres. Na década de cinquenta, o filho de Edward, Albert, assumiu o controlo da empresa, mas com a sua morte, em 1966, passou a ser o seu filho mais velho, Ted, o Presidente e o mais novo, Bob, o Director Administrativo.
Na década de setenta, Ted e Bob fundaram a Toleman Motorsport.
Em 1977 Ted Toleman conheceu Alex Hawkridge, um grande adepto de automobilismo e decidiram competir na Formula Ford 2000. Para isso adquiriram um chassis March equipado com motor BMW. Em 1979, Hawkridge contratou um jovem projectista sul-africano, Rory Byrne, para desenhar um carro de F2. Em 1980, o TG280 projectado por Byrne e com Brian Henton e Derek Warwick ao volante, dominaram a temporada e Henton sagrou-se Campeão de F2. Em Novembro, Alex Hawkridge anunciou a entrada da Toleman na F1 em 1981.
Naquele ano, a Toleman chegou à categoria principal de automobilismo com o fabricante de motores Brian Hart, que nunca tinha estado na F1, tal como a marca italiana de pneus Pirelli. A temporada foi extremamente difícil, o carro era muito pesado e tinha falta de potência o que impossibilitou os dois pilotos de se qualificarem para as provas. Após nove fracassos consecutivos, a Toleman teve finalmente uma alegria quando Brian Henton qualificou o TG181 para uma corrida. Foi em Monza, para o Grande Prémio de Itália, onde o piloto britânico alinhou em 23º, para terminar a prova no 10º lugar.
O ano de 1982 foi um pouco melhor. Apesar da falta de desempenho em corrida, Derek Warwick ainda conseguiu a volta mais rápida no Grande Prémio da Holanda, o que foi o único motivo de destaque dessa temporada.
Foi em 1983 que os primeiros resultados da Toleman apareceram. Derek Warwick começou a classificar-se entre os dez primeiros da grelha de partida, mas a falta de fiabilidade prejudicou muito a equipa. Nas últimas quatro provas, Warwick terminou sempre nos lugares pontuáveis. O 4º lugar conseguido no Grande Prémio da Holanda e no Grande Prémio da África do Sul foram os melhores resultados da equipa na F1.
Em 1984 a Toleman contrata o venezuelano Johnny Cecotto e o Campeão de F3 Inglesa do ano anterior, Ayrton Senna. Depois de ter desistido na primeira corrida da temporada, Senna terminou em 6º lugar nas duas provas seguintes, em África do Sul e na Bélgica. A sexta prova do campeonato foi o Grande Prémio do Mónaco que se disputou debaixo de chuva e onde o Toleman pilotado por Ayrton Senna fez frente aos carros das melhores equipas. Quando Senna já estava no segundo lugar a pressionar Alain Prost, que era o líder, a corrida foi parada e terminada por questões de segurança. Com o segundo lugar conquistado, Senna deu à Toleman o primeiro pódio na F1. Ainda nessa temporada, o piloto brasileiro obteve mais dois pódios com o 3º lugar em Inglaterra e Portugal.
Esse foi o melhor ano da equipa Toleman na F1, que terminou o campeonato no sétimo lugar e marcou 16 pontos, muito graças a Ayrton Senna que no final do ano ingressou na Lotus.
Em 1985 a Toleman baixou de rendimento e esteve longe dos resultados alcançados no ano anterior. Não conseguiu sequer pontuar e o melhor foi um 12º lugar no Grande Prémio de Itália em Monza. No Grande Prémio da Austrália terminou a temporada e terminou também a participação da Toleman Motosport na F1, sendo comprada depois pela Benetton.
Nos cinco anos em que esteve na F1, a Toleman disputou 57 provas, conquistou 1 pole-position, 2 voltas mais rápidas, 3 pódios e 26 pontos, metade conquistados por Ayrton Senna.

1 de maio de 2020

AYRTON SENNA


Ayrton Senna da Silva nasceu no dia 21 de Março de 1960 em são Paulo, Brasil.
Com quatro anos teve o seu primeiro kart, que foi montado pelo seu pai e que tinha o motor de um cortador de relva.
