10 de julho de 2022

MERCEDES W196

 

O Mercedes W196, foi o primeiro carro de F1 da marca alemã de Estugarda.
Projetado por Fritz Nallinger, com o auxílio de Rudolf Uhlenhaut, o engenheiro-chefe do departamento de corrida desde o dia 1 de Setembro de 1936, e depois da guerra também chefe do departamento de Teste de Carros, que influenciou o desenvolvimento de forma decisiva, o Mercedes W196 foi um carro que marcou a F1 na década de cinquenta.
Os engenheiros germânicos criaram duas versões de carroceria para o W196. uma com as rodas cobertas, a versão Type-Monza, que foi usada em pistas de alta velocidade, e a versão de rodas expostas, usada nos circuitos tecnicamente mais exigentes. Mas a maior “arma” do Mercedes W196 era o seu motor. O propulsor alemão em linha de oito cilindros tinha controle de válvula desmodrômica, que usava a árvore de cames para abrir e fechar as válvulas e assim permitia que o motor pudesse atingir rotações mais elevadas sem prejudicar a fiabilidade. Outro trunfo do motor foi o sistema de injeção direta da Bosch, idêntico ao que era usado nos motores Daimler-Benz DB 601, que equipavam os caças germânicos, Messerschmitt BF 109, na Segunda Guerra Mundial.
Com Alfred Neubauer como chefe de equipa, um homem da casa já desde 1926, a Mercedes estreou-se no Campeonato do Mundo de F1 no Grande Prémio de França, a quarta prova da temporada de 1954, com o argentino Juan Manuel Fangio e os germânicos Karl Kling e Hans Herrmann como pilotos. Fangio obteve a pole-position e conquistou a vitória, na frente do seu companheiro de equipa Kling, dando assim à Mercedes a sua primeira vitória na estreia na F1. Nas restantes cinco corridas do campeonato, a Mercedes somou mais três vitórias, todas por intermédio de Fangio que venceu o Campeonato do Mundo de Pilotos.
No ano seguinte, a Mercedes manteve Fangio, Kling e Herrmann e contratou o britânico Stirling Moss. A equipa alemã dominou por completo o campeonato. Das sete provas da temporada, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis que na década de cinquenta integravam o Campeonato Mundial de F1, a equipa de Estugarda venceu por cinco vezes, com quatro triunfos de Fangio e um de Moss, com o piloto argentino a vencer o seu terceiro título de Campeão Mundial de Pilotos e o segundo consecutivo.
Apesar do forte domínio que exercia na F1, a Mercedes decidiu retirar-se de todas as provas de automobilismo após o terrível acidente do seu piloto Pierre Levegh nas 24 Horas de Le Mans de 1955, em que resultou na morte do piloto francês e em 83 espectadores, para além de mais de 100 feridos.
Nas doze corridas de F1 em que participou, o Mercedes W196 ganhou nove. Muitas das inovações técnicas introduzidas no W196, posteriormente foram adotadas por várias marcas nas diversas categorias do automobilismo.

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