17 de março de 2021

MARCH

 

A March Engineering foi uma equipa de automobilismo que participou no Campeonato do Mundo de F1 na década de setenta, oitenta e início de noventa. 
Em 1969, Max Mosley, Alan Rees, Graham Coaker e Robin Herd, quatro entusiastas de automobilismo decidiram criar a March. O nome da equipa é um acrónimo das iniciais de Mosley, Alan Rees, Coaker e Herd. 
Cada um dos fundadores da equipa desempenhava uma função específica. Mosley tratava da parte comercial, Rees chefiava a equipa, Coaker supervisionava a produção na fábrica e Herd era o projectista.
Com a ideia de competir na F1, a March começou por construir carros para clientes de F1, F2, F3 e Formula Ford.
Em 1970, a equipa March, bem como os seus chassis 701, utilizados por quatro equipas, entre elas a Tyrrell, estrearam-se na F1 no Grande Prémio da África do Sul, onde o escocês Jackie Stewart, depois de obter a pole-position, terminou a corrida no 3º lugar. Na prova seguinte, em Espanha, Stewart ganhou a corrida e ofereceu à March a sua primeira vitória na F1. Stewart ainda voltou a conseguir mais duas pole-positions nessa temporada, tendo a March obtido mais seis pódios.
Em 1971, a March apresentou o chassis 711, projetado por Frank Costin. Apesar de não ter vencido nenhuma corrida, obteve cinco pódios, todos por intermédio de Ronnie Peterson que foi 2º no Mónaco, Inglaterra, Itália e Canadá, tendo terminado em 3º nos Estados Unidos.  
No ano seguinte apenas se destaca o 3º lugar de Ronnie Peterson no Grande Prémio da Alemanha.
No ano de 1973, a March obteve o 2º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos e o 3º posto no Grande Prémio da Holanda, nas duas provas com o piloto James Hunt.
1974, Foi o pior ano da March desde que entrou na F1. Além de ter pontuado em apenas três provas, não conseguiu nenhum pódio durante toda a temporada.
Em 1975, Vittorio Brambilla obteve a pole-position no Grande Prémio da Suécia, no entanto foi obrigado a abandonar na 36ª volta com prolemas de transmissão. Cinco provas depois, o piloto italiano conquistou a vitória no Grande Prémio da Áustria, uma prova que terminou após a 29ª volta devido ao mau tempo. Ainda nesse ano, a italiana Lella Lombardi, tornou-se a primeira mulher a pontuar numa corrida de F1, ao terminar o Grande Prémio de Espanha no 6º lugar, uma corrida que também terminou antes do previsto, devido ao grave acidente de Rolf Stommelen.
No ano de 1976, Ronnie Peterson obteve a pole-position no Grande Prémio da Holanda e a vitória no Grande Prémio de Itália em Monza.
Em 1977 a March não marcou nenhum ponto e no final da temporada os activos da equipa de F1 foram vendidos à equipa ATS que também contratou Robin Herd como consultor. Max Mosley decidiu deixar a equipa e dedicar-se à FOCA (Formula One Constructors' Association).
Em 1981 e 1982 a March voltou à F1, no entanto o regresso foi uma desilusão. Sem nunca conseguir pontuar a equipa voltou a retirar-se da F1 no final de 1982.
Em 1987, a March regressou à F1. Com Ivan Capelli como único piloto e com o patrocínio da imobiliária japonesa Leyton House, a equipa apenas conseguiu 1 único ponto no campeonato, com o 6º lugar no Grande Prémio do Mónaco. Em Agosto de 1987, o projectista Adrian Newey ingressou na March para desenhar o monolugar da equipa para o ano seguinte que iria ser utilizado, não só, por Ivan Capelli, como também por Mauricio Gugelmin.
O ano de 1988 foi bastante melhor que o anterior. O piloto brasileiro Gugelmin, conseguiu o 4º lugar em Inglaterra e o 5º posto na Hungria, enquanto que Capelli foi 6º na Austrália, 5º no Canadá, Alemanha e Itália, 3º na Bélgica e 2º no Grande Prémio de Portugal, no circuito do Estoril.
No ano seguinte a March começou a temporada com o 3º lugar de Gugelmin no Grande Prémio do Brasil, sendo essa a única vez que conseguiu pontuar em toda a temporada. Em Junho, o japonês Akira Akagi, dono da Leyton House comprou a equipa e no final da temporada a March voltou a desaparecer da F1.
A equipa de F1 competiu como Leyton House Racing em 1990 e 1991, e quase que causou uma grande surpresa no Grande Prémio de França de 1990, com Capelli e Gugelmin a aproveitar da melhor forma o excelente desempenho da aerodinâmica do carro e da pista suave para fazer toda a corrida sem trocar de pneus, assumindo a liderança da prova. Só que Gugelmin foi obrigado a desistir na 58ª volta com problemas de motor e Capelli terminou em 2º lugar depois de ser ultrapassado por Alain Prost a três voltas do fim, depois do italiano ter liderado durante 45 voltas. 
No final de 1991, Akagi que estava envolvido no escândalo do Fuji Bank, vendeu a equipa a Ken Marrable que lhe devolveu o nome March com que correu em 1992, mas com poucos recursos financeiros os resultados ficaram aquém das expectativas. O 4º lugar no Grande Prémio do Canadá, através de Karl Wendlinger, foi a ultima vez que a March conseguiu marcar pontos numa prova de F1.
A equipa planeava disputar o campeonato de 1993, mas os problemas financeiros agravaram-se e encerrou a atividade antes da temporada começar.
Nos 14 anos que a March esteve envolvida na F1, disputou 197 Grandes Prémios. Conquistou 3 vitórias, 5 pole-positions, 7 voltas mais rápidas e 21 pódios.

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Eis uma bela história. Gostava muito dessa equipe na F1. Principalmente quando de seu retorno no final da década de 1980 e início dos anos 1990.