30 de agosto de 2020

MAURO FORGHIERI


Mauro Forghieri nasceu no dia 13 de Janeiro de 1935 em Modena, Itália.
Filho único de Reclus Forghieri e Afra Gori, Mauro nasceu no meio de uma família da classe trabalhadora. O seu pai era um habilidoso torneiro mecânico que durante os anos da Segunda Guerra Mundial tinha trabalhado nas oficinas mecânicas da Ansaldo em Nápoles. De volta a Modena, no final do conflito, Reclus começou a trabalhar para a Ferrari em Maranello, tornando-se rapidamente um dos mecânicos de motor com maior autoridade no departamento de corrida. Nesse período, Mauro frequentou o ensino médio científico e, em 1959, formou-se em engenharia mecânica na Universidade de Bolonha com o projecto de um motor "plano" de dois cilindros.
Mais interessado em design de aviação, Mauro Forghieri, aceitou uma oferta para estagiar na Ferrari, onde foi apresentado pelo seu pai. Na primavera de 1960, Mauro iniciou o seu estágio no departamento de motores, trabalhando ao lado de vários engenheiros que estiveram envolvidos no início da história da Ferrari, como Luigi Bazi, Carlo Chiti e Vittorio Jano, assim como o director de corrida Romolo Tavoni. Forghieri começou por trabalhar em carros de corrida e também em automóveis de estrada.
Em 1961, alguns dos mais importantes engenheiros da Ferrari, como Carlo Chiti, deixaram a equipa para formar a ATS (Automobili Turismo e Sport). Mauro Forghieri permaneceu como o único engenheiro credenciado e foi pessoalmente convidado por Enzo Ferrari a assumir a função de Chefe do Departamento Técnico de carros de corrida, dedicando-se principalmente à F1, mas também aos carros de Sport Protótipos.
O seu primeiro trabalho foi a conclusão do Ferrari 250 GTO.
Em 1963, o Ferrari 156 F1-63 venceu o Grande Prémio da Alemanha, pela mão de John Surtees, sendo a primeira vitória de um carro de F1 projectado por Forghieri. No ano seguinte, o Ferrari 158 proporcionou a Surtees a conquista do Campeonato do Mundo de Pilotos e à equipa Ferrari a vitória no Campeonato Mundial de Construtores.
No Grande Prémio da Bélgica de 1968, Mauro Forghieri introduziu os primeiros aerofólios num monolugar de F1. Nos anos setenta, Forghieri projectou os Ferrari 312 (em particular os campeões mundiais 312 T, T2 e T4) com caixa de velocidades transversal, impulsionados por um motor "plano" de 12 cilindros, que venceram quatro campeonatos de construtores (1975, 1976, 1977 e 1979) e três campeonatos de pilotos (Niki Lauda em 1975 e 1977, e Jody Scheckter em 1979). No início dos anos oitenta, Forghieri introduziu os motores turbo alimentados na Ferrari, projectando a série 126 (126 CK, 126 C2, 126 C3 e 126 C4), com a qual a equipa ganhou o campeonato de construtores nas temporadas de 1982 e 1983.
Durante a sua direcção, a Ferrari ganhou um total de 54 corridas, quatro títulos mundiais de pilotos e sete títulos mundiais de construtores.
Em 1984, devido a algumas divergências que surgiram na sequência da reestruturação da equipa de corridas promovida pela FIAT, Forghieri deixou o cargo de director técnico, dedicando-se ao desenho de alguns protótipos (como o Ferrari 408 4RM) no gabinete de Pesquisa e Estudos Avançados da Ferrari.
Em Setembro de 1987, Forghieri ingressou na Lamborghini Engineering, um departamento criado por Lee Iacocca, o então CEO da Chrysler, que tinha comprado a empresa automotiva Lamborghini. Nessa organização, que tinha como director desportivo o ex-Ferrari Daniele Audetto, Forghieri projectou o motor Lamborghini 3512 V12, que se estreou nas corridas no Grande Prémio do Brasil de 1989. O motor V12 foi usado exclusivamente pela equipa Larrousse na temporada de F1 de 1989.
Em 1991, Mauro Forghieri deixou a Lamborghini e no ano seguinte ingressou na Bugatti, onde permaneceu até 1994 como director técnico. Ainda em 1994, Forghieri foi convocado como perito para depor no julgamento pela morte de Ayrton Senna.
Em 1995, Mauro Forghieri co-fundou com Franco Antoniazzi e Sergio Lugli o Oral Engineering Group, uma empresa de design mecânico, que inclui projecto, pesquisa e desenvolvimento de motores e componentes automotivos, de motocicletas, barcos e de karting. Da lista dos seus clientes, fazem parte a BMW, Bugatti e Aprilia.
Mauro Forghieri, hoje afastado do automobilismo, é uma lenda viva da F1.

1 comentário:

Por Dentro dos Boxes disse...

Excelente artigo sobre o Mauro Forghieri e sua grande contribuição no universo do automobilismo. Parabéns...