21 de fevereiro de 2021

GERHARD BERGER

 

Gerhard Berger nasceu no dia 27 de Agosto de 1959 em Wörgl, Áustria. 
Foi na empresa de camiões do seu pai que aprendeu a conduzir, com apenas seis anos de idade. Pouco tempo depois Gerhard, já guiava automóveis na neve e no gelo nas estradas da sua aldeia, até ser parado pela polícia, o que aconteceu várias vezes. Com 14 anos, começou a disputar corridas de motos nas ruas de Wörgl e nas montanhas da região de Tirol.
Berger continuou envolvido em corridas locais, tanto de motos como de automóveis, até que, em 1981, venceu o Troféu Alfasud alemão. Berger, passou depois pela Formula Ford e mais tarde pela F3, tendo terminado o campeonato alemão na terceira posição em 1982. No final desse ano, Berger, conheceu Helmut Marko que passou a ser o seu manager e o ajudou a entrar no campeonato europeu de F3 em 1983. Gerhard terminou o campeonato em 8º lugar, com três pódios, mas sem vitórias. 
O ano de 1984 iria ser bem diferente. Berger venceu duas corridas e terminou o campeonato europeu de F3 no 3º lugar. O piloto austríaco poderia ter até vencido o campeonato se não tivesse falhado duas provas, no entanto o motivo da sua ausência acabou por ser bem mais importante do que o título europeu de F3. No dia 19 de Agosto, Berger deveria estar na Suécia para disputar a 11ª corrida do campeonato de F3, mas o piloto austríaco encontrava-se no seu país natal, pronto para se estrear com um ATS-BMW, no Grande Prémio da Áustria de F1. Gerhard largou do 20º lugar mas na corrida desistiu com problemas na caixa de velocidades do seu carro a três voltas do fim, ainda conseguindo classificar-se no 12º lugar. Nas três corridas seguintes, Berger continuou na ATS. Foi 6º em Itália mas não lhe foi atribuído o ponto correspondente a esse lugar, pois a equipa ATS apenas inscreveu o carro de Manfred Winkelhock no campeonato. Seguiu-se uma desistência, no Grande Prémio da Europa, em Nurburgring e o 13º lugar na última prova do ano, o Grande Prémio de Portugal.
Uma semana após o final da temporada, Berger sofreu um violento acidente de viação numa estrada perto de Salzburgo. Sem ser obrigatório o uso do cinto de segurança, Gerhard foi projetado pela janela traseira do seu carro e sofreu fraturas no pescoço e ferimentos na cabeça e nos rins. Por sorte, o primeiro carro que apareceu na zona do acidente era ocupado por dois médicos cirurgiões alemães especializados em lesões de costas. Os médicos, vendo a gravidade das lesões, estabilizaram-no até que uma equipa médica especial chegasse. Depois de uma cirurgia de emergência, onde lhe foram colocados parafusos na cabeça e uma placa no pescoço, Berger permaneceu no hospital de Innsbruck durante alguns dias e teve uma recuperação completa.
Em 1985, Gerhard Berger ingressou na equipa Arrows. A temporada não foi brilhante e o piloto austríaco apenas conseguiu pontuar nas duas últimas corridas do campeonato, ao ser 5º na África do Sul e 6º na Austrália.
No ano seguinte, Berger mudou-se para a Benetton. Começou a temporada a somar dois 6ºs lugares nas duas primeiras provas, no Brasil e em Espanha, seguindo-se um 3º lugar no Grande Prémio de San Marino, o que foi o seu primeiro pódio na F1. Mas nas nove corridas seguintes colecionou seis desistências e ficou fora dos lugares pontuáveis nas outras três. Conseguiu depois o 5º lugar no Grande Prémio de Itália, a que se seguiu novo abandono em Portugal. No Grande Prémio do México, Berger mostrou todo o seu talento e venceu a corrida com mais de 25 segundos de distância para o segundo classificado. Foi a sua primeira vitória na F1 e também a primeira da equipa Benetton.
