10 de outubro de 2021

JORDAN

 

A Jordan Grand Prix foi uma equipa de automobilismo que competiu no Campeonato do Mundo de F1 entre 1991 e 2005.
Apesar de ter sido fundada por Eddie Jordan em 1991, a equipa já competia na década de oitenta mas com o nome de Eddie Jordan Racing, primeiro na F3 e depois na Formula 3000, tendo conquistado algumas vitórias e títulos.
O Grande Prémio dos Estados Unidos de 1991 foi a corrida onde a Jordan se estreou na F1, com os pilotos Andrea De Cesaris e Bertrand Gachot. A equipa Jordan foi uma agradável surpresa no seu primeiro ano, terminando cinco corridas nos lugares pontuáveis e com os seus pilotos a apresentarem-se em bom nível. O melhor resultado da equipa foram dois 4ºs lugares no Canadá e no México através de Andrea De Cesaris, o piloto italiano chegou a ocupar a 2ª posição no Grande Prémio da Bélgica até o motor do seu carro falhar a três voltas do final. Foi ainda nessa prova que Michael Schumacher se estreou na F1 a substituir o belga Bertrand Gachot que tinha sido detido dias antes em Inglaterra por ter usado gás pimenta num taxista. No final do campeonato a Jordan obteve o 5º lugar com 13 pontos.
O ano seguinte foi um desastre para a Jordan. Apenas no Grande Prémio da Bélgica os dois carros chegaram ao final da corrida, em 14º e 15º lugar e em seis provas nenhum dos dois chegou ao fim. A equipa obteve apenas 1 ponto em todo o campeonato, com o 6º lugar no Grande Prémio da Austrália. 
O ano de 1993 foi um pouco melhor, mas ainda assim foi preciso esperar até à penúltima corrida do ano, no Japão, para a Jordan conseguir pontuar. O 5º lugar de Rubens Barrichello e o 6º do irlandês Eddie Irvine deram os 3 pontos que a Jordan apresentou no final da temporada.
Em 1994 a Jordan deu um passo em frente e conseguiu pontuar em dez corridas, com o 3º lugar no Grande Prémio do Pacífico, por intermédio de Rubens Barrichello, a ser o melhor resultado de todo o campeonato e ao mesmo tempo foi também o primeiro pódio da equipa de Eddie Jordan na F1. No Grande Prémio da Bélgica, Barrichello conquistou pela primeira vez na sua carreira e também da Jordan, a pole-position. No final do campeonato, a Jordan obteve 28 pontos, o que lhe deu a possibilidade de obter o 5º lugar no campeonato de construtores.
No ano seguinte a Jordan colocou pela primeira vez os seus dois pilotos no pódio, no Grande Prémio do Canadá, onde Rubens Barrichello terminou em 2º lugar com Eddie Irvine logo atrás de si. A restante temporada foi quase uma cópia da anterior, com a equipa a somar muitas desistências mas também alguns pontos.
Em 1996 a equipa não conseguiu nenhum pódio, mas terminou nove das dezasseis corridas nos pontos, o que acabou por camuflar um pouco os ainda muitos abandonos durante as corridas que assolavam a formação de Eddie Jordan.
No ano de 1997 a equipa operou uma ligeira renovação e mudou os seus dois pilotos, contratando o alemão Ralf Schumacher e o italiano Giancarlo Fisichella. Ralf terminou em 3º lugar no Grande Prémio da Argentina, enquanto que Fisichella igualou o feito do alemão no Grande Prémio do Canadá e mais tarde obteve o 2º lugar no Grande Prémio da Bélgica. A equipa conseguiu ainda marcar pontos em mais oito provas e acabou a temporada, mais uma vez, no 5º lugar entre os construtores.
Em 1998 Damon Hill ocupou o lugar de Giancarlo Fisichella. Ao fim das primeiras oito corridas, a Jordan continuava com zero pontos, mas nas restantes oito provas a equipa só não conseguiu terminar por uma vez nos pontos, mas em compensação Damon Hill ganhou o Grande Prémio da Bélgica com Ralf Schumacher a terminar em 2º lugar. Um resultado de sonho para a equipa de Eddie Jordan que ao fim de oito anos conquistava a sua primeira vitória na F1. Essa foi a melhor temporada da Jordan que obteve 34 pontos e ficou no 4º lugar no campeonato.
O ano de 1999 foi ainda melhor. Heinz-Harald Frentzen substituiu Ralf Schumacher e formou com Damon Hill uma dupla de pilotos muito experiente. A temporada seria um pesadelo para Hill, que deixou a F1 no final do campeonato. No entanto, a temporada de Frentzen foi imensamente bem-sucedida, com o alemão a conquistar a vitória em França e em Itália e uma pole-position no Grande Prémio da Europa em Nurburgring. Frentzen terminou em 3º no Campeonato Mundial de Pilotos, o mesmo resultado que a Jordan obteve no Campeonato do Mundo de Construtores. 
No ano seguinte Frentzen apenas conseguiu dois pódios, com o 3º lugar no Brasil e nos Estados Unidos, sendo esses os únicos resultados mais relevantes da temporada.
Em 2001 e 2002 A equipa voltou aos tempos em que colecionava muitas desistências intercaladas por corridas terminadas nos lugares pontuáveis. 
No ano de 2003 a Jordan apenas pontuou em três corridas, mas venceu o Grande Prémio do Brasil de forma inesperada, uma prova muita acidentada, disputada sobre chuva e que foi interrompida na 54ª volta. Giancarlo Fisichella que tinha regressado à Jordan no ano anterior teve a felicidade de ocupar o 1º posto quando a corrida foi dada como finalizada em consequência do forte acidente de Fernando Alonso. Essa foi a última vitória da equipa de Eddie Jordan na F1.
Em 2004 a Jordan voltou a sofrer para conseguiu alguns pontos, o que obteve apenas em duas provas, com a particularidade de colocar os seus dois carros nos lugares pontuáveis no Grande Prémio do Canadá.
2005 Foi o último ano da Jordan na F1. A equipa vinha atravessando uma fase complicada e Eddie Jordan acedeu a vender a equipa. Curiosamente nessa temporada a Jordan teve apenas seis desistências nas dezanove corridas do campeonato. A isso muito se deveu à excelente condução de Tiago Monteiro que cortou a meta em dezasseis corridas consecutivas. Foi também o piloto português que deu à Jordan o seu último pódio na F1 ao terminar em 3º lugar no Grande Prémio dos Estados Unidos, uma prova que ficou marcada pela retirada de todas as equipas que tinham pneus Michelin. Na sua última temporada na F1, a equipa de Eddie Jordan termina pela terceira vez consecutiva em 9º lugar, com 12 pontos marcados.
A Jordan Grand Prix disputou durante 15 anos o Campeonato Mundial de F1. Participou em 250 Grandes Prémios, conquistou 4 vitórias, 2 pole-positions, 2 voltas mais rápidas e 19 pódios.

1 comentário:

Lucas disse...

Se por um lado não conseguia encontrar um projetista que fizesse um carro confiável, O Eddie Jordan tinha olho pra bom piloto. Schumacher e Barrichello dispensam comentários, Ralf é outro que provou seu valor na Williams porém teve azar de ter um irmão com " o dom ", Irvine apesar do pessoal dizer que era ruim sempre entregou resultados mais ou menos a altura dos carros que pilotava, Fisichella sentiu a pressão na Renault como segundo piloto mas entregou resultados excepcionais com equipamento limitado. E é claro, as pinturas da equipe são até hoje umas das mais emblemáticas da história da F1.