11 de abril de 2021

ROB WALKER

 

Robert Ramsay Campbell Walker, mais conhecido por Rob Walker, nasceu no dia 14 de agosto de 1917 em Rickmansworth, Inglaterra.
Filho de Campbell Walker, herdeiro da fortuna do whisky Johnnie Walker, e de Mary Marshal Ramsay, oriunda de uma família com interesses comerciais no comércio de chá e borracha. O seu pai morreu em 1921, com apenas 32 anos, e a sua mãe voltou a casar com Sir Francis Eden Lacey, secretário de longa data do Marylebone Cricket Club. Dessa forma, Rob e seu irmão mais velho John cresceram na propriedade Sutton Veny perto de Warminster, Wiltshire, que a sua mãe e o seu padrasto compraram após terem casado. A casa principal tinha cem quartos, incluindo vários chalés para funcionários e uma casa de quinta alugada de 109 hectares, mas a característica mais valorizada pelo jovem Walker era a longa entrada para os automóveis.
Com sete anos de idade assistiu ao Grande Prémio de Bolonha de 1924, começando aí o seu fascínio pelo automobilismo. Aos dez anos convenceu a sua mãe a comprar-lhe o seu primeiro carro, um Bullnose Morris, que Rob conduzia apenas nas estradas da propriedade da família. 
Walker estudou na Escola Sherborne e depois no Magdalene College em Cambridge. Quando fez 21 anos, a sua mãe ofereceu-lhe um Delahaye e mais tarde Rob comprou outro, mas desportivo, e foi com o Delahaye Type-135 que participou numa corrida em Brooklands. Em 1939, dividiu o carro com Ian Connell nas 24 Horas de Le Mans, tendo terminado no 8º lugar, a 25 voltas do vencedor. 
Durante a Segunda Guerra Mundial, Walker esteve na Fleet Air Arm da Marinha Real Britânica e depois envolveu-se em vários empreendimentos. Dirigiu um clube em Embankment e uma agência de viagens antes de comprar uma garagem, a Pippbrook Garage em Dorking, Surrey, em 1946. Rob Walker deixou de lado a carreira de piloto e Pippbrook tornou-se a base da sua equipa de automobilismo. Em 1949, o Delahaye foi pilotado por Jason-Henry e Tony Rolt na primeira corrida de 24 horas do pós-guerra em Le Mans. Depois de terem ocupado durante várias voltas o 5ºlugar, acabaram por desistir com problemas de motor na 107ª volta.
No ano de 1953, Walker adquiriu um Connaught A-type e foi com esse carro, pilotado por Tony Rolt, que a Rob Walker Racing Team se estreou no Campeonato do Mundo de F1, no Grande Prémio de Inglaterra, acabando por desistir na 70ª volta com problemas no semi-eixo. Em 1954 e 1955, Walker voltou a inscrever os seus carros apenas para o Grande Prémio de Inglaterra, mas em nenhuma delas conseguiu ver o seu carro a chegar ao fim. Depois de ter estado ausente em 1956, Walker voltou à F1 em 1957 para disputar o Grande Prémio de Inglaterra e o da Alemanha, com Jack Brabham ao volante de um Cooper-Climax, mas quer na prova britânica como na corrida germânica, Brabham foi obrigado a desistir.
Em 1958, Stirling Moss testou o Cooper-Climax em Goodwood e ficou impressionado com o carro. Moss tinha contrato com a Vanwall, mas a equipa britânica não tinha o carro pronto para a primeira prova do campeonato e assim o piloto inglês conduziu o pequeno Cooper no Grande Prémio da Argentina, corrida que venceu. Foi a primeira vitória da equipa de Rob Walker na F1, a primeira da Cooper, a primeira dos motores Climax e mais importante, foi a primeira vitória na F1 de um carro com motor traseiro. Na corrida seguinte no Mónaco, Moss já correu com a Vanwall, o francês Maurice Trintignant pilotou o Cooper de Rob Walker e conquistou a vitória. Nesse ano o piloto gaulês voltou ao pódio com o 3º lugar no Grande Prémio da Alemanha.
Em 1959, Stirling Moss estava de regresso à equipa de Rob Walker. Nesse ano Moss venceu o Grande Prémio de Portugal, disputado no Circuito de Monsanto, e o Grande Prémio de Itália, em Monza.
No ano seguinte, mais duas vitórias para a Rob Walker Racing Team através de Moss, no Mónaco e nos Estados Unidos, mas com um Lotus-Climax.
Em 1961, Stirling Moss voltou a triunfar no Grande Prémio do Mónaco e ganhou ainda o Grande Prémio da Alemanha.
O ano de 1962 foi nefasto para Rob Walker. Na segunda-feira de Páscoa, Stirling Moss sofre um grave acidente em Goodwood que o afastou das pistas. No final do ano, o mexicano Ricardo Rodríguez foi contratado para correr no Grande Prémio do México, prova que não fazia parte do campeonato. Nos treinos o mexicano teve um acidente e acabou por morrer. Dias mais tarde o piloto de motociclismo, Gary Hocking, conduziu o carro de Walker em mais uma prova extra-campeonato, o Grande Prémio do Natal, o piloto britânico sofreu um acidente durante os treinos e acabou por morrer.
As duas mortes mais a perda de Moss eram suficientes para que qualquer um desistisse. Mas Rob Walker apoiou-se no piloto sueco Jo Bonnier e no suiço Jo Siffert para seguir a sua aventura na F1.
Em 1963, os carros de Rob Walker não conseguiram vitórias nem pódios. Dois 5ºs e dois 6ºs lugares foi o melhor que conseguiu.
No ano de 1964, Siffert conseguiu um pódio com o 3º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos.
Nos três anos seguintes, os carros de Rob Walker conseguiram apenas quatro 4ºs lugares, como melhor resultado em corrida.
Em 1968, no Grande Prémio de Inglaterra, Jo Siffert conquistou a vitória, a última da equipa de Rob Walker na F1.
No ano seguinte, Siffert conseguiu o 2º lugar na Holanda e o 3º no Mónaco.
Em 1970, Graham Hill foi contratado para substituir Jo Siffert. Hill foi 4º em Espanha, 5º no Mónaco e 6º na África do Sul e em Inglaterra. No final do ano Graham Hill ingressou na Brabham e Rob Walker fundiu a sua equipa com a Surtees e acabou com a Rob Walker Racing Team.
Rob Walker continuou ligado à F1 como jornalista e escrevia na revista americana Road & Track. 
Rob Walker morreu aos 84 anos em 2002, no dia 29 de abril, de pneumonia. 

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