Aos treze anos passou a competir em provas oficiais de karting e em Julho desse mesmo ano conseguiu a sua primeira vitória no kartódromo de Interlagos. Em 1977 conquistou o Campeonato Sul-Américano de Karting, feito que voltou a repetir em 1980, pelo meio ganhou o campeonato brasileiro de karting em 1978, 1979 e 1980. Foi ainda Campeão Paulista em 1974 e 1975. Por duas vezes foi Vice-Campeão Mundial de Karting em 1979 e 1980.
Em 1981 viajou para Inglaterra onde passou a disputar o campeonato inglês de Formula Ford 1600 com a equipa de Ralf Firmann. Com 12 Vitórias em 20 corridas, Senna sagrou-se Campeão.
No ano seguinte foi Campeão da Europa e de Inglaterra de Formula Ford 2000, tendo vencido 22 das 27 provas disputadas. No dia 30 de Maio desse ano foi convidado para participar numa corrida de celebridades, a “Shell Super Sunbeam for Celebrities”, disputada no circuito de Oulton Park. Ayrton Senna ganhou a corrida e fez a volta mais rápida ao volante de um Talbot. Em Novembro estreou-se na Formula 3 britânica no circuito de Thruxton, onde começou por fazer a pole-position, depois a volta mais rápida e a vitória na corrida com um Ralt-Toyota. Em 1983 venceu o campeonato inglês de F3, com 13 vitórias em 21 provas. Em Novembro de 1983, ganhou o Grande Prémio de Macau. Ainda no ano de 1983, Ayrton Senna testou pela primeira vez um carro de F1 das equipas Williams, McLaren, Brabham e Toleman, impressionou todos os chefes dessas equipas, acabando por se juntar à Toleman, pois tanto a Williams como a McLaren já tinham pilotos contratados, a Brabham que era patrocinada pela italiana Parmalat, já contava com o brasileiro Nelson Piquet e queria um piloto italiano e assim acabou por sobrar a Toleman.
O Campeonato do Mundo de F1 de 1984 começou no Brasil, no Rio de Janeiro e foi também no circuito de Jacarepaguá que Ayrton Senna iniciou a sua carreira na F1. Senna conquistou o seu primeiro ponto no campeonato logo na segunda prova que disputou, em Kyalami, no Grande Prémio da África do Sul, onde terminou em 6º lugar. A primeira demonstração da sua categoria aconteceu no dia 3 de Junho no Grande Prémio do Mónaco, onde debaixo de chuva e depois de ter largado em 13º, fez um rápido progresso através das estreitas ruas de Monte Carlo. Na volta 19, passou Niki Lauda, que estava em segundo, e começou a ameaçar o líder Alain Prost, continuou por várias voltas lutando pelo primeiro lugar com seu limitado Toleman. A esta altura já chovia muito no circuito e a corrida foi interrompida na volta 31 por razões de segurança. Ayrton Senna ainda obteve mais dois pódios nessa temporada, no Grande Prémio de Inglaterra, em Brands Hatch e no Grande Prémio de Portugal, no Estoril. Ainda nesse ano de 1984, Senna participou na “Corrida dos Campeões”, ao lado de grandes nomes da F1, como Sir Stirling Moss, Jack Brabham, John Surtees, Phil Hill, Niki Lauda, James Hunt, Keke Rosberg e Alain Prost, uma prova para promover o novo Mercedes 190 E, carro que todos os pilotos usaram na corrida, uma corrida que Senna ganhou na frente de Niki Lauda.
Em 1985, Ayrton Senna passou para a equipa Lotus. Na segunda corrida do ano, o Grande Prémio de Portugal, disputado no Autódromo do Estoril, conquistou a sua primeira pole-position e também a primeira vitória na F1, numa corrida disputada debaixo de chuva. Senna conseguiu sua segunda vitória, também debaixo de chuva, no Grande Prémio da Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps. Ayrton Senna terminou a temporada em 4º lugar no Campeonato Mundial de Pilotos com 38 pontos e seis pódios (duas vitórias, dois segundos e dois terceiros lugares), além de sete pole-positions.
