31 de março de 2021

BMS SCUDERIA ITALIA


A BMS Scuderia Italia foi uma equipa de automobilismo que participou no Campeonato do Mundo de F1 entre 1988 e 1993.
Fundada por Giuseppe Lucchini em 1983 como Brixia Motor Sport, a equipa italiana começou por participar no Campeonato Italiano de Grupo 6, depois disputou o Campeonato Mundial de Endurance, o Campeonato de Itália de Rali e ainda o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo. 
No verão de 1987, Lucchini decidiu participar no Campeonato Mundial de F1 em 1988. Para isso começou por mudar o nome da sua equipa que passou a designar-se por: BMS Scuderia Italia. Como a equipa não tinha capacidade para construir os seus próprios carros, Lucchini teve de encontrar um construtor, o que foi tarefa fácil, graças às relações de estima e amizade de Lucchini com Gian Paolo Dallara, proprietário da Dallara, fabricante italiana de carros de corrida. Com os motores Ford a propulsionar o único carro da equipa que foi pilotado pelo italiano Alex Caffi, a BMS Scuderia Italia estreou-se na F1 na temporada de 1988.
Na primeira prova, o Grande Prémio do Brasil, a equipa viu-se obrigada a usar o Dallara de F3000 pois o novo carro de F1 ainda não estava concluído. O Dallara 188 estreou-se no dia 1 de Maio no Grande Prémio de San Marino. Apesar de não ter conseguido marcar pontos, a equipa conseguiu qualificar-se para catorze das dezasseis corridas do campeonato, tendo conseguido o 7º lugar no Grande Prémio de Portugal, no circuito do Estoril.
Em 1989, a BMS Scuderia Italia inscreveu um segundo carro que foi conduzido por Andrea De Cesaris, que se juntou assim a Alex Caffi. Na terceira corrida da temporada, Caffi conseguiu os primeiros pontos da equipa na F1 com o 4º lugar no Grande Prémio do Mónaco. Na sexta prova da temporada, a BMS Scuderia Italia conseguiu colocar ambos os carros nos lugares pontuáveis no final do Grande Prémio do Canadá, com Caffi em 6º e De Cesaris num brilhante 3º lugar, o primeiro pódio da equipa italiana na F1. No final do campeonato a equipa somou 8 pontos e conseguiu o 8º lugar entre os 16 construtores que se classificaram.
Em 1990, De Cesaris manteve-se na equipa e teve a companhia de Emanuele Pirro, que foi substituído nas primeiras duas corridas por Gianni Morbidelli. Nos treinos de qualificação para o Grande Prémio dos Estados Unidos, na primeira corrida do ano, Andrea De Cesaris conseguiu um espantoso 3º lugar, mas na corrida foi obrigado a desistir com problemas no motor do seu carro, o que foi um prenúncio do que viria a ser a temporada da equipa, pois das catorze provas que disputou apenas conseguiu terminar duas. Pirro chegou ao fim em três, também em catorze participações. No campeonato de construtores a equipa ficou a zero.
Em 1991, a BMS Scuderia Italia trocou de motores e passou a usar os Judd. Também nos pilotos houve mudanças com o finlandês JJ Lehto a ocupar o lugar de Andrea De Cesaris, enquanto que Emanuele Pirro continuou na equipa. Na terceira corrida da temporada, o Grande Prémio de San Marino, JJ Lehto obteve um surpreendente 3º lugar atrás dos dois McLaren-Honda de Ayrton Senna e Gerhard Berger e deu à equipa de Bréscia o seu segundo pódio na F1. Na prova seguinte, no Mónaco, Pirro terminou a corrida no 6º lugar. Até ao final da temporada a equipa não conseguiu somar mais pontos e terminou o campeonato de construtores com 5 pontos e o 8º lugar.
Em 1992, a equipa transalpina conseguiu os motores Ferrari, manteve JJ Lehto e contratou Pierluigi Martini que substituiu Emanuele Pirro. Com os motores Ferrari a fiabilidade dos carros italianos aumentou e a equipa conseguiu terminar várias corridas com os dois carros. Martini conseguiu marcar 2 pontos com o 6º lugar em Espanha e em San Marino. 
Em 1993, houve uma profunda mudança na equipa. Os chassis deixaram de ser da Dallara para passarem a ser da Lola, os pilotos passaram a ser os italianos Michele Alboreto e Luca Badoer e os carros tiveram o patrocínio dos cigarros Chesterfield. No campo desportivo a temporada não foi brilhante com ambos os pilotos a não conseguirem a qualificação para várias corridas. Sem conquistar um único ponto e com cada vez mais problemas financeiros a equipa optou por não disputar as duas últimas corridas do campeonato, sendo o Grande Prémio de Portugal de 1993 a última corrida que a equipa disputou. No final desse ano a equipa italiana retirou-se da F1.
Em 1994 e 1995, Giuseppe Lucchini associou-se à equipa Minardi, mas no final de 1995 Lucchini optou por deixar de vez a F1 e dedicar a sua equipa a outras modalidades de automobilismo. 
Nos seis anos em que a BMS Scuderia Italia esteve envolvida na F1 disputou 96 Grandes Prémios e conquistou 2 pódios. 

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Essa foi mais uma equipe que engrossou a fileira das equipes "nanicas" que povoam o grid... faz parte do histórico da F-1...