Em 1987, Gerhard Berger foi contratado pela Ferrari, no entanto, a falta de fiabilidade do carro obrigou-o a desistir em nove das dezasseis corridas da temporada. Nas corridas que chegou ao fim, Berger conseguiu o 4º lugar no Brasil, Mónaco, Detroit e Itália. Em Portugal obteve a sua primeira pole-position, terminando a prova no 2º lugar. Nas duas últimas corridas do campeonato no Japão e na Austrália, Berger não deu hipóteses aos seus adversários, conquistou a pole-position e ganhou ambas as corridas.
O ano de 1988 foi de altos e baixos para Berger que venceu o Grande Prémio de Itália, sendo essa a única corrida que a McLaren não venceu em toda a temporada. No final do campeonato, Berger somou 41 pontos e foi 3º classificado, atrás dos dois pilotos da McLaren, Ayrton Senna e Alain Prost. 
Em 1989, o austríaco teve um pavoroso acidente na segunda corrida do campeonato, no Grande Prémio de San Marino, quando o seu Ferrari saiu em frente na curva Tamburello e bateu no muro a cerca de 290 quilómetros por hora, pegando fogo logo de seguida. Os comissários demoraram 16 segundos a chegar ao carro e apagar as chamas. Berger sofreu queimaduras nas mãos e ficou com algumas costelas partidas. O austríaco ficou de fora na corrida seguinte, mas regressou um mês depois. Gerhard apenas terminou três corridas nessa temporada, foi 2º em Itália e em Espanha e pelo meio conquistou a vitória no Grande Prémio de Portugal.
Em 1990, Berger ingressou na McLaren. Apesar de não ter vencido nenhuma corrida nesse ano, o piloto austríaco conseguiu sete pódios, sendo 2º no Brasil e em San Marino.
O ano seguinte, foi em tudo idêntico ao anterior, no entanto, Berger venceu o Grande Prémio do Japão depois que Ayrton Senna, já campeão, o deixou passar na última curva da última volta. Tanto em 1990 como em 1991, Gerhard somou 43 pontos e foi 4º classificado em ambos os campeonatos.
Em 1992, Berger venceu o Grande Prémio do Canadá e o Grande Prémio da Austrália. Terminou ainda em 2º no Japão e em Portugal, onde se envolveu num aparatoso acidente com Riccardo Patrese que poderia ter tido consequências bem mais graves para o piloto italiano da Williams-Renault. 
Em 1993, Gerhard Berger regressou à Ferrari, permanecendo na equipa de Maranello durante três anos. Durante esse período, o ponto alto foi a vitória no Grande Prémio da Alemanha de 1994. 
Em 1996, voltou à Benetton onde esteve durante duas temporadas. Berger conquistou a sua última vitória na F1 no Grande Prémio da Alemanha de 1997, o que foi também a última vitória da Benetton na F1. O Grande Prémio da Europa, disputado em Jerez, foi a última corrida de F1 que Gerhard Berger disputou.
Em 1998, assumiu o cargo de diretor de competição da BMW Motorsport, lugar que ocupou até 2003. Em Fevereiro de 2006, adquiriu 50% da equipa Toro Rosso, com a outra metade a pertencer a Dietrich Mateschitz, o fundador da empresa Red Bull. Em novembro de 2008, Berger vendeu a sua parte a Mateschitz e deixou a F1. Em Março de 2017, Berger foi eleito presidente do ITR, a identidade promotora do Campeonato Alemão de Turismo, o DTM.
Gerhard Berger esteve 14 anos na F1. Disputou 210 Grandes Prémios. Conquistou 10 vitórias, 12 poles-positions, 21 voltas mais rápidas e 48 pódios.

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Era elegante na pista. Se tornou um grande amigo de Senna. Marcou sua passagem pela F1.