Em 1986, terminou o campeonato novamente no quarto lugar, com 55 pontos, oito poles-positions, seis pódios e duas vitórias em Espanha e Detroit.
1987 Foi o seu último ano com a Lotus. Senna ganhou pela primeira vez o Grande Prémio do Mónaco e ainda o Grande Prémio de Detroit. Acabou a temporada no terceiro lugar com 57 pontos, uma pole-position e oito pódios.
Em 1988 Ayrton Senna mudou-se para a McLaren onde iria ter como companheiro de equipa o francês Alain Prost. Nesse ano obteve por 13 vezes a pole-position, venceu oito vezes, terminou três vezes em 2º lugar e assim conquistou pela primeira vez o título de Campeão Mundial de Pilotos com 94 pontos.
O ano de 1989 já não foi tão feliz. Apesar das seis vitórias conquistadas não conseguiu revalidar o título e terminou o campeonato em segundo lugar. Voltou a ser o piloto com mais pole-positions alcançadas, 13.
Em 1990 e com Gerhard Berger como colega de equipa, Senna voltou a vencer por seis vezes, as outras corridas que terminou ficou por duas vezes em 2º lugar e três vezes em 3º. Conseguiu dez pole-positions e conquistou 78 pontos o que lhe valeu sagrar-se Bi-Campeão Mundial de Pilotos.
O ano de 1991 não foi muito diferente do anterior. Começou com quatro vitórias nas quatro primeiras corridas, inclusive no Grande Prémio do Brasil que Senna ganhou pela primeira vez. No total foram sete as vitórias alcançadas e oito as pole-positions obtidas. Com 96 pontos no campeonato, Ayrton Senna tornou-se Tri-Campeão Mundial.
Em 1992 o McLaren não apresentou a mesma competitividade e Senna apenas conseguiu três vitórias, terminando o campeonato em quarto lugar.
Em 1993 Ayrton Senna conseguiu vencer por cinco vezes. Ganhou o Grande Prémio do Brasil e o Grande Prémio da Europa, em Donington Park, na chuva. Esta última é frequentemente lembrada como "a corrida da volta perfeita" e uma de suas maiores vitórias na F1. Senna largou em quarto lugar, caiu para quinto na primeira curva, mas já estava no comando da corrida antes da primeira volta ser percorrida. Venceu pela sexta vez o Grande Prémio do Mónaco, o que lhe deu o recorde de vitórias no circuito de Monte Carlo, que lhe pertence até aos dias de hoje. No final da temporada obteve 73 pontos e o segundo lugar no Mundial de Pilotos. Esse ano de 1993 foi também a última vez que esteve ao serviço da McLaren. Durante esses seis anos, Ayrton Senna tornou-se no piloto mais vitorioso da equipa com 35 vitórias em 96 corridas disputadas.
O ano de 1994 iria ser bem diferente. Senna finalmente assinou com a Williams-Renault e agora estava na equipe que havia ganho os dois campeonatos anteriores com um carro muito superior a todos os outros. Depois de disputadas as duas primeiras provas do campeonato, Ayrton Senna ainda não tinha pontuado e via o alemão Michael Schumacher no comando da classificação. Na terceira corrida da temporada, o Grande Prémio de San Marino, em Imola, Senna fez a pole-position e largou para a corrida em primeiro lugar, logo à frente de Schumacher. Na sexta volta o Williams-Renault de Senna saiu em frente na curva Tamburelo e bateu violentamente no muro. A telemetria mostrou que Senna, ao notar o descontrole do carro, ainda conseguiu, nessa fracção de segundo, reduzir a velocidade de cerca de 300 km/h, para cerca de 200 km/h. Senna foi removido do Williams-Renault pelo Professor Sid Watkins, neurocirurgião de renome mundial pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula 1 e chefe da equipa médica da corrida, e recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado do seu carro destruído, antes de ser levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha onde, poucas horas depois, foi declarado morto.
Ayrton Senna esteve na F1 durante dez anos. Disputou 162 Grandes Prémios. Conquistou 41 vitórias, 65 pole-positions, 19 voltas mais rápidas e 80 pódios. Foi Campeão Mundial em 1988, 1990 e 